A televisão 3.0 vem aí. Essa frase não foi repetida como um mantra mas esteve pairando como promessa ao longo da visita que o Omelete fez aos Estúdios Globo nesta quarta (6), a convite da emissora, para divulgar a sua programação do aniversário de 60 anos.
A Globo faz seis décadas em 26 de abril, e neste mês começa também a ser implementada a tecnologia que promete permitir, pelo controle remoto da televisão, mais interatividade entre o canal e o usuário, como assistir à previsão do tempo no noticiário e selecionar em tempo real para saber mais sobre a meteorologia. “Esse é o novo salto tecnológico, vai permitir votar pela TV. Vamos tratar da TV 3.0 no Jornal da Globo no fim de semana do aniversário”, diz William Bonner, âncora do JN.
“A Globo do futuro já está aqui, no celular, no Globoplay, on demand. Ela está onde você estiver. A TV 3.0 ganhará camadas de customização e isso começará a aparecer este ano”, diz Amauri Soares, diretor executivo dos Estúdios Globo. “O que não muda é a vocação para contar histórias. São histórias de brasileiros contadas por brasileiros.”
A fala de Amauri Soares remete ao novo cenário competitivo em que as majors americanas esboçam avanço sobre a teledramaturgia nacional. Perguntado se a Globo considera mudar o tamanho de suas novelas depois da experiência mais compacta de Beleza Fatal na Max, Soares minimiza: “Eventualmente o melhor formato de teledramaturgia no streaming não vai ser o mesmo da TV aberta. O que estamos notando aqui dentro é que esse formato de novelas com 170, 180 capítulos não enfraqueceu, pelo contrário, continua engajando e criando fanbase. O que vemos são os outros buscando fazer teledramaturgia de longa duração. Aqui no Estúdio estamos prontos para fazer de muitas maneiras”.
Uma competição que parece mover mais a Globo é disputar com as redes sociais a função de servir de praça pública para a coletividade. Numa época em que Facebook e X/Twitter deterioram o ambiente de diálogo que lhes coube nas duas últimas décadas, a Globo almeja ocupar esse espaço. “A nossa missão é furar as bolhas e subverter a lógica do algoritmo”, diz Bonner. Soares emenda: “Estamos aqui para propor a conversa. É uma coisa anti-algoritmo. Vivemos uma epidemia de isolamento de recortes muito estreitos da realidade, e a ideia é abrir a conversa”.
Leonora Bardini, diretora do Canal TV Globo, acompanha a analogia feita com espaços públicos e privados. “Com o canal nós buscamos protagonizar a sala de estar das pessoas. Se o YouTube é como um condomínio, cheio de telinhas, a Globo é a tela grande. A ideia é continuar oferecendo conteúdo de relaxamento e de profundidade, com que as pessoas possam passar seu tempo na sala de casa”, diz a executiva, reforçando a liderança da Globo no mercado pela métrica de horas assistidas por dia.
Pela lógica, a maior parte da celebração dos 60 anos acontecerá na própria programação da Globo - estão previstos para o dia 27 a estreia de uma nova abertura do Fantástico, de um documentário em quatro partes sobre a carreira de Glória Maria, entre outros - mas ela também transpira para fora da tela. No dia 27 a partida entre Flamengo e Corinthians no Maracanã terá também um show do cantor Belo. Na segunda-feira, o prometido grande show de duas horas que reunirá mais de 400 artistas terá não apenas material gravado mas também trechos ao vivo, com plateia.
Mais informações sobre o show e a programação dos 60 anos - que deve totalizar 60 horas na TV entre os dias 25 e 28 - serão divulgadas nos próximos dias.
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