The Last of Us: Segundo episódio é marcado por ação e esperança

Créditos da imagem: HBO Max

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The Last of Us: Segundo episódio é marcado por ação e esperança

Capítulo aprofunda a ciência dos fungos e estreita relação entre Joel e Ellie

Omelete
6 min de leitura
23.01.2023, às 00H05.
Atualizada em 23.01.2023, ÀS 18H32

O primeiro episódio de The Last of Us (TLOU) estreou de forma memorável: seja com a instabilidade que os fãs tiveram para acessar a HBO Max no lançamento ou ganhar o título de segunda série mais bem avaliada no IMDb, ainda que lhe restem mais sete episódios para fechar a primeira temporada.

De fato, a série conseguiu atingir um novo patamar de uma boa e fiel adaptação - ainda que isso dificulte para cativar o público geral. Porém, o segundo episódio que chegou no último domingo (22) tira de vez essa dúvida ao focar menos em homenagem/cópia e mais em expandir e enriquecer a franquia.

O último capítulo lançado ainda referencia o jogo da Naughty Dog, mas de forma branda, para dar espaço à exploração da ciência do fungo e deixar os atores à vontade para criar um vínculo que prende o espectador do começo ao fim. Confira a seguir como foi o episódio [mas cuidado, há spoilers adiante]:

CIÊNCIA

Novamente, a série começa com um flashback, voltando dois dias antes do surto do fungo. Ao invés de Austin, TLOU nos mostra o epicentro do contágio na capital da Indonésia, Jacarta. Acompanhamos uma professora especialista em micologia que analisa o corpo de um infectado pelo fungo Ophiocordyceps, que atacou os colegas momentos antes. Após descobrir que há outras vítimas pela cidade e ser questionada sobre uma vacina ou medicamento para essa infestação, a especialista dá o pior diagnóstico e sentencia a humanidade, revelando que não há uma cura para o que estaria prestes a assolar o planeta. A única solução viável seria à lá Resident Evil: bombardear a cidade com as pessoas.

Se vimos o fungo agindo no começo do surto, agora acompanhamos ele dominando o planeta vinte anos depois. Joel (Pedro Pascal), Tess (Anna Torv) e Ellie (Bella Ramsey) atravessam a cidade para ir até a base dos Vagalumes. e, em dado momento, eles presenciam uma horda de infectados aglomerados em um prédio tomado pelo Cordyceps. Didaticamente, Tess explica para Ellie que os infectados estão conectados mais do que ela imagina: os fungos têm raízes espalhadas que se comunicam com as criaturas, fazendo com que consigam rastrear os humanos. Esse fato é colocado à prova no final do episódio.

Diferentemente do jogo, a série da HBO quer explorar a causa do surto e de que maneira o fungo se comporta. Em entrevista para o Omelete, o showrunner da série Craig Mazin revela que quis mostrar uma epidemia mais próxima da nossa realidade. “Um dos pontos que eu e o Neil [Druckmann, criador do jogo e executivo da série] demos grande ênfase foi tentar ressaltar que as pessoas infectadas são pessoas que estão doentes, que pegaram essa doença, e trazemos esse contexto desde o começo - eles não estão mortos, não é magia, é ciência.

VÍNCULOS

HBO Max

O novo capítulo abre com um clima de desconfiança e hostilidade de Joel e Tess perante Ellie, uma vez descoberto que está infectada. Para Joel, é questão de tempo a jovem virar uma criatura, enquanto Tess começa a se questionar sobre isso. A interação entre o trio começa a se equilibrar entre a tensão e o quebra-gelo da adolescente com o seu humor ácido.

Ao saírem do esconderijo que estavam, Ellie e o espectador vislumbram o cenário pós-apocalíptico com a natureza - e o fungo - tomando conta dos prédios, estradas e construções. Novamente, é impressionante como a série da HBO conseguiu capturar com exatidão a ambientação com cenários e escalas de cores do jogo.

HBO Max/ Reprodução

Durante o caminho até chegarem ao congresso, que virou uma base dos Vagalumes, os sobreviventes começam a se abrir mais, com Ellie relatando como foi mordida e Tess mais amigável com a adolescente. Apesar disso, ainda há espinhos, com Joel ainda relutante em criar um vínculo com a garota.

Um dos diálogos mais marcantes acontece quando Joel e Ellie ficam a sós no hotel e a jovem pergunta sobre a vida dele, mas ele desconversa sobre a relação entre ele e Tess (deixando ainda mais dúbio o status do “casal”). Esse momento também nos explica que, até onde Joel sabe, os infectados podem viver de um a dois meses, mas há alguns que podem viver por anos. Sem medo, Ellie questiona se Joel se sente mal por matar pessoas que foram infectadas e o guarda na noite anterior, o que o irrita, mas são interrompidos por Tess abrindo a passagem para eles.

ESPERANÇA

HBO Max

Longe da zona de quarentena e da proteção da FEDRA, os três são atacados pela primeira vez por infectados - nos mostrando a maneira brutal e desesperadora de lidar com duas pessoas zumbificadas. Com momentos de ação equilibrados com a sagacidade dos sobreviventes, TLOU mostra que não é necessário atacar logo de frente - muitas vezes, é em último caso -, sendo melhor distrair os infectados, que são cegos, ficando em silêncio ou criando barulho em outro lugar para escaparem com vida. Com o coração na boca, os três sobrevivem, apesar de Ellie ter sido mordida novamente no mesmo lugar que o anterior.

Em um momento a sós, Joel pede para Tess ficar alerta com a menina sendo infectada na frente deles, enquanto ela discorda e faz ele repensar se, pela primeira vez, a sorte estaria do lado da humanidade - ecoando a frase da especialista no começo do filme - e a menina for realmente imune ao fungo.

HBO Max/Divulgação

Quando chegam à base do grupo, eles descobrem que todos foram mortos por infectados. Tess se mostra desesperada, e é revelado que ela foi mordida por um infectado no museu e que sua ferida está mais avançada que a de Ellie. Ao perceberem que os corredores estão vindo até eles, Tess suplica para que Joel leve a menina até o oeste, onde estão os médicos dos Vagalumes que ainda buscam pela cura. Em tom de despedida, Tess manda eles fugirem para ela explodir o lugar com os corredores dentro. E assim, de maneira trágica, o segundo episódio encerra com o trio se tornando a dupla de sobreviventes.

Vale mencionar que o episódio conseguiu traduzir as minúcias do jogo em detalhes que falam muito por si. Apesar de Joel ser fechado com Ellie, há dois momentos que mostram como a garota o desarmou: quando ele a ajuda a se levantar após se assustar no hotel, ele olha para a mão, nos levando a interpretar quando foi a última vez que tocou em uma mão pequena viva, e quando eles descem as escadas em direção ao congresso e ele fica parado refletindo, observando o seu pulso com o relógio que Sarah lhe deu. É inevitável para Joel olhar para Ellie e se lembrar de seu passado, que ainda o persegue.

Os novos episódios de The Last of Us estreiam todo domingo às 23 horas na HBO e HBO Max.

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