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Supergirl | Estreia da 4º temporada inova pouco e mostra desgaste

Início do novo ano indica que série pode precisar de uma renovação em breve

18.10.2018, às 16H57.
Atualizada em 09.10.2019, ÀS 13H56

Quando o quarto ano de Supergirl começa, tudo está bem na vida da protagonista. Sem mais dilemas amorosos, Kara Danvers (Melissa Benoist) finalmente consegue ser uma heroína completa, uma repórter dedicada e uma boa irmã para Alex (Chyler Leigh). Mas esse momento de rotina na vida da Garota de Aço reflete algo também fora das telas: pela primeira vez, Supergirl começa a dar sinais de desgaste e pode precisar de uma renovação em breve se quiser continuar interessante para seu público.

Foto de Supergirl
Supergirl/CW/Divulgação

Não que o episódio “American Alien” seja ruim. A trama principal é exatamente Kara deixando esse momento de perfeição para ver como os humanos podem ser ruins. Uma história que - como em vários outros momentos da série - tem um paralelo incrível com a realidade do mundo hoje. Mas tudo isso já foi explorado pela série antes e há pouco no episódio de retorno que desperte a atenção do público para o resto da temporada.

J’onn (David Harewood) não trabalha mais no DEO e isso o faz ter mais contato com a vida dos alienígenas que vivem fora de sua bolha. No dia a dia de uma grande cidade, os seres de outros planetas enfrentam grandes preconceitos e se unem para tentar lidar com isso. Em um grupo de apoio, por exemplo, eles mesmos não chegam a um consenso se é melhor fingir ser “normal” para se misturar e não chamar a atenção, ou assumir suas verdadeiras formas como um ato de resistência.

Essa história se relaciona bastante com o momento atual do mundo. Afinal, aqueles alienígenas na tela representam os negros, a comunidade LGBT, os nordestinos e vários outros grupos que sofrem todos os dias com preconceitos e precisam tomar a difícil decisão entre estar na linha de frente e lutar, ou se esconder e sobreviver para voltar para suas famílias. Só que Supergirl já fez paralelos como esses várias vezes. E a forma como essa trama é colocada aqui (falas dos personagens, exibição do conflito, etc.) não tem nenhum elemento novo. Isso enfraquece uma narrativa que poderia ser realmente interessante e a deixa apenas mediana.

Além disso, o seriado continua apostando em conflitos dos coadjuvantes que já não tinham sido muito bons antes, como a estranha relação entre Jimmy Olsen (Mehcad Brooks) e Lena Luthor (Katie McGrath). Com ainda menos química do que na temporada anterior, os dois escondem coisas um do outro em um namoro que está fadado ao desastre e não tem nada de interessante para mostrar no caminho. Novato no dia a dia das investigações, Brainiac-5 (Jesse Rath) tem uma trama de tentar se adequar ao lado de Alex, mas isso também funciona pouco: a motivação da irmã de Kara para não gostar do membro da Legião não é bem explicada, então essa relação entre os dois não funciona.

No fim das contas, Supergirl não ficou ruim, apenas entrou em uma zona de conforto perigosa. Por mais que esse formato funcione para o público que já está formado (afinal é cômodo assistir algo já sabendo o que vai acontecer), ele é cansativo e também inibe a série de conseguir novos fãs. Talvez a já confirmada aparição de Lex Luthor seja o combustível necessário para trazer mais dinamismo para a temporada e evitar que o seriado se torne apenas mais um no meio de tantos outros.

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