Star Trek: um guia completo da franquia para você nunca mais ficar perdido

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Séries e TV

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Star Trek: um guia completo da franquia para você nunca mais ficar perdido

Com a estreia de Star Trek: Strange New Worlds, o Omelete traz um guia completo para você entender como todos os filmes e séries do universo de Jornada nas Estrelas se conectam - e também para saber onde assistir cada produção

Omelete
20 min de leitura
13.05.2022, às 12H14.

Jornada nas Estrelas. Star Trek. O nome é como você preferir. O que importa é que poucas séries da ficção foram tão influentes na cultura pop e até na ciência como a franquia iniciada no já longínquo ano de 1966, a partir da mente do produtor Gene Roddenberry.

Passados 56 anos, a jornada continua - agora, com a estreia de mais uma série, já disponível no Paramount+. Chamada Star Trek: Strange New Worlds, a produção promete resgatar uma aura mais clássica da franquia, com a famosa exploração de novos mundos e novas civilizações. Porém, para ir audaciosamente onde ninguém jamais esteve, a nova produção pede um certo conhecimento desse intrincado universo que se tornou Jornada nas Estrelas, com dezenas de filmes e séries interconectadas.

Quer dizer, não que você precise conhecer tudo para curtir a nova história, mas entender como ela se encaixa nas anteriores certamente irá melhorar a sua experiência.

Por isso, o Omelete traz a seguir a ordem cronológica de todos os filmes, séries e animações da franquia - seja para você saber a sequência correta para maratonar, ou apenas para entender como Strange New Worlds se conecta com o resto da linha do tempo.

Como diz um certo capitão, “engage!”

O espaço, a fronteira final

Antes de ganhar a galáxia, há considerações importantes que farão com que você aproveite melhor o universo de Star Trek.

Primeira coisa: produções de épocas diferentes se alternam, então releve mudanças estéticas e tecnológicas. A maquiagem de uma raça alienígena pode sofrer consideráveis modificações entre uma produção e outra - sendo o exemplo mais notável o dos klingons.

Isso porque a nossa própria tecnologia evoluiu nessas quase seis décadas, além do orçamento dessas produções ter crescido consideravelmente.

Não é apenas isso. Algumas coisas feitas em 1966 são completamente anacrônicas para hoje, como a necessidade de usar uma manivela para andar nos turbo-elevadores ou a existência de fitas com dados. Por outro lado, a série previu dispositivos como celulares, comunicadores, computadores pessoais e muito mais. A ciência sempre foi uma base importante de Star Trek, o que mostra a sua relevância para além da ficção.

Há também a evolução na forma como as histórias são contadas. Jornada nas Estrelas: A Série Clássica, aquela de 1966, investe em enredos episódicos e em interpretações exageradas, como era comum na ficção científica televisiva daqueles tempos. Star Trek: Discovery, mais recente, explora grandes arcos para as suas temporadas.

É apenas o reflexo da mudança na contação de histórias.

Evento relevante: Primeiro Contato

A nossa viagem pelo futuro de Star Trek começa curiosamente por um 5 de abril, só que de 2063 - daqui 41 anos. A data é um ponto de convergência importante, que é citado em vários momentos da franquia (e que, mais para frente, será o tema principal de um dos filmes).

Após a humanidade entrar em uma Terceira Guerra Mundial que durou 27 anos, e levou o nosso planeta a um cataclisma nuclear e a um grande genocídio, o cientista Zefram Cochrane começa o desenvolvimento do que viria a ser o motor de dobra espacial - tornando possível a viagem espacial mais rápida do que a luz.

É exatamente em 5 de abril de 2063 que Cochrane consegue fazer o primeiro voo bem-sucedido com o invento. Por acaso do destino, uma nave alienígena, do planeta Vulcano, passava pela Terra naquele momento e detectou o sinal de dobra espacial.

Vendo que os humanos conseguiram alcançar tal façanha, os vulcanos vêm à Terra, se revelando pela primeira vez à Cochrane e aos outros cientistas do projeto.

Este é o Primeiro Contato - que abriu as portas do espaço à raça humana. Não estávamos mais sozinhos no universo.

Jornada nas Estrelas: Enterprise (2001-2005)
Série. 4 temporadas.
Onde assistir: Netflix, Paramount+

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Chegamos, no mundo da ficção, ao ano de 2151. É aqui onde começa Jornada nas Estrelas: Enterprise (originalmente chamada apenas Enterprise), que foi exibida na TV americana entre 2001 e 2005.

A produção funciona como um grande prelúdio para Star Trek, com uma história que se passa cerca de 115 anos antes da série clássica. Aqui acompanhamos o capitão Jonathan Archer (Scott Bakula), da recém-construída nave estelar Enterprise.

Ápice do Projeto NX, essa Enterprise é a primeira nave com capacidade de dobra 5 - permitindo viagens mais longas pelo universo. Dessa forma, Archer e sua tripulação partem em busca dos primeiros contatos com novas formas de vida e novas civilizações.

Como pano de fundo, a série detalha como a Terra Unida, união dos países daqui criada depois do Primeiro Contato, começa a evoluir para a formação da Federação Unida dos Planetas, Também vemos a origem da Frota Estelar, braço de exploração e defesa da organização e que será importante para as produções seguintes.

Infelizmente a série sofreu muitas críticas na época em que foi produzida e durou poucas temporadas - tendo um final apressado, que acelera a criação da Federação e serve mais como um episódio de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração do que de um epílogo de Enterprise.

Linha do tempo Prime

Após Jornada nas Estrelas: Enterprise, a linha do tempo de Star Trek tem uma grande bifurcação, com duas trajetórias diferentes - que, ao mesmo tempo, se completam.

A primeira, chamada de Prime pelos fãs, compreende toda a cronologia clássica da franquia - é a mesma da série dos anos 1960. É, até o momento, a linha do tempo mais explorada, com vários filmes e séries. Também é aquela dos momentos e cenas mais reconhecidas pelo público.

Vamos, então, às produções que compõem esse universo.

Star Trek: Discovery (temporadas 1 e 2, 2017-2018)
Série. 4 temporadas (no total)
Onde assistir: Paramount+

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Mais um salto do tempo, chegando em 2256 - cerca de dez anos antes dos eventos da série clássica.

A história é a primeira dentro desse universo que (ao menos no começo) tem como protagonista uma personagem que não é uma capitã. Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) é uma humana que, após ver a morte dos pais cientistas, é adotada pelo embaixador de Vulcano, Sarek (James Frain) e é criada com a cultura lógica do planeta ao lado do irmão adotivo Spock (Ethan Peck).

Anos depois, ela se alista na Frota Estelar e acaba se tornando pivô da guerra entre a Federação e a poderosa (e bélica) raça alienígena Klingon.

Uma novidade introduzida pela série é a própria nave estelar USS Discovery. Afinal, ela traz uma tecnologia inédita dentro do contexto da franquia: um motor de esporos que permite viajar pela galáxia de forma quase instantânea, por meio de saltos espaciais.

Ao final da segunda temporada, a USS Discovery e a sua tripulação viajam no tempo, indo para quase mil anos no futuro - mas falaremos sobre isso mais para frente.

Star Trek: Short Treks (2018-2020)
Antologia de curtas. 2 temporadas
Indisponível no Brasil

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Junto com Star Trek: Discovery, a Paramount produziu uma série de curtas com histórias dentro do universo de Jornada nas Estrelas envolvendo as tripulações da USS Discovery e até mesmo da USS Enterprise, que está na segunda temporada da série anterior.

São contos que lidam com momentos dos episódios, expandem acontecimento ou funcionam como teasers do que veremos a seguir. Além disso, o último episódio é um prelúdio para Star Trek: Picard.

Parte dos Short Treks ficou disponível como conteúdo extra de Star Trek: Discovery na Netflix, mas, atualmente, as duas temporadas estão indisponíveis no Brasil.

Star Trek: Strange New Worlds (2022-)
Série. 1 temporada.
Onde assistir: Paramount+

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É aqui que entra a mais nova série do universo de Jornada nas Estrelas, Star Trek: Strange New Worlds

A produção se utiliza de um gancho da segunda temporada de Discovery, quando a USS Enterprise mais famosa foi introduzida. Como ainda estamos cerca de dez anos antes dos eventos da série clássica, a produção é em grande parte inspirada no descartado primeiro piloto dessa última, chamado The Cage.

Ou seja, temos uma NCC-1701 muito antes de James T. Kirk e capitaneada por Christopher Pike (Anson Mount), ao lado de um ainda jovem Spock (Peck) e com o auxílio da Número Um (Rebecca Romjin).

De acordo com os produtores, a intenção é fazer uma série mais otimista, e com arcos de história próximos aos de Jornada nas Estrelas: A Série. As primeiras imagens e trailers já demonstram isso, com um visual mais claro e iluminado do que visto em Discovery.

Jornada nas Estrelas: A Série (1966-1969)
Série. 3 temporadas.
Onde assistir: Netflix

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Chegamos na mais clássica de todas as clássicas séries de ficção científica. Iniciada em 1966, Jornada nas Estrelas (Star Trek) foi um marco da televisão mundial, influenciando a cultura pop e a ciência até hoje.

O enredo começa em 2265, após a USS Enterprise receber da Frota Estelar uma missão de cinco anos para sair pelo espaço para encontrar novas formas de vida, novas civilizações - audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve.

Liderada pelo capitão James T. Kirk (William Shatner), ao lado do primeiro oficial e oficial de ciências Spock (Leonard Nimoy), do médico Leonard “Magro” McCoy (DeForest Kelley) e de uma grande tripulação, a Enterprise passa a viver aventuras que funcionam como metáforas para o mundo da Guerra Fria.

Ainda que soe defasada e até brega para o público de hoje, Jornada nas Estrelas ainda merece ser curtida.

Apenas um aviso: o primeiro episódio da série clássica na Netflix é justamente The Cage, o episódio piloto original que não foi aprovado nos anos 1960 e que inspira Strange New Worlds. O tom é diferente do resto da série e, hoje, a cronologia oficial considera que aqueles fatos ocorreram dez anos antes do segundo piloto, já com o Kirk de Shatner.

Star Trek: A Série Animada (1973-1974)
Série animada. 2 temporadas.
Onde assistir: Netflix

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Por mais que o criador de Jornada nas Estrelas, Gene Roddenberry, tivesse concebido uma aventura de cinco anos pelo cosmos, ele teve que se dobrar aos desejos mundanos. Vítima de baixas audiências, da ira de grupos religiosos e de cortes de orçamento em sua fase final, a série clássica acabou cancelada em 1969, após apenas três temporadas.

Porém, a comunidade de fãs da série, ainda que não grande o suficiente para manter o título no ar, era vocal o suficiente para inundar a Paramount Television de cartas e mais cartas pedindo o retorno de Jornada nas Estrelas. Além disso, as reprises se tornaram comuns na TV, revitalizando a franquia e mostrando que, talvez, o problema tenha sido apenas estar alguns anos à frente do seu tempo.

Com tudo isso, o canal NBC deu luz verde para uma segunda série, agora animada e produzida pela Filmation. Com um grande orçamento para esse tipo de produção na época, a animação continua justamente com a aventura espacial de cinco anos proposta em 1966, incluindo episódios que lidam e expandem conceitos da série original.

Vale dizer que, por anos, A Série Animada foi desconsiderada da cronologia oficial de Star Trek a pedido do próprio Roddenberry. Porém, em tempos recentes, o título acabou reintegrado ao universo da franquia, inclusive sendo referenciado em outras produções.

Jornada nas Estrelas: O Filme (1979)
Filme. Direção: Robert Wise.
Onde assistir: Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

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Com o sucesso das reprises da série clássica na TV americana, a Paramount finalmente resolveu apostar em Jornada nas Estrelas - inicialmente com uma nova série, novamente liderada por Roddenberry.

O projeto não foi para frente, mas o sucesso de Star Wars nos cinemas fez o estúdio se animar em dar o mesmo destino a Kirk e companhia. Dessa forma, o projeto da nova série acabou se tornando Jornada nas Estrelas: O Filme, dirigido Robert Wise (de, veja só, A Noviça Rebelde).

A história se passa em meados da década de 2270, alguns anos após os eventos de A Série Animada - e traz uma USS Enterprise completamente reformada e com James T. Kirk promovido ao posto de almirante.

Apesar da inspiração em Star Wars, o longa-metragem entrega uma história mais lenta, com um enredo mais cabeça. Acabou não agradando o estúdio e o público.

Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (1982)
Filme. Direção: Nicholas Meyer.
Onde assistir: Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock (1984)
Filme. Direção: Leonard Nimoy.
Onde assistir: Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa (1986)
Filme. Direção: Leonard Nimoy.
Onde assistir: Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

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Ainda que com críticas, Jornada nas Estrelas: O Filme fez sucesso o suficiente para garantir a continuidade da franquia nos cinemas. A Paramount, então, tirou Roddenberry do projeto e chamou o diretor Nicholas Meyer para tocar a continuação, chamada Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan.

A história se passa em 2285 e traz uma tripulação mais velha mesclada com novos recrutas, com a liderança do agora capitão Spock. Eles ficam frente a frente com Khan (Ricardo Montalban), um vilão introduzido ainda na série clássica e que agora busca vingança contra o almirante Kirk.

Mais movimentado, com batalhas espaciais e viradas de roteiro, A Ira de Khan conseguiu ser atrativo tanto para os fãs da franquia quanto para o público formado por Star Wars.

Esse sucesso motivou, na prática, uma trilogia de filmes. Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock, dirigido justamente por Leonard Nimoy, lida com os acontecimentos finais de A Ira de Khan; enquanto Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa traz a tripulação em uma aventura ecológica na São Francisco dos anos 1980.

Ao final do terceiro longa, James T. Kirk é julgado por insubordinação e rebaixado a capitão mais uma vez. Eles também recebem uma nova estelar, de registro NCC-1701-A - a Enterprise-A.

Jornada nas Estrelas V: A Fronteira Final (1989)
Filme. Direção: William Shatner
Onde assistir: Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

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O mais fraco dos longas-metragens da tripulação clássica. A história (que se passa em 2287) apresenta um meio-irmão de Spock, Sybok (Laurence Luckinbill), que buscava se encontrar com Deus - ou qualquer outro nome que o criador do universo tem, dependendo da cultura e da religião.

Para chegar onde esse ser vive, Sybok parte sequestra a Enterprise-A e a sua tripulação, em uma aventura que tenta levantar questões existenciais sobre a nossa existência terrena.

Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida (1991)
Filme. Direção: Nicholas Meyer
Onde assistir: Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

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Quase dez anos depois de A Ira de Khan, o diretor Nicholas Meyer foi chamado para comandar uma última aventura da tripulação clássica da Enterprise. Novamente ele acerta ao nos entregar uma aventura política, que reverbera o fim da União Soviética e da Guerra Fria.

Na trama, que se passa em 2293, os klingons são vítimas de um cataclisma planetário e se veem obrigados a procurar a Federação em busca de um acordo que os permita continuar existindo. Porém, forças internas nos dois lados articulam para matar o responsável pelas negociações, o chanceler Gorkon (David Warner), e culpar Kirk e McCoy pelo crime.

A história, em linhas gerais, inicia o processo de paz entre a Federação e os klingons, que seria retratada nas produções seguintes.

Jornada nas Estrelas: A Nova Geração (1986-1994)
Série. 7 temporadas
Onde assistir: Netflix

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Gene Roddenberry e a Paramount se reconciliaram após os problemas nos dois primeiros filmes da franquia - e o produtor nos brindou com uma segunda produção marcante.

Jornada nas Estrelas: A Nova Geração (Star Trek: The Next Generation, no original) se passa cerca de 100 anos após a série clássica, a partir de 2364. Em parte, isso permitiu que a produção abraçasse as evoluções tecnológicas e o maior orçamento da televisão nos anos 1980 e 1990 - o que tornou possível evoluir diversos temas dentro do universo de Star Trek.

Aqui temos a USS Enterprise-D, liderada pelo capitão Jean-Luc Picard (Patrick Stewart) ao lado do Número Um William T. Riker (Jonathan Frakes), do comandante Geordi La Forge (LeVar Burton), do tenente (e klingon!) Wolf (Michael Dorn), da dra. Beverly Crusher (Gates McFadden), da conselheira Deanna Troi (Marina Sirtis) e do andróide Data (Brent Spiner) - sendo que esse último se tornaria um dos personagens mais queridos da franquia.

A Nova Geração retoma os elementos da exploração espacial da série original, além de abordar questões morais, políticas e sociais mais modernas em seu subtexto. Foi um sucesso, revitalizando Jornada nas Estrelas para uma nova geração - com perdão do trocadilho.

Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine (1993-1999)
Série. 7 temporadas.
Onde assistir: Netflix

Jornada nas Estrelas: Voyager (1995-2001)
Série. 7 temporadas
Onde assistir: Netflix

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Roddenberry morreu em 1991, aos 70 anos, mas o legado de Star Trek continuou sob o comando dos produtores Rick Berman e Michael Piller - que trataram de ampliar esse universo na televisão.

Eles criaram duas séries derivadas. A primeira, Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine, inova ao ser centrada não em uma nave estelar, mas sim na base espacial de mesmo nome. Isso permitiu não só explorar os contextos familiares dos personagens, mas também a relação de forças entre as mais diversas raças do universo - mais uma vez em metáforas para a vida real.

Até por isso, a exploração espacial fica um pouco de lado, com foco maior em conflitos e guerras.

Jornada nas Estrelas: Voyager vai ao extremo oposto. A produção traz a USS Voyager, nave liderada pela capitã Kathryn Janeway (Kate Mulgrew, a primeira mulher protagonista na franquia), perdida no Quadrante Delta - um espaço inexplorado da galáxia.

A partir daí, precisam encontrar o rumo para casa enquanto enfrentam perigos desconhecidos, identificam novas civilizações e ficam frente a frente com os maiores vilões dessa fase: os borgs - que assimilam seres vivos para a sua coletividade, substituindo tecido orgânico por partes robóticas

Star Trek: Lower Decks (2020-)
Série animada. 2 temporadas
Onde assistir: Paramount+

Star Trek: Prodigy (2021-)
Série animada 1 temporada.
Onde assistir: Paramount+

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Parte da nova leva de séries de Jornada nas Estrelas, Star Trek: Lower Decks tem uma proposta interessante. Baseada no episódio homônimo de A Nova Geração, a animação mostra o “baixo escalão” de uma nave estelar, a USS Cerritos.

Com foco maior no humor, Lower Decks tem o mérito de rir de si mesma e de todos os clichês de Jornada nas Estrelas.

Animação mais recente, Star Trek: Prodigy se passa quase na mesma época de Lower Decks (começo dos anos 2280) e tem uma pegada mais infantil, com mais diversão e um olhar nas interações entre as mais diferentes (e estranhas) raças alienígenas.

Jornada nas Estrelas: Generations (1994)
Filme. Direção: David Carson.
Onde assistir: Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

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Com o fim de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração na TV, o produtor Rick Berman partiu para a missão de levar a tripulação da USS Enterprise-D para a tela grande.

O resultado é Jornada nas Estrelas: Generations, que também - em sua cena pré-créditos - busca dar alguma sensação de fechamento para a trajetória da tripulação clássica. Não é o melhor filme da franquia, mas tem o mérito de trazer o encontro entre os capitães Picard e Kirk.

Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato (1996)
Filme. Direção: Jonathan Frakes.
Onde assistir: Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

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Sem dúvida alguma, o melhor filme da Nova Geração. Dirigido por Frakes, o longa-metragem traz a temida raça borg indo ao passado para mudar a história da Terra, transformando o nosso planeta no paraíso para eles.

Resta, então, à nova USS Enterprise-E viajar ao século XXI justamente para fazer com que Zefram Cochrane (James Cromwell) consiga realizar a primeira viagem de dobra - e, assim, receber o primeiro contato dos vulcanos.

Jornada nas Estrelas: Insurreição (1998)
Filme. Direção: Jonathan Frakes
Onde assistir: Telecine e nos streamings de aluguel e compra

Jornada nas Estrelas: Nêmesis (2002)
Filme. Direção: Stuart Baird
Onde assistir: Telecine e nos streamings de aluguel e compra

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A Nova Geração ainda estrelou mais dois filmes, Jornada nas Estrelas: Insurreição e Jornada nas Estrelas: Nêmesis. Sem o mesmo brilhantismo do capítulo anterior, são histórias que exploram um momento mais nervoso do universo, com uma Frota assumindo um caráter bélico - talvez como parte da busca dos produtores em criar histórias movimentadas, de apelo mais amplo nos cinemas.

Ainda assim, os longas têm os seus méritos. Insurreição apresenta dilemas morais para a Federação, em uma metáfora sobre o intervencionismo militar das grandes potências - que, coincidência ou não, se aprofundaria no mundo real na década seguinte. Já Nêmesis coloca Picard e sua trupe frente a frente de outra perigosa raça da franquia, os romulanos - em uma trama que tem golpe de estado, invasão e intriga.

Fato relevante: destruição de Romulus

Ainda que Star Trek, o filme de 2009, faça parte de uma linha temporal alternativa - já chegaremos a ela -, o longa-metragem introduz um fato que acontece na timeline Prime da franquia, com desdobramentos no que veremos a seguir.

Trata-se da destruição de Romulus, planeta que é o lar dos romulanos, após a estrela mais próxima entrar em supernova. O agora embaixador Spock tenta evitar a tragédia, mas o plano fracassa - e o vulcano desaparece.

Star Trek: Picard (2020-)
Série. 2 temporadas
Onde assistir: Amazon Prime Video

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Mais uma produção da nova leva da franquia, Star Trek: Picard se passa décadas depois das aventuras da Nova Geração. Aqui encontramos Jean-Luc Picard em 2399, já aposentado e vivendo no vinhedo da família na França.

Entre as últimas ações na Frota, o veterano tentou ajudar na evacuação de Romulus, mas o insucesso na empreitada o fez ficar desiludido com a Federação.

Porém, uma série de eventos acaba por tirá-lo da aposentadoria, vivendo uma nova aventura espacial a bordo da nave La Sirena. Já na segunda temporada, o vilão Q (John de Lancie) manipula a linha do tempo, obrigando Picard e sua trupe a retornarem ao ano de 2024.

Star Trek: Discovery (temporadas 3 e 4, 2020-)
Série. 4 temporadas (no total)
Onde assistir: Paramount+

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Após o final da segunda temporada, Star Trek: Discovery dá um salto de quase mil anos no futuro, jogando a USS Discovery e a sua tripulação em 3188 - uma época onde a Federação está fragmentada e a Frota Estelar se tornou quase uma lenda.

Inicialmente, cabe a Michael Burnham e seus colegas a missão não só de reencontrar a Frota, mas de descobrir qual foi a causa dessa desunião e trazer a esperança de volta à galáxia.

Com um salto temporal tão grande, Discovery permitiu aos produtores se livrarem de algumas amarras cronológicas que tinham, além de explorar novas ideias para as tecnologias futuras.

Linha do tempo Kelvin

No final dos anos 2000, a Paramount Pictures percebeu que era hora de revitalizar Star Trek para uma nova geração de fãs. Porém, mais do que expandir o universo de histórias, a intenção era promover um reboot que trouxesse de volta nomes clássicos como Kirk e Spock.

Para a missão, o estúdio chamou o diretor J.J. Abrams, que, junto do produtor Damon Lindelof, teve uma sacada bem interessante. Em vez de simplesmente ignorar a cronologia anterior, eles criam uma história que conecta as duas linhas do tempo, criando um novo universo que só existe por conta das histórias contadas na cronologia Prime.

É aqui que se encaixa a destruição de Romulus, quando Spock tenta evitar o fim da estrela do sistema onde o planeta está. O plano dá errado e tanto o embaixador quando a nave mineradora romulana Narada são levados ao passado, modificando fatos importantes a partir de 2233 e criando uma nova cronologia - chamada pelos fãs de Kelvin, nome da nave estelar que primeiro enfrenta a Narada no passado e dá início às mudanças cronológicas.

Pelo ponto onde acontece a bifurcação das histórias, a única série que se encaixa nas duas linhas temporais é a de Jornada nas Estrelas: Enterprise.

A partir daqui, as histórias se passam apenas nessa nova cronologia.

Star Trek (2009)
Filme. Direção: J.J. Abrams
Onde assistir: Netflix, Amazon Prime Video, Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

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Primeiro capítulo do reboot promovido por Abrams e pela Paramount, Star Trek reimagina como James T. Kirk (Chris Pine) assumiu o comando da USS Enterprise, conhecendo no processo personagens icônicos como Spock (Zachary Quinto), Leonard McCoy (Karl Urban), Uhura (Zoe Saldana), Scotty (Simon Pegg), Sulu (Hikari Sulu) e Chekov (Anton Yelchin) - além de contracenar com o Spock Prime de Leonard Nimoy.

Na aventura (que se passa, em sua maior parte, em 2258) a Narada e seu capitão, Nero (Eric Bana), querem se vingar de Spock pela destruição de Romulus, desencadeando uma série de problemas para a Frota Estelar, a Federação e até para Vulcano.

Com grande orçamento e o reboot como justificativa, Star Trek inova na tecnologia futurística da série, além de investir pesado na ação.

Além da Escuridão: Star Trek (2013)
Filme. Direção: J.J. Abrams
Onde assistir: Netflix, Amazon Prime Video, Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

Star Trek Sem Fronteiras (2016)
Filme. Direção: Justin Lin
Onde assistir: Netflix, Amazon Prime Video, Telecine, Paramount+ e nos streamings de aluguel e compra

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A história da linha do tempo Kelvin continua em mais dois filmes. Em Além da Escuridão: Star Trek encontramos Kirk em 2260 e já consolidado no comando da USS Enterprise, mas ele e Spock são obrigados a enfrentar o seu maior inimigo: Khan (Benedict Cumberbatch), que agora se infiltra nos meandros políticos da Federação e da Frota para conquistar os seus objetivos.

O filme, em diversos momentos, reimagina e referencia os fatos vistos lá em Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan.

Star Trek: Sem Fronteiras, lançado para comemorar os 50 anos da franquia, busca elementos na série Enterprise para trazer um vilão (Idris Elba) em conflito com o legado da Frota.

Outras linhas do tempo

Como qualquer boa história de ficção científica, Star Trek brinca com linhas do tempo alternativas e realidades paralelas.

A mais famosa delas é o Universo Espelho, introduzido no episódio "Mirror, Mirror" na série clássica, em 1967. Nele, tudo é o espelho do que conhecemos: a Federação não existe, apenas o Império Terrano, uma organização bélica que conquista o espaço à força.

Criado inicialmente para tirar os atores do lugar-comum de seus personagens, como uma espécie de desafio às suas atuações, o Universo Espelho expandiu como uma crítica ao fascismo, mostrando o que pode acontecer conosco caso não sigamos a visão mais otimista que a franquia traz.

Nessas cinco décadas, o Universo Espelho foi retratado também em Jornada nas Estrelas: Enterprise, Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine e Star Trek: Discovery. Nessa última, aliás, há interessantes viradas de roteiro a partir do conceito.

Outro universo alternativo relevante foi introduzido recentemente em Star Trek: Picard. Após Q alterar eventos no passado, a linha temporal Prime é modificada, criando uma realidade que lembra bastante a do Universo Espelho.

Como você agora sabe, a jornada por Star Trek é uma viagem intrincada, cheia de idas e vindas e com grandes saltos no tempo e no espaço. Porém, mesmo que você escolha assistir a uma pequena fração desses filmes e séries, certamente irá encontrar aventuras com muito subtexto social e, claro, conteúdo de inspiração científica.

Afinal, Jornada nas Estrelas vive para muito além da fronteira final.

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