Assim como na categoria de canção original, os indicados ao Oscar por melhor trilha sonora em 2019 incluem uma grande variedade de gêneros, desde animação até filme sobre a Ku Klux Klan. Assim, os compositores indicados também diferem bastante, com nomes indicados pela primeira vez até veteranos da Academia, que já ganharam mais de uma vez na premiação. Ouça e conheça mais sobre cada uma das trilhas indicadas abaixo:
Pantera Negra - Ludwig Göransson
O compositor sueco Ludwig Göransson comemora a sua primeira indicação ao Oscar com a trilha de Pantera Negra, apesar de já ter sido aclamado por outros trabalhos também ao lado do diretor Ryan Coogler, como Creed: Nascido para Lutar.
Göransson estudou ritmos africanos para o longa, passando um mês em Senegal e fazendo uma análise dos ritmos africanos na África do Sul, na Biblioteca Internacional de Música Africana de Grahamstown. “A música da África é uma linguagem, ela tem um propósito", o compositor disse à Pitchfork. "Cada ritmo foi escrito por um propósito, para uma cerimônia, para um rei (...) Existem instrumentos diferentes para cada tribo, e cada som significa algo único”.
Infiltrado na Klan - Terence Blanchard
Terence Blanchard também tem sua primeira indicação na Academia neste ano, por seu trabalho em Infiltrado na Klan, mas também recebeu elogios por trabalhos anteriores com o diretor Spike Lee, como em A Última Noite.
Sobre o direcionamento do diretor e a ideia da trilha sonora, Blanchard explicou à Vulture: "Ele me disse 'banda de R&B' e eu respondi 'Guitarra'. Eu não dei motivos, mas eu quis usar por causa de Jimi Hendrix. Eu ouvi ele tocando o hino em Woodstock quando eu era criança, e foi muito patriótico".
Se a Rua Beale Falasse - Nicholas Britell
Nicholas Britell recebe a sua segunda indicação ao Oscar este ano por sua nova parceria com Barry Jenkins em Se A Rua Beale Falasse. Sua primeira menção na Academia foi por Moonlight - Sob a Luz do Luar.
Sobre a música de Se A Rua Beale Falasse, Britell explicou o som do violoncelo, que permeia toda a trilha. A escolha aconteceu depois que as composições estavam escritas, mas eram baseadas em metais: "Tinha algo errado. Faltava algo. E descobrimos que o que faltava eram cordas. O filme foca em amor e injustiça, e o violoncelo simboliza isso".
Este ano, Britell também esteve por trás das composições de Vice.
Ilha de Cachorros - Alexandre Desplat
A animação de Wes Anderson, Ilha de Cachorros, trouxe a trilha sonora do último vencedor do Oscar, Alexandre Desplat, que levou a estatueta em 2018 por A Forma da Água. Esta não é a primeira vez que o compositor trabalhou em parceria com Anderson, tendo composto também as trilhas de Moonrise Kingdom, O Fantástico Sr. Raposo e O Grande Hotel Budapeste, pelo qual também ganhou o Oscar, em 2015.
A trilha de Ilha de Cachorros se utiliza de muitos tambores e se aproveita pouco da temática japonesa do filme. Sobre isso, o compositor explicou muito bem: “A vantagem dos tambores é que eles tocam muitas coisas ao mesmo tempo, são várias emoções. É a força por trás de um exército. Se eu tivesse usado instrumentos japoneses eu sinto que soaria um pouco colonialista. E isto é algo que nem passou pela nossa cabeça”.
O Retorno de Mary Poppins - Marc Shaiman
Além de Alexandre Desplat, o outro veterano indicado este ano é Marc Shaiman, nome por trás da trilha de O Retorno de Mary Poppins. Shaiman nunca saiu vitorioso, mas já foi indicado sete vezes, por filmes como South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes, Patch Adams, o Amor é Contagiante e O Clube das Desquitadas.
Para O Retorno de Mary Poppins, Shaiman se encontrou com o compositor da trilha do Mary Poppins original, Richard Sherman, e se emocionou: "Eu voltei a ter quatro anos de idade. Ele estava na minha frente e eu perguntei tudo! Por que ele escreveu uma música, por que estava neste tom. Suas escolhas de palavras. A coisa mais linda foi que ele amou o nosso filme, ele sentiu que estava em boas mãos. Isso, de algum jeito, foi como passar o bastão".