Jessy Schram veio ao Brasil, na NBCUNIVERSAL Experience, em um momento oportuno: durante os próximos meses, a atenção dos fãs de Chicago Med estarão muito focadas nela, e na sua Dra. Hannah Asher.
Isso porque, conforme a 11ª temporada do drama médico estreia nos EUA - no Brasil, o Universal+nos revelou com exclusividade que os novos episódios chegam em novembro -, o público está ansioso para saber quem é o pai do bebê da Dra. Asher.
No final do 10º ano, Hannah revelou sua gravidez para o amigo, Dr. Dean Archer (Steven Weber), em uma cena que fez muita gente especular que ele próprio era o pai do bebê. O outro candidato é o ex-namorado da Dra., Mitchell Ripley (Luke Mitchell).
A seguir, o Omelete conversa com Schram sobre esse mistério, a jornada de Hannah do vício à gestação, e a importante mensagem que os dramas médicos podem passar ao público. Confira!
OMELETE: Olá, Jessy, prazer em conhecê-la! Sou o Caio.
SCHRAM: Prazer em conhecê-lo, Caio!
OMELETE: Eu vou dizer que é muito interessante tê-la aqui no Brasil neste momento, porque Hannah é o centro de muita especulação quando se trata da 11ª temporada de Chicago Med. Eu sei que você não pode revelar ainda quem é o pai do bebê dela, mas consegue nos adiantar como Hannah está se sentindo no início dessa temporada?
SCHRAM: Hmmm, sim, eu posso! Vou começar dizendo que Hannah definitivamente tem uma jornada transformadora nessa temporada - ela começa de um jeito, e acaba de outro. Acho que ela está nervosa, que essa notícia da gravidez a deixa ansiosa... tudo se tornou muito real, de uma hora para a outra. Sabe, Hannah definitivamente não achava que a maternidade estava nas cartas para ela, devido ao seu passado [a personagem foi apresentada ao público em storylines ligadas ao vício em narcóticos, do qual se recuperou desde então] e à sua linha de trabalho.
Então, é uma novidade excitante, mas não é simples de nenhuma forma. Por exemplo: ela está preocupada sobre como a gravidez vai afetar o seu trabalho, se vai mudar a maneira que as pessoas a veem no hospital, sejam pacientes ou colegas. Também está preocupada com a reação de Lizzie [persoagem de Erin Anderson na série], sua irmã, porque a relação delas não é a melhor no momento. Diante de tudo isso, a gravidez tem um peso - é algo muito positivo para ela, mas tem ramificações complexas.
OMELETE: Bom, aqui no Brasil nós temos um ditado: "Casa de ferreiro, espeto de pau". Ele diz, basicamente, que mesmo que você trabalhe em uma área específica, lidando com determinadas situações, as coisas mudam de figura quando acontece com você. E Hannah, como nós sabemos, é uma médica obstetra formidável - isso vai afetar a visão que ela tem sobre a gravidez de alguma forma? É um pesadelo para ela?
SCHRAM: Olha, o meu marido é alpinista, e uma vez ele me levou junto a uma montanha para me ensinar o que fazia. Foi a melhor coisa que ele já fez, porque agora eu entendo quais perigos ele enfrenta... e também a pior coisa que ele já fez, porque agora eu entendo quais perigos ele enfrenta. Eu acho que Hannah está enfrentando um cenário semelhante, porque ela sabe tudo o que pode dar errado numa gravidez, e especialmente numa gravidez como a dela.
Luke Mitchell e Jessy Schram em Chicago Med (Reprodução)
Hannah não é mais tão jovem, e trabalha em algo que lhe acarreta muito estresse diariamente. Ademais, mesmo que ela estivesse na idade ideal, fosse completamente saudável, e tivesse o marido mais apoiador de todos os tempos, algo sempre pode dar errado em uma gestação - e Hannah sabe exatamente como. Ela já teve que enfrentar muito trauma, durante sua própria vida, em torno de partos. Tudo isso vai pesando sobre os ombros de Hannah durante essa gestação, porque ela realmente quer que dê tudo certo desta vez.
OMELETE: Durante as duas últimas temporadas, o público aprendeu a amar a relação entre Hannah e Mitch - mas eles não terminaram o 10º ano nos melhores termos. Você pode nos contar um pouco do que está por vir para eles, e como você encara esse relacionamento entre os personagens?
SCHRAM: Não posso contar nada, é por isso que você precisa assistir aos episódios! Sei que já tivemos alguns trailers, e neles você vê Hannah e Mitch interagindo - mas você vai ter que assistir para entender como esse relacionamento vai funcionar daqui para frente.
O que eu posso dizer é que, na minha visão, o relacionamento deles é interessante justamente por eles serem tão similares. Os dois evitam muita coisa em suas vidas, mas acho que Hannah deu alguns passos a mais na sua jornada de cura. Por isso, ela olha para Mitch e quer ajudá-lo, se sente atraída pelos sentimentos à flor da pele que ele demonstra. Mas, no fim do dia, ela não pode dar passos para trás! Ela se esforçou demais para chegar onde chegou.
Acho que essa é a parte triste do relacionamento dos dois, porque ela o ama muito, mas chegou a um ponto que precisou dizer: "Enquanto você não estiver disposto a se ajudar, eu não posso fazer parte da sua vida". E não é curioso que isso reflita exatamente como Hannah era com Will [Halstead, vivido por Nick Gehlfuss]? Ele a amava, mas ela precisava se encontrar. Acho que existem muitos paralelos ali.
Dito isso, acho que Mitch está crescendo muito nesse momento, e todo o tumulto que eles passaram na última temporada levou a um amadurecimento excepcional. Logo, estou curiosa para saber como essas mudanças afetarão o relacionamento dele com Hannah.
OMELETE: É claro, todo mundo ama quando o universo One Chicago tem um crossover - e você fez parte de alguns deles, mas nunca apareceu em Chicago P.D. O que está acontecendo? Isso vai mudar em algum momento próximo?
SCHRAM: Eles precisam ter um bebê na delegacia, para eu poder visitar! O pessoal de P.D. sempre vem ao nosso hospital... Acho que é esse o problema: as outras séries são muito móveis, mas a nossa é muito concentrada em um cenário só.
OMELETE: Bom, de qualquer forma, deve ser incrível poder atuar dentro de um universo tão expansivo. Como você se sente sobre isso, como atriz? É sempre surpreendente quando os novos roteiros chegam?
Steven Weber e Jessy Schram em Chicago Med (Reprodução)
SCHRAM: Oh, eu amo quando temos uma participação especial! Isso não é segredo, porque ela postou no Instagram: nesta temporada, teremos Burgess [personagem de P.D. interpretada por Marina Squerciati] em Chicago Med, e foi muito divertido recebê-la! E sabe, às vezes os roteiros dizem que teremos uma participação especial, mas no fim das contas as agendas entram em conflito e eles substituem aquele personagem por algum dos nossos - mas é sempre divertido ver aquele nome na página, e imaginar como vai ser quando aquele personagem entrar no nosso universo.
OMELETE: Bom, a sua jornada com essa personagem tem sido fantástica. No início, só ouvíamos falar de Hannah em histórias relacionadas ao seu vício, mas isso mudou muito radicalmente com o passar dos anos. Você ficou surpresa com isso? Como vê a trajetória de Hannah dentro da série?
SCHRAM: Eu nunca imaginei que isso ia acontecer. Eu cheguei como atriz convidada, embora eles tenham me dito que talvez eu ficasse por mais tempo... e eu realmente aplaudo o time de roteiristas por não evitar as partes mais espinhosas da história de Hannah. Muita gente pode considerá-la quebrada ou danificada, mas esse time olhou para ela e viu os pedacinhos como uma oportunidade de criar uma jornada importante.
No decorrer das temporadas, Hannah lutou contra uma série de estigmas, pudemos ver como alguém que precisa enfrentar essas coisas se movimenta pelo mundo. E, enquanto isso, ela nunca deixou de ser uma médica boa para c*ralho! Chiago Med permitiu que Hannah fosse poderosa e vulnerável ao mesmo tempo, que ela se libertasse dos estereótipos. Esse é o principal motivo pelo qual eu a amo, e pelo qual tanta gente vem falar comigo na rua para dividir suas próprias histórias.
Ver Hannah sair do momento mais baixo de sua vida, e não só se recuperar, voltar a funcionar como pessoa, sobreviver, mas florescer... Eu não esperava que tudo isso ia acontecer com ela, e acho que é especial que tenhamos contado essa história, especialmente na TV aberta [dos EUA, onde Med é exibido pela NBC].
OMELETE: Por fim, queria perguntar sobre a recente cerimônia do Emmy 2025, onde The Pitt ganhou várias estatuetas, e muitos dos atores e produtores usaram seus discursos para frisar a importância do trabalho dos profissionais de saúde. Como você vê a importância das séries médicas nesse sentido?
SCHRAM: Eu amo que podemos chamar a atenção do público para essas pessoas. Durante meu tempo neste papel, pude fazer algumas pesquisar de campo, seguindo profissionais de saúde por um dia, conversando com muitos deles. Sem contar que meu irmão é um bombeiro, e minha irmã é uma enfermeira!
No fundo, acho que é maravilhoso que possamos jogar luz na humanidade dessas pessoas - e especialmente mostrar que eles são muito mais do que somente suas profissões. Para a maioria das pessoas, um médico é alguém a quem você recorre quando está tendo o pior dia da sua vida, entende? Tentar mostrar que eles são mais do que isso, torná-los mais humanos, para que as pessoas os apreciem mais... acho que é uma missão incrível, importante, necessária.
OMELETE: Perfeito, Jessy. Muito obrigado!
SCHRAM: Eu que agradeço!