Apesar de ter sido palco de grandes títulos no cinema e na TV, 2024 também foi um ano marcado por decepções inesquecíveis. A mais marcante delas, claro, foi Coringa: Delírio a Dois, sequência do filme estrelado por Joaquin Phoenix que contou com o retorno do ator ao lado de Lady Gaga. Grande parte dos fãs rejeitaram o longa e seus elementos musicais, e o resultado nas bilheterias foi nada menos do que pavoroso.
Ainda no cinema, Back to Black, cinebiografia de Amy Winehouse estrelada por Marisa Abela, também fracassou e recebeu chuvas de críticas de imprensa e público, assim como MaXXXine, filme responsável por encerrar a trilogia de terror protagonizada por Mia Goth. No mundo das séries, o destaque negativo ficou com a segunda temporada de A Casa do Dragão, que decepcionou até mesmo o autor George R.R. Martin.
As grandes decepções marcaram até os animes e o mundo otaku. Blue Lock, que foi um dos principais títulos de 2023, finalmente retornou com sua segunda temporada e entregou uma qualidade de animação muito inferior à anterior, causando revolta nos fãs do mangá.
Abaixo, o Omelete listou as 5 maiores decepcões de 2024 entre muitos lançamentos da cultura pop.
Essa lista faz parte do Omelhor, premiação do Omelete que reconhece os grandes acontecimentos da cultura pop no ano.
5. Back to Black
As biografias musicais viraram um filão depois do sucesso arrebatador de Bohemian Rhapsody. O gênero não é novidade e tem sim bons exemplos - vide Straight Outta Compton, Johnny & June e Não Estou Lá -, entretanto, a mistura de familiares envolvidos na produção e roteiros chapa branca, só tem feito mal ao formato. Foi assim com o filme de Whitney Houston, em 2023, e Bob Marley, neste ano, mas, de longe, o que menos aproveitou seu potencial foi Back to Black, que contou a tragédia de Amy Winehouse.
O filme ignora momentos importantíssimos - principalmente o relacionamento tóxico com o pai - e transforma o casamento da cantora e Blake Fielder em um caso de novela, quando, na verdade, ele foi algo muito mais grave. Como na maioria dos filmes citados, Marisa Abela, a protagonista, é a menos culpada por tudo isso e até se esforça em cantar e tentar emular a voz icônica de Winehouse. Como fã de Bruce Springsteen, espero que não cometam o mesmo erro no vindouro filme com Jeremy Allen White. E em 2025 ainda teremos Michael, que, vejam só, teve envolvimento da família do Rei do Pop. Oremos. - Alexandre Almeida
4. Blue Lock
Blue Lock foi, com margem bem confortável, o mangá mais vendido de 2023 no Japão — e não é à toa. O quadrinho entrega arte belíssima e um enredo em constante tensão semanalmente, e a epítome disso tudo foi o arco Blue Lock x Japão Sub-20. A adaptação da aguardada partida, entretanto, foi aquém do esperado. O início da segunda temporada, que ainda tratava da Terceira Seleção, foi execrado na internet pela animação digna de apresentação de slides.
O grande jogo até mostrou algumas melhorias, mas já era tarde para recuperar a moral: mesmo que as expectativas e o público estivessem a favor de Isagi e seus companheiros, a promissora equipe saiu derrotada dessa temporada. - Breno Deolindo
3. MaXXXine
Quem diria que, depois de começar tão bem, a trilogia X de Ti West terminaria tão… esquecível. Se o simulacro de anos 1970 do primeiro filme e a homenagem a O Mágico de Oz do capítulo do meio, Pearl, acertaram na mosca, aqui o cineasta parece não saber nem onde o alvo está pendurado: meio exploitation oitentista, meio zoação com Hollywood, meio elegia ao pânico satânico que dominou os EUA em uma fatia curiosa do século XX, MaXXXine não faz nenhum favor à sua talentosa estrela, Mia Goth, quando desenha o final do arco da protagonista sem encontrar um cacoete estético sequer para se apoiar. O resultado final é a definição cinematográfica de “não fede nem cheira”. - Caio Coletti
2. A Casa do Dragão
Derivado de uma das maiores séries de todos os tempos, A Casa do Dragão carrega uma responsabilidade imensa quando exibe um novo episódio. O sucesso da primeira temporada aumentou ainda mais as expectativas dos fãs para a estreia do segundo ano, mas quando os episódios começaram a sair na HBO, uma grande parcela foi tomada pela decepção e descrédito.
Reclamações sobre o arco de Daemon (Matt Smith) em Harrenhal, a falta de ação em grande parte da temporada e episódios que pouco acrescentam à narrativa inundaram as redes sociais. Até George R.R. Martin, autor dos livros que inspiraram a franquia, mostrou insatisfação com algumas escolhas criativas para o segundo ano. Com tão pouca entrega de momentos realmente marcantes, A Casa do Dragão teve uma segunda temporada extremamente decepcionante. - André Zuliani
1. Coringa: Delírio a Dois
Talvez seja possível falar em tragédia anunciada quando pensamos em Coringa: Delírio a Dois. Afinal, desde quando surgiram os primeiros rumores de que a sequência do sucesso de 2019 estrelado por Joaquin Phoenix seria um musical, muitos fãs começaram a torcer o nariz. Tudo piorou quando a Warner, com uma estratégia de marketing um tanto equivocada, não deixou claro que o longa realmente teria elementos musicais.
A estreia veio e, para além de ser um musical ou não, o filme flopou de forma retumbante. O fracasso nas bilheterias e a chuva de críticas negativas enterraram qualquer possibilidade de um terceiro filme e fez de Coringa a Dois um dos maiores desastres da história da parceria Warner/DC. Um fim melancólico para uma “franquia” que deu um merecido Oscar a Phoenix. - André Zuliani