Não é à toa que Blue Lock foi o mangá mais vendido de 2023, e o quinto mais vendido de 2024 no Japão. A obra de Muneyuki Kaneshiro entrega uma jornada esportiva que flerta, mas não se entrega, ao fantasioso, enquanto constrói personagens cada vez mais interessantes no ritmo insano de uma partida de futebol.
Para quem não viveu o fenômeno da primeira temporada do anime — ou a decepção com a segunda —, Blue Lock acompanha Isagi Yoichi, jovem promessa do futebol japonês. Após uma derrota dolorosa numa partida em que defendia sua escola, ele é convidado a fazer parte do projeto Blue Lock, iniciativa do gênio Ego Jinpachi para forjar o melhor atacante do mundo.
Sua ideia é criar um ambiente de competitividade intensa, em que os jogadores eliminados nunca mais poderão representar a seleção nacional do Japão, e a sobrevivência depende do egoísmo nato de um centroavante.
Reprodução/Kodansha
O mangá já ultrapassou a barreira dos 300 capítulos e, apesar de certos problemas de ritmo para quem acompanha os lançamentos semanalmente, é muito bom em sua integridade, mas esse talvez seja o melhor momento para embarcar nessa jornada.
Blue Lock está terminando um respiro que encerrou o último arco, um dos melhores do mangá até agora, e as expectativas para o que está por vir são altíssimas.
Spoilers minúsculos de Blue Lock a seguir!
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Isagi e seus companheiros já entregaram excelentes narrativas na partida contra a seleção sub-20 do Japão e na Liga Neo-Egoísta — este último, por sinal, é o próximo arco a virar anime. Agora, com todos os jogadores em seu auge físico e técnico, inicia-se a Copa do Mundo Sub-20, que finalmente colocará os melhores jovens atletas do mundo em uma competição justa contra as cobaias de Ego Jinpachi.
Pela primeira vez desde o arco retratado na segunda temporada do anime, veremos o Blue Lock unindo forças em um objetivo comum: erguer a taça de campeão do mundo. Se na Liga Neo-Egoísta nós víamos os personagens em diferentes times, finalmente chegou a hora de juntar todos os talentos que foram construídos até aqui.
Isso sem falar em todo o drama extra-campo que vem cozinhando nos últimos capítulos. As últimas viradas de roteiro pegaram qualquer um desprevenido, e mal podemos esperar para ver como elas irão afetar os jogadores.
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Para quem leu o mangá semanalmente, a caminhada até esse ponto foi lenta e, muitas vezes, exaustiva. Quem começar a ler agora, entretanto, vai aproveitar ao máximo o ritmo adotado por Kaneshiro, que é digno de devorar um capítulo em minutos, ansiando pelo que irá acontecer ao virar a página.
O lado artístico ajuda bastante, já que Blue Lock tem, sem sombra de dúvidas, um dos melhores traços da indústria quando falamos de mangás semanais. Praticamente todo capítulo conta com um quadro belíssimo, colocando várias outras obras ainda mais mainstream no chinelo.
Maratonar Blue Lock agora é um rush de adrenalina regado a artes incríveis, e vai deixar qualquer leitor extremamente ansioso pelo próximo capítulo. O mundo precisa de mais pessoas com quem eu possa comentar o mangá, e espero bastante que você tenha se convencido de que vale a pena!
No Brasil, Blue Lock é responsabilidade da Panini, que já lançou 30 dos 35 volumes lançados no Japão.