Cena de The Walking Dead/ Divulgação/AMC

Créditos da imagem: Cena de The Walking Dead/ Divulgação/AMC

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The Walking Dead planta mistério e segue avançando em questões políticas

Segundo episódio mostrou Rick e Maggie encarando desafios da liderança

15.10.2018, às 12H30.
Atualizada em 15.10.2018, ÀS 14H06

Desde a entrada de Negan (Jeffrey Dean Morgan), The Walking Dead segue estruturas narrativas bastante previsíveis no que diz respeito à trama principal. Apesar de mudanças extremamente significativas em relação aos quadrinhos - como a morte de Carl (Chandler Riggs), por exemplo - o desenvolvimento e a conclusão do arco Guerra Total foram tão fiéis quanto possível ao material-base. No segundo episódio da nona temporada, contudo, The Walking Dead pode ter aberto espaço para um enredo realmente inédito em relação aos quadrinhos - e, dessa vez, em uma virada inesperada, as vítimas são os Salvadores, outrora os vilões da trama.

No começo do episódio, Michonne (Danai Gurira) entrou em um embate diplomático com Maggie (Lauren Cohan) sobre manter o fornecimento de grãos para o Santuário, apesar de não ter recebido o carregamento de etanol necessário para o funcionamento das máquinas que fazem parte do trabalho de plantio e colheita. O motivo foi o desaparecimento dos Salvadores que se encarregaram de levar o combustível até a comunidade vizinha - como alguns dos ex-seguidores de Negan estavam debandando sob o controle de Rick (Andrew Lincoln), a conclusão óbvia é que eles também haviam fugido também. Contudo, nos segundos finais, o público descobriu a presença de um assassino misterioso de Salvadores.

É um bom mistério para quebrar o fato de todas as expectativas do novo ano estarem inteiramente debruçadas na saída de Andrew Lincoln e na introdução dos Sussurradores. É interessante do ponto de vista de ser um efeito colateral justificável: nem todo mundo ficou satisfeito com a forma como Rick conduziu o fim da guerra e reações ao novo modelo eram inevitáveis. Contudo, ao invés de colocar a reação nas mãos dos Salvadores, a série optou por adicionar alguma complexidade ao não isentá-los de comportamentos condenáveis, mas que, ainda assim, não justificam suas execuções. Mais interessante que isso é poder descartar nomes óbvios como Maggie ou Daryl (Norman Reedus) nessa equação, já que, no momento da morte do Salvador na cena final, havia alguma cumplicidade entre vítima e executor.

O segundo episódio do novo ano manteve, aliás, o ritmo que foi apresentado na estreia da temporada. Há um modelo pronto para episódios de The Walking Dead que não são destinados à grandiosidade: questões mais intimistas avançam, como Rick e Maggie lidando e amadurecendo com conflitos pertinentes à liderança, a história é interrompida por uma ameaça zumbi aleatória que não traz impactos realmente significativos à trama - Aaron (Ross Marquand) perder um braço não é o evento do ano, mesmo sendo ele um bom personagem - e um discurso poderoso dá o tom moral do capítulo. Como foi introduzido na estreia, a temporada seguirá por caminhos muito mais ligados à política do que à desafios físicos e ambos são igualmente parte da luta pela sobrevivência.

Há pequenas tramas que pincelam o futuro de alguns personagens no episódio também, como foi o caso de Jadis/ Anne (Pollyanna McIntosh). Além da cena bem ligeira que a conecta mais uma vez com o helicóptero misterioso que assombra os espectadores há tempos, a sobrevivente do lixão engatou um novo arco romântico com ninguém menos que o padre Gabriel (Seth Gilliam). O recurso narrativo usado para isso, aliás, desperdiçou a possibilidade de alguns conflitos psicológicos interessantes - ao invés de colocar Gabriel questionando o celibato, a série preferiu revelar que ele sempre foi episcopal, logo, sem problemas em manter relacionamentos com mulheres.

O destaque do episódio ficou, contudo, nas mãos de Negan. Mesmo aprisionado, o vilão continua tendo força em cena dentro de sua loucura destrutiva megalomaníaca. É difícil saber onde isso levará o personagem ao longo da temporada, mas o assassinato de Salvadores pode fazer com que seus antigos seguidores sintam falta da proteção que ele oferecia e questionem o papel de Rick. Negan ainda é uma potência na série e, além de ser incrível o quanto ele e o xerife de Lincoln tem uma química antagônica realmente perfeita em seus diálogos carregados de tensão, é certo que ele ainda será parte crucial do mundo de The Walking Dead em sua nona temporada. Resta esperar para entender exatamente onde ele se encaixará na nova história que, a bem da verdade, ainda segue nebulosa.

O próximo episódio de The Walking Dead, intitulado "Warning Signs", vai ao ar em 21 de outubro.  No Brasil, o programa é transmitido pelos canais pagos Fox Fox Premium e no serviço de streaming Fox App.

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