The Walking Dead | Episódio perde tempo em subtramas inúteis, mas traz prisões importantes
Rick refém de Jadis e Gregory preso em Hilltop podem render movimentos importantes na série
Com um título que prometia importância na trama por fazer referência à listinha macabra de Negan (Jeffrey Dean Morgan), "The King, the Widow, and Rick", sexto episódio da oitava temporada de The Walking Dead, se revelou mais um episódio frio de meio de temporada. Ainda que extremamente barulhenta nos primeiros episódios, a série vinha apresentando uma narrativa coerente na hora de contar a história da preparação tática da guerra contra Negan e o episódio anterior, "The Big Scary U", foi um ótimo reflexo dessa caminhada regular. Contudo, "The King, the Widow, and Rick" focou em subtramas que beiravam o aleatório em praticamente todos os núcleos - o principal evento do episódio, a ida de Rick (Andrew Lincoln) ao covil de Jadis (Pollyanna McIntosh) poderia ter sido melhor trabalhada para não ter avançado tão pouco perdida em meio às outras histórias.
A temporada até agora girou em torno do plano de Rick e de seus aliados contra os Salvadores - o espectador não sabe os passos desse planejamento tático, o que é muito interessante do ponto de vista de pegar quem assiste a série de surpresa tanto quando as estratégias dão certo quanto no caso contrário. Contudo, o episódio mostrou Rick achando um bom esquema ir até o lixão sozinho tentar trazer Jadis e seu povo de volta para o seu lado na luta contra os Salvadores. Ainda que a longo prazo haja uma boa justificativa para isso, nesse momento, soa apenas como uma escolha estúpida levando em conta os antecedentes - como a própria líder do lixão faz questão de lembrar, ela deu um tiro em Rick. A interação entre os dois só se salva quando fica claro que a trama não vai seguir por um caminho utópico e inverossímil de apresentar Jadis comovida pelo discurso motivacional de Rick se juntando à causa dele - ao invés disso, a mulher atira o líder de Alexandria dentro de um container abafado.
Enquanto isso, no Reino, Carol (Melissa McBride) passou todas suas cenas lidando com crianças, metafóricas ou literais. Durante grande parte do episódio, a sobrevivente observou o luto pelas recentes mortes no Reino e tentou convencer Ezekiel (Khary Payton) a voltar a ser um líder para o povo que o segue. Ainda que seja extremamente maçante ver o líder do Reino em estado de negação a essa altura do campeonato, há algo de interessante nessa interação, já que os dois estiveram em papéis invertidos quando a mulher resolveu se isolar em uma cabana - a cumplicidade entre os dois está se tornando mais sólida. No resto do tempo, Carol precisou lidar com Henry (Macsen Lintz), o irmão mais novo de Benjamin (Logan Miller) - ainda que pouca coisa tenha saído disso, o histórico de interação de Carol com crianças é suficiente para que o espectador fique apreensivo com o que sairá disso.
O personagem Siddiq (Avi Nash), introduzido no começo da temporada, finalmente deu as caras de novo, ainda que em um contexto completamente aleatório. Por algum motivo, o homem misterioso migrou para o entorno de Alexandria e Carl (Chandler Riggs) passou a observá-lo nesse curto intervalo de tempo. A cena entre os dois começa com Carl tentando remediar a reação intempestiva de seu pai durante o primeiro contato com o homem e termina com os dois lutando juntos contra um pequeno grupo de zumbis - o herdeiro Grimes quase morre caído no meio das tripas de um animal morto. O problema da sequência é que quem acompanha The Walking Dead há oito temporadas sabe exatamente os momentos em que a série está fazendo hora extra - esse foi um deles.
Michonne (Danai Gurira) também deu as caras, mas motivada por uma razão de razoabilidade questionável: a primeira dama de Alexandria desafiou o planejamento coletivo apenas para atender o capricho de ver o estado do Santuário dos Salvadores. Ao lado de Rosita (Christian Serratos) - que inesperadamente salvou o episódio com a cena do lança-míssil -, as duas descobriram um plano de aliados de Negan para libertar os vilões usando um carro repleto de caixas de som. Assim como o conflito de Carl com os zumbis, a cena de Michonne e Rosita teve início, meio e fim nesse episódio: após uma batalha, o plano dos vilões foi interrompido pela interferência classificada entre conveniente e milagrosa de Daryl (Normam Reedus) e Tara (Alanna Masterson).
"The King, the Widow, and Rick", entre tanta subtrama criada para fazer hora, teve dois momentos que podem ser interessantes a longo prazo: o conceito de prisão. Além de Rick, preso por Jadis, Gregory (Xander Berkeley) e os Salvadores que Jesus (Tom Payne) levou para Hilltop foram trancafiados por Maggie (Lauren Cohan) em uma espécie de cela improvisada. Ainda que se afastem momentaneamente do foco principal da temporada, que é a Guerra Total, ambas situações são favoráveis para a criação de uma trama instigante. Rick preso levanta questões sobre o que seus homens vão fazer quando derem pela falta do líder e que carta Jadis tem na manga para arrriscar um ato desses mesmo depois de ter visto tudo o que viu. Em Hilltop, há, além dos possíveis resultados de colocar um homem ardiloso como Gregory no meio de inimigos de guerra, a questão de como a população está avaliando a liderança de Maggie agora que ela colocou um monte de Salvadores no quintal de casa.
O próximo episódio de The Walking Dead, "Time For After", vai ao ar em 3 de dezembro. The Walking Dead é transmitido no Brasil nas madrugadas de domingo para segunda-feira, pelo canal pago Fox, às 00h30.
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