O filme O Oficial e o Espião, do diretor Roman Polanski, tem 12 indicações ao César Awards, premiação francesa que acontece nesta sexta-feira (28), mas o cineasta não vai comparecer ao evento. Em declaração à Variety, Polanski disse que “recebeu ameaças de linchamento público de ativistas” e que “já sabe como a noite vai ser”.
“Por vários dias as pessoas me perguntaram se vou ou não comparecer à cerimônia do César? A pergunta que eu devolvi é: como eu poderia?”, disse o diretor, apontando que algumas pessoas já anunciaram protestos em frente ao evento e que outras “vão usar a premiação como palanque para criticar o governo. Será mais um simpósio do que uma celebração do cinema”.
As indicações recebidas por Polanski causaram polêmica, inclusive entre os artistas, devido ao histórico de assédio sexual do diretor e as ações que resultaram em sua expulsão da Academia. A atriz Adèle Haenel, também indicada ao prêmio francês, disse ao Playlist que o cineasta e a premiação “estão cuspindo na cara das suas vítimas. É como se estuprar mulheres não fosse tão ruim”.
O Oficial e o Espião retrata a história real do julgamento do militar judeu Alfred Dreyfus, que foi equivocadamente acusado de traição e condenado à prisão perpétua na Ilha do Diabo, na Guiana Francesa. A previsão de estreia no Brasil é 12 de março.