Direção do 2º episódio coloca Pacificador no caminho certo para começar de vez

Se o capítulo inicial da nova temporada de Pacificador pareceu corrido com o tanto de histórias que precisou relembrar, novos personagens e uma comédia que derrapava entre o bobo e o escatológico, o segundo episódio encontra o equilíbrio perfeito entre drama e comédia nas mãos de Greg Mottola. Veterano, o diretor já comandou episódios de The Newsroom, Ninguém Quer, mas é do cinema, de Superbad mais especificamente, que ele traz sua maior referência aqui.

• [Crítica] Pacificador retorna para 2ª temporada lutando com a responsabilidade de ser parte do novo DCU

Depois de matar sua versão de outra dimensão, Chris (John Cena) precisa dar fim ao corpo e necessita da ajuda de Adrian (Freddie Stroma) para isso. Ao mesmo tempo, a casa de Smith segue vigiada pela A.R.G.U.S. e Economos (Steve Agee) ganha a companhia de Fleury (Tim Meadows), um agente enviado por Boudeaux (Sol Rodriguez) para acompanhar o caso de perto. São nesses dois núcleos que a comédia funciona melhor e onde os traços de Superbad mais aparecem. O ciúme de Adrian, que espera uma amizade maior, quase um bromance com Chris, ataca quando ele encontra os participantes da orgia que rolou na casa do Pacificador. O mesmo acontece quando ele acredita que Adebayo (Danielle Brooks) e o herói foram juntos ao encontro do grupo formado por eles e Harcourt. Já na van com Economos, Fleury é o rei dos apelidos, das piadas sexualmente questionáveis e de história bizarras e hilárias, como a de sua condição clínica: a Cegueira Aviária. É impossível não ver traços de McLovin ou de Seth, personagem de Jonah Hill, nos dois. 

• Pacificador | Entenda como personagem sai do DCEU pro DCU (Exclusivo)

Já pelo lado do drama, John Cena volta a brilhar com as dúvidas de Chris sobre seu lugar no mundo. É inegável que o ator está melhor na segunda temporada do que na primeira. A angústia do Pacificador em não aceitar que sua vida está em baixa, mesmo depois de tudo que fez pelo mundo, e de saber que há uma outra dimensão, agora sem o seu Chris, em que tudo parece melhor, ajuda e muito o personagem. Ele fica ainda mais mexido quando descobre no celular do outro Pacificador, várias fotos dele com a Emilia Harcourt (Jennifer Holland) da outra dimensão, vivendo felizes. As coisas entre Chris e sua amada estão cada vez pior, ela continua se mantendo distante e os dois não conseguem continuar o romance que começou no ano anterior.

• Pacificador: James Gunn explica como multiverso da série é diferente do MCU (Exclusivo)

O drama também pega logo o início do episódio, com Rick Flag Sr. (Frank Grillo) chegando na A.R.G.U.S. pela primeira vez, oito meses antes da história da temporada. O chefão ainda sofre a perda do filho na missão de Corto Maltese - vista em O Esquadrão Suicida - e decide colocar a vigia em Chris após ler os arquivos da operação. É interessante reparar como até a transição para a música de abertura flui melhor nesse segundo episódio. A raiva do pai que perdeu o filho, que se liga ao tema tocado e, claro, com a história do próprio protagonista, que encontra um mundo onde ele e a família vivem felizes, tornam o momento fluido e ainda mais forte para o que está por vir na relação de Flag e Chris.

• CCXP25: ingressos à venda para todos os dias! Garanta o seu para viver o épico!

Pacificador encontra o caminho certo para seguir os próximos capítulos e a série enfim parece ter começado. A cena de ação com Eagly é bem construída e engraçada - sério, a piada da cegueira aviária não cansa! É um momento que adiciona uma energia a mais no episódio que já conta com o ótimo carisma de Danielle Brooks e cia e nos faz torcer para que o final feliz que Smith tanto procura, também chegue para Adebayo, Economos, Adrian e Harcourt. Mas será que há espaço para eles todos onde quer que o Pacificador vá procurar por isso?