A Primeira Profecia, prequel do clássico de terror de 1976, é encabeçado por duas novatas. A diretora Arkasha Stevenson comanda, pela primeira vez, um longa-metragem, e a estrela é Nell Tiger Free, que nunca havia protagonizado um blockbuster antes. Em volta das duas, estão nomes experientes. O elenco, por exemplo, inclui Charles Dance, Bill Nighy e um nome muito querido aos brasileiros: Sônia Braga.
A atriz de Bacurau e O Beijo da Mulher Aranha interpreta a Irmã Silva, uma freira no convento para o qual a personagem de Tiger Free é enviada, e onde uma gravidez misteriosa levanta sussurros de atividades demoníacas. Por trás das cenas, porém, ela teve um papel importante para as novatas, que celebraram seu tempo com a brasileira em entrevista ao Omelete e Chippu. “Sônia realmente é única. Ela é uma figura,” relembrou Tiger Free. “Sônia é mágica. Ela é uma dessas pessoas que parece ter sempre uma aura à sua volta,” acrescentou Stevenson.
Elogios empolgados à parte, ambas falaram especificamente do impacto de Sônia Braga no seu trabalho em A Primeira Profecia. A começar por Tiger Free: “Sônia trouxe sua personagem à vida, e eu tive a sorte de contracenar bastante com ela. Passei muito tempo com ela, e ela deixou cada dia diferente do anterior. Ela é pura energia, uma pessoa fantástica e dá ótimos conselhos,” disse a atriz, veterana da série de suspense Servo, do Apple TV+.
Tiger Free interpreta Margaret, uma jovem americana que vai para Roma com o intuito de começar sua vida de serviço à Igreja. Em meio a uma crise de fé, ela descobre uma conspiração que pode ter consequências drásticas para o mundo espiritual. Não é exatamente o primeiro passeio de Tiger Free por uma super produção (ela teve um papel em Game of Thones) - mas, antes de A Primeira Profecia, ela nunca havia colocado seu rosto no centro de um blockbuster hollywoodiano.
Ajuda, então, ter quem consultar. Braga não é estranha à Hollywood. Por lá, ela atuou em em títulos como Extraordinário, Casamento Armado e até uma produção da Marvel: Luke Cage.
Na prática, o maior conselho que a veterana brasileira deu para a jovem britânica no centro do filme foi como fugir do óbvio na sua atuação. “Sônia deu tantas cores diferentes à personagem, que poderia ter sido interpretada de um jeito bem direto, bem, você sabe, clássico de terror, com distanciamento. Mas ela trouxe uma personalidade própria e fez muita diferença,” contou Tiger Free.
Na entrevista, Stevenson fez questão de destacar uma conversa específica que teve com Sônia, sobre o que é fazer cinema. “Ela disse que quando você concorda em fazer um filme, você está concordando em criar um universo e uma realidade. E você passa a viver essa realidade, quer as câmeras estejam rodando, ou não” explicou a cineasta. “O filme é só um pedaço desse mundo que você criou”.
“Esse foi o poder que ela trouxe ao set todo dia. Eu aprendi muito com ela”, finalzou a cineasta. “Ela é uma mulher poderosa” Amém.
A Primeira Profecia entra em cartaz no Brasil nesta quinta-feira (4).
