Para a atriz Choi Sooyoung, fazer Segunda Chance no Amor foi interessante justamente porque o k-drama, exibido no Brasil pelo Rakuten Viki, vai contra o que ela percebe como uma narrativa recorrente no gênero. “Acho que já tivemos tantos k-dramas que acabam promovendo o consumo exagerado de álcool, então me orgulho de estar em um que incentiva a sobriedade”, comenta ela em entrevista ao Omelete.
Na comédia romântica, Sooyoung (também conhecida dos fãs de k-pop como integrante do Girls’ Generation, um dos grupos femininos mais emblemáticos da indústria) interpreta uma jovem mecânica que tenta mudar seu relacionamento com o álcool após ser diagnosticada com dependência química. Seu improvável aliado nessa jornada é Gong Myoung, que vive um psiquiatra dedicado a conscientizar os pacientes sobre os malefícios do álcool - e que, por acaso, é também um amor de adolescência da protagonista.
A série - que segue lançando novos episódios semanalmente, sempre às segundas e terças-feiras - tem se provado um sucesso de audiência na Coreia do Sul. Confira a seguir a entrevista dos dois protagonistas ao Omelete.
OMELETE: Sooyoung, em Segunda Chance No Amor você retrata uma mulher lidando com dependência de álcool. Que tipo de pesquisa você fez para retratar isso com precisão, e por que acha que esse é um tema importante de se abordar?
CHOI: Para interpretar Han Geum-joo, observei pessoas ao meu redor que sofrem de dependência de álcool, mas também conversei com um psiquiatra. Pesquisei não apenas os sintomas da dependência, mas também o processo de reconhecimento do vício e a recuperação, porque acho que esse processo está bem refletido no roteiro. Tentei incorporar algumas características do vício que descobri durante minha pesquisa na minha performance. Acho que já tivemos tantos k-dramas que acabam promovendo o consumo exagerado de álcool, então me orgulho de estar em um que incentiva a sobriedade. Acho que ele transmite uma mensagem muito necessária.
OMELETE: A sua carreira está cheia de personagens fortes e independentes - inclusive em Bailarina, que está prestes a estrear nos cinemas. Isso é algo que você sempre busca em seus papéis?
CHOI: Independente das características de um ou outro personagem, costumo tentar me concentrar em seu desenvolvimento, a forma como ele muda através da história, e como eu posso mostrar essas mudanças ao espectador. Se a história que estou contando puder trazer um impacto positivo nas pessoas, mesmo que seja pequeno, me sinto orgulhosa e feliz como atriz. Claro, eu adoraria que cada personagem que interpreto fosse proativa e independente, mas nem sempre isso é possível. O que faço é analisar a mensagem que o projeto vai transmitir, e avaliar se é uma mensagem significativa, que eu quero apoiar.
OMELETE: Myoung, seu personagem em Segunda Chance no Amor começa sem nenhuma empatia pela luta de Geum-ju. Como você e Soo-young trabalharam para construir a química entre vocês, para que as pessoas eventualmente torcessem por esse casal?
GONG: Não é que Eui-joon seja incapaz de sentir empatia, mas sim que ele está tentando evitar Geum-joo, o que faz com que o relacionamento deles pareça estar em desacordo no começo da história. Mas esse conflito é também o que faz com que os dois comecem a se redescobrir e se abrir um com o outro, então espero que os espectadores entendam a forma como esse relacionamento se desenvolve e muda.
OMELETE: Recentemente você interpretou a Morte em uma série que eu adorei, Way Back Love, que também abordava muitos problemas sociais e de saúde mental. Você se sente atraído por esse tipo de narrativa? Costuma buscar papéis que transmitam uma mensagem?
GONG: Honestamente, não acho que busque qualquer coisa desse tipo intencionalmente, mas acho que costumo escolher histórias nas quais o meu personagem pode oferecer conforto ao público - e, em troca, sinto que também encontro conforto nesses personagens. Espero sinceramente que quem estiver assistindo os meus projetos possa sentir alguma medida de cura por meio dos personagens que interpreto.
OMELETE: Segunda Chance No Amor parece ser um projeto muito especial para vocês dois. Podem nos contar o que esperam que as pessoas tirem dele, e o que significou para você fazer parte deste k-drama?
GONG: Eu espero que este k-drama dê aos espectadores a oportunidade de refletir sobre o consumo de álcool. Mas também, ao longo do caminho, espero que vocês possam aproveitar os momentos cômicos e encontrar cura através das doces cenas românticas entre Eui-joon e Geum-joo. Fiquei muito feliz por ter a oportunidade de trabalhar com nosso diretor e roteirista em Segunda Chance No Amor, e também senti que seria capaz de atuar com alegria ao lado de meus colegas mais experientes.
Acima de tudo, decidi participar deste projeto porque acreditava que poderia mostrar um novo lado meu ao público através do personagem.
CHOI: Eu acho interessante pensar que, à primeira vista, Geum-joo pode parecer uma mulher comum e sensata, mas na realidade ela usava o álcool como escape e se apoiava nele para evitar enfrentar sua própria tristeza e dor. Em Segunda Chance no Amor, ela embarca em uma jornada de enfrentamento dessas questões, e das dores do desenvolvimento. Eu queria mostrar às pessoas que é possível ter coragem de enfrentar as dificuldades inesperadas da vida, ao invés de fugir delas. Segunda Chance No Amor trouxe crescimento pessoal e coragem não apenas para Geum-joo, mas também para mim.
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