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The Last of Us chega na reta final com pouco do que fez jogo ser uma obra-prima

O motor de Ellie sempre foi a vingança e a série, até aqui, não explora isso como o jogo - será que vai funcionar?

Omelete
3 min de leitura
11.05.2025, às 23H15.
Atualizada em 12.05.2025, ÀS 10H29

The Last of Us, o primeiro jogo, foi uma unanimidade. Ainda hoje é quase impossível achar alguém que o ache ruim. Com a sequência, Neil Druckman provou que não gosta de viver no consenso e transformou toda uma redenção em uma história de vingança com atos horrendos e decisões questionáveis. Ainda assim, para muitos (eu incluso), a Parte 2 de The Last of Us se tornou um dos jogos mais importantes de todos os tempos. A série da HBO, anunciada depois do segundo título, claramente bebeu da mesma fonte que Druckmann usou para criar a história de Abby e Ellie. A fonte da controvérsia, da polêmica e automaticamente, das apostas.

Se na primeira temporada as mudanças foram perceptíveis, mas leves, como os “novos” Bill (Nick Offerman) e Frank (Murray Bartlet), ou mesmo uma atriz que visualmente não lembra a protagonista, o ano 2 pisou fundo nas mudanças - e não nas estéticas, na perfumaria, e sim na essência do que fez a sequência ser tão divisiva. Até este domingo, dia 11 de maio, a HBO exibiu cinco episódios, mais da metade da temporada, e não há um sinal claro de que “vingança, atos horrendos ou decisões questionáveis” farão parte da jornada de Ellie. Ao menos não na intensidade da história do jogo.

E eu reforço aqui a palavra “história”, pois não há nenhuma possibilidade da série ser igual ou transmitir a mesma sensação do game. São mídias muito diferentes e a forma como Parte 2 foi feita é simplesmente impossível de ser transposta para algo que não exija interação ou escolhas do espectador (jogador). A questão aqui, porém, não é sobre essas sensações, mas a suavização dos motes principais da trajetória de Ellie (Bella Ramsay). Enquanto no jogo a narrativa mostra uma jovem irritada com o mundo e com carisma baseado nas atitudes de pura violência, a série traz atitudes pontuais que fazem a personalidade dela ser questionável - parece até que forçam a todo momento ou não mostram atitudes violentas para que, no fim, Ellie não seja tão vilã como no jogo.

Para quem quer ver uma adaptação fiel, a segunda temporada não parece ser o ideal, pois desvia o foco da história para uma relação menos tensa entre espectador e protagonista, buscando razões mais simples e justificativas plausíveis para a vingança. Na obra original, Ellie usa a vingança como motivo, mas a razão real para tanta crueldade é sua perdição num mundo em que ela poderia salvar mas não sabe ainda como lidar com as consequências do que Joel fez. Ela odeia o mundo, não há espaço para quase nada, nem para viver - e como um zumbi ela vaga pelo mundo em busca de propósito.

Na série, Ellie parece ter um propósito e age em torno de momentos mais de impulso do que por genuinamente sentir este pavor de viver. O romance com Dina (Isabela Merced), por exemplo, mostra quão humanizada a protagonista é aos olhos de Druckmann e Craig Mazin. A questão toda está em como essas mudanças vão acarretar no desfecho (já conhecido) da história, e como Abby (Kaitlyn Dever) será afetada por isso, afinal, elas estão completamente ligadas. Isso no jogo, claro, resta entender como os criadores preparam as novas surpresas, pois uma coisa é fato: The Last of Us não se exime de tentar algo novo, independente do que isso significa.

 

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