Cena de A Menina Que Matou os Pais

Créditos da imagem: Amazon Prime Video/Divulgação

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Filmes sobre Caso Richthofen | Diretor explica formato "dois em um"

Para Mauricio Eça e o roteirista Raphael Montes, divisão permite "experiência mais forte"

Omelete
3 min de leitura
24.09.2021, às 12H00.
Atualizada em 28.02.2024, ÀS 00H47

Filmes que trabalham diferentes pontos de vista em uma só trama não são raridade, por isso surpreende a escolha do diretor Mauricio Eça e dos roteiristas Ilana Casoy e Raphael Montes em separar em dois longas as perspectivas de Suzane von Richtofen e Daniel Cravinhos sobre o Caso Von Richthofen. O Omelete pôde conversar com o cineasta e Montes sobre os motivos que levaram eles a formatarem A Menina Que Matou Os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais, lançamentos do Amazon Prime Video, como obras complementares, mas separadas.

Cada longa tem aproximadamente 80 minutos de duração e conta um ponto de vista diferente da história do casal de namorados: no primeiro filme, o de Daniel. No segundo, o de Suzane. Os roteiros têm como base as informações contidas nos autos do processo que terminou com a condenação dos dois pela morte dos pais de Suzane.

"A gente originalmente desenvolveu um filme só, que continha as duas versões, mas aí a gente sacou que tinha dois filmes na mão", explicou Eça. "Porque seria uma experiência mais forte ter os dois filmes: o espectador assistir a eles e poder fazer o seu julgamento. O que é interessante é que cada um ali tem uma verdade, o que desperta questões como qual que é a verdade, qual que é menos verdade. Os filmes acabam sendo um quebra-cabeça, eles acabam sendo complementares, ou contraditórios", adicionou.

A decisão de dividir o que era um roteiro único em dois acabou resultando em mais trabalho para Casoy e Montes, como recordou o escritor. "Como o Eça falou, a gente escreveu um filme que já tinha essa proposta de fazer duas visões, mas aí surgiu essa ideia ainda mais inovadora: fazer dois filmes. E fazer dois filmes não é pegar o roteiro que já existe e cortar ao meio. É necessário, em termos de dramaturgia, escrever dois filmes", disse. "E por isso, de propósito, a gente criou o que a gente chama de cenas-espelho, que são cenas que são idênticas nos dois filmes, mas absolutamente distintas, porque a maneira que cada um conta é diferente".

Com a divisão em duas histórias distintas, mas complementares, o plano inicial de lançamento de A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais  era que ambos os filmes fossem exibidos em sessões alternadas nas mesmas salas de cinema, o que foi descartado com a pandemia da covid-19.

A produção dos filmes não têm nenhuma relação com Suzane Von Richthofen e Daniel Cravinhos e se baseia inteiramente nos depoimentos que estão nos autos do processo. Com isso, eles não receberam dinheiro da produção e não receberão nada após o lançamento.

A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais têm direção de Eça (Apneia e Carrossel) e roteiro assinado por Casoy, criminóloga, escritora e maior especialista em serial killers do Brasil, juntamente com Montes, escritor brasileiro de literatura policial.

O elenco traz ainda Allan Souza Lima, Kauan CeglioLeonardo MedeirosVera ZimmermannAugusto MadeiraDebora DubocMarcelo VárzeaFernanda Viacava, Gabi Lopes e Taiguara Nazareth. Para o papel de Suzane, Carla Diaz afirmou que se inspirou em produções como Laranja Mecânica e O Silêncio dos Inocentes.

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