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True Detective: Atriz diz que foi demitida por Cary Fukunaga por negar cena nua

Diretor de 007 - Sem Tempo Para Morrer teria demitido Raeden Greer por recusa a gravar cena

13.10.2021, às 19H26.
Atualizada em 10.05.2022, ÀS 17H45

O diretor de 007 - Sem Tempo Para Morrer, Cary Joji Fukunaga, é alvo de uma acusação de abuso que data de seu tempo dirigindo a primeira temporada de True Detective, série aclamada da HBO lançada em 2014. De acordo com a atriz Raeden Greer, ela foi escalada para atuar na produção em um breve papel ao lado do astro Woody Harrelson. Sem aviso prévio ou cláusula em seu contrato que incluísse esse detalhe, entretanto, ela acabou pressionada por Fukunaga para atuar com os seios à mostra em uma das cenas. Após se recusar a gravá-la, ela foi demitida.

A denúncia, feita por Greer ao Daily Beast, aconteceu depois que a atriz leu uma entrevista concedida por Fukunaga ao The Hollywood Reporter, na qual o diretor do mais novo filme de James Bond falava sobre os seus esforços e de seus colegas em atualizar o personagem para uma era "pós-Me Too". Na conversa, o cineasta ainda comentou os filmes iniciais do personagem, protagonizados por Sean Connery, afirmando que à época o personagem era um estuprador.

Segundo Greer, o discurso de Fukunaga soou vazio, pois foi de forma similar que ele a tratou no set de True Detective. De acordo com a atriz, sua recusa a gravar a cena de topless deu início a uma discussão de 10 minutos de duração com o diretor, na qual ela afirma que todo tipo de tática de barganha foi usada para tentar fazê-la concordar com a nudez. Quando ela deixou clara sua recusa absoluta, foi enviada de volta para casa, mas não antes de ver seu papel ser entregue a uma figurante sem experiência em atuação, mas que aceitou atuar nua.

"Foi devastador. Eu me senti mal", disse Greer, que atuou em papéis pequenos em American Horror Story e Magic Mike XXL. "Você não pode tratar pessoas como se tudo que elas fossem fosse um par de peitos. Isso machuca. E agora Cary está aí falando sobre personagens femininos—é como outro tapa na cara, de novo e de novo e de novo. Sim, ele teve uma carreira ilustre; a série foi um divisor de águas para ele. E o que aconteceu comigo? Ninguém se importa".

Ainda segundo a atriz, ela sabia que interpretaria uma dançarina exótica na série, mas foi informada que a maioria de suas cenas aconteceriam no camarim e dada a ausência de uma cláusula de nudez no contrato, não esperava ser exigida a tirar as roupas para as gravações. Quando chegou a hora da cena, entretanto, Fukunaga insistiu para que ela ficasse com os seios à mostra. "Cary disse para mim nesse momento: 'Todo mundo nessa série fica de topless. Todas as mulheres na série ficam de topless. Sua personagem é uma stripper, então você tem de ficar nua".

"Então sim, foi degradante. Foi humilhante e me fez me sentir péssima. Assim que eu entrei no meu carro, comecei a chorar e liguei para a minha agente para saber o que tinha acontecido e ela mal podia acreditar", adicionou Greer. Nem Fukunaga nem a HBO emitiram notas oficiais sobre o assunto.