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The Walking Dead entrega anti-clímax no episódio mais importante do ano

Após bom começo, temporada encerra primeira metade apenas com a esperança de algo bom vir em 2016

Omelete
3 min de leitura
30.11.2015, às 11H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

The Walking Dead preparou o terreno ao menos duas vezes na metade desta sexta temporada e não entregou o esperado em nenhuma delas. Diferente de boa parte dos anos anteriores, quando enrolava em situações banais mas finalizava com episódios tensos e memoráveis, a série decidiu focar em dramas menores, mas sem resoluções satisfatórias. Não a toa, boa parte dos personagens está com os mesmos problemas do início do ano.

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Por outro lado, o seriado aprendeu a dar espaço para algumas pessoas se desenvolverem. Morgan (Lennie James) deixou de se tornar um mistério para virar um problema e Carl (Chandler Riggs) abraçou a vida adulta sem as crises adolescentes de seu antagonista de núcleo, Ron (Austin Abrams), o filho mais velho de Jessie (Alexandra Breckenridge). Rick (Andrew Lincoln) e os outros sobreviventes que estão fora de Alexandria, porém, não acrescentaram em nada a esta primeira parte da temporada. O jeito que eles começaram o ano é praticamente igual ao que encerraram - e a cena "pós-créditos" pouco significa para quem não conhece o perfil de Negan (Jeffrey Dean Morgan), mas falaremos sobre isso mais na frente.

No meio do caminho

É inegável que The Walking Dead soube construir bem seu início de temporada. Os episódios do começo conseguiram alternar bem entre o drama dos personagens e o contexto geral, criando uma atmosfera gigante de problemas a serem resolvidos, com inúmeras situações de grande potencial. A decisão foi investir em mistérios vazios, conforme o próprio final provou - depois de sabermos que Glenn (Steven Yeun) estava vivo, esqueceram da importância dele. No fundo, ele serviu apenas para causar um frisson nos fãs.

Neste último episódio, a tensão de outrora voltou. Carol (Melissa McBride), mais uma vez provando ser uma das melhores personagens da série, se impôs contra Morga, em um embate que apresenta dois lados da mesma moeda - ambos são boas pessoas, mas acreditam em métodos de sobrevivência completamente distintos. Dentro da casa de Jessie, Deanna (Tovah Feldush) passa o bastão para Rick de uma vez e vê uma família símbolo da 'pureza' de Alexandria se banhar nas entranhas de mortos-vivos.

Vale dizer que nenhuma das situações é nova, afinal já vimos estes mesmos fatos em outras temporadas. A caminhada final deu uma cara de anti-clímax completo ao episódio, que conseguiu criar uma tensão interessante, mas se encerrou com um gancho besta e esqueceu de novo a história. O chamado de "mãe" do garoto é tão banal quanto o "socorro" do rádio de alguns capítulos atrás; uma artifício feito pura e simplesmente para instigar o espectador até o próximo episódio.

Por fim, The Walking Dead mostrou que usará Negan ainda nesta temporada - entenda mais sobre ele aqui. O vilão pode mudar a cara da série, pois encarna uma gama de conceitos que ainda não foram mostrados, além de participar de vários momentos importantes nos quadrinhos. Para isso dar certo, porém, o seriado precisa se preocupar em contar uma história que tenha substância e investir em personagens que avancem na trama. Não adianta apenas entregar um suspense para a internet discutir durante a semana, pois além de ser cansativo tem um prazo de validade curto.

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