A popularidade de Stranger Things foi algo estarrecedor. Na sexta-feira, 15 de julho de 2016, dia da estreia da primeira temporada, ninguém sabia ao certo do que se tratava a nova produção da Netflix - na segunda-feira seguinte era só disso que se falava. A série foi um dos mais persistentes tópicos de conversa que o canal de streaming já viu, mantendo-se relevante por muito mais tempo do que é comum nesse universo. Tudo isso só fez com que o hype para os episódios inéditos só aumentasse. Uma coisa é fato: a continuação da história de Eleven (Millie Bobby Brown), seus amigos e a cidade de Hawkins não deve decepcionar os fãs.
A Netflix disponibilizou ao Omelete os quatro primeiros capítulos da segunda temporada e a série não perde tempo. A narrativa mescla momentos inéditos e flashbacks, avança bastante na trama e explica inúmeras dúvidas que haviam ficado no primeiro ano, além de introduzir elementos que trazem um novo ar de mistério ao projeto. Segue sendo explorada a mitologia do mundo invertido e do Demogorgon, mas a adição de Max (Sadie Sink) e seu irmão Billy (Dacre Montgomery), além da excelente cena de abertura do ano, criam a névoa da incerteza que fez de Stranger Things um sucesso em seu primeiro ano.
Levemente mais intensa e cheia de palavrões, é perceptível que a série, assim como seus protagonistas, “cresceu”. Chegando aos anos da adolescência, já é possível ver o lado rebelde de Will (Noah Schnapp), Mike (Finn Wolfhard), Lucas (Caleb McLaughlin) e principalmente de Dustin (Gaten Matarazzo). Eles peitam os pais, tomam decisões sozinhos e começam a se envolver cada vez mais nas conversas dos adultos. Aliás, a constante presença de Will - agora mudado pela breve passagem pelo mundo invertido - e a falta de Eleven são alguns dos recorrentes temas desses primeiros capítulos e revelam que ainda tem muito que não sabemos sobre o outro lado.
O novo ano cria uma interessante constante de questionamento, investigação, resolução. Mesmo nesses primeiros episódios, não passamos mais de algumas horas sem uma resposta, mesmo que ela só traga mais dúvidas. Nesse sentido, Stranger Things sabe escolher muito bem quais serão seus mistérios de curto prazo e quais deve explorar em um arco mais longo, criando suspense em cima dos momentos certos.
Com apenas nove episódios, a segunda temporada de Stranger Things quer caminhar no mesmo passo do primeiro ano: acelerada e sem tempo a perder. Não há necessidade de criar dramas desnecessários ou explorar tramas desinteressantes, o foco fica sempre no que realmente importa. Novos mistérios envolvendo o mundo invertido e o laboratório surgem por toda a cidade de Hawkins, renovando o interesse do público de seguir acompanhando as aventuras do grupo de amigos.
O segundo ano de Stranger Things estreia na Netflix em 27 de outubro.
