Omelete entrevista: Jim Parsons, o Sheldon Cooper de Big Bang Theory
Uma conversa com o ator durante o Saturn Awards
Nosso correspondente em Los Angeles e editor do website Collider, Steve Weintraub, entrevistou o ator Jim Parsons durante a entrega do Saturn Awards 2009 - prêmio entregue pela Academia de Filmes de Ficção Científica, Fantasia e Horror anualmente. Parsons é famoso por interpretar Sheldon Cooper na telessérie The Big Bang Theory, exibida no Brasil pelo Warner Channel. Confira abaixo como foi a conversa.
Essa é sua primeira vez no Saturn Awards?
Sheldon Cooper
Big Bang Theory
Sim, é minha primeira vez no Saturn Awards. Eu só vou aos eventos geeks por causa da reputação do programa, antes disso eu não tinha nenhuma credibilidade pra ir. Eu nem conhecia metade dos indicados.
Mas você não tenta se atualizar, estudar um pouco para ser um geek melhor?
Sim, mas meio que já faz parte do trabalho. Eu tenho que memorizar todo o texto, com todos esses termos e aí eu tenho que descobrir do que diabos eu estou falando. Eu conheço as coisas mais antigas, por exemplo, uma vez tinha o Hulk no texto, então ok, eu sabia do que estávamos falando.
Eu sei que vocês vão pra Comic-Con esse ano, e que você já foi ano passado. O que você tira dessa experiência, e qual sua expectativa?
Ano passado eu nem sabia no que estávamos nos metendo, eu nem sabia se eles iam gostar da nossa presença lá, porque não somos um quadrinho que foi trazido para televisão ou coisa do tipo. Mas enfim, nós chegamos lá e eles foram todos tão legais com a gente, super gentis, e nos divertimos muito nas discussões. Esse ano eu não sei como será, eu sei que algumas coisas serão diferentes, mas eu estou ansioso pra ver todos de novo, pra receber o carinho da Comic-Con.
Uma coisa que eu acho da Comic-Con é que os fãs são muito antenados, eles sabem de muita coisa.
Ah, com certeza, eles sabem mais que a pessoa comum que você encontra na rua, eles conhecem o seriado de trás pra frente.
Eu já perguntei isso pra outras pessoas do seriado e também pra outros atores: você obviamente perdeu um pouco do seu anonimato, como você se sente com isso?
Não é terrível, eu não sou os "Brangelina", eu não sou seguido por aí. Na verdade tem sido muito legal, porque todos que vêm falar comigo sempre falam coisas legais sobre o seriado, então tem sido uma experiência muito agradável até agora. É meio estranho às vezes, mas de um jeito bom.
Eu soube que vocês tiveram o contrato renovado por mais dois anos e que você está pretendendo trocar de carro por conta disso...
O leasing do meu carro já terminou, então se tudo correr bem eu posso fazer um upgrade. É muito brega falar isso?
Não, acho que o seriado de vocês cresceu bastante...
Já posso ter um carro decente?
Sim, sim, talvez não uma Ferrari.
E eu não quero uma Ferrari. Ok, eu aceitaria uma, mas não vou comprar uma, sabe?
E imagine só o cuidado que você teria que ter...
Exatamente, eu não quero nada que seja precioso demais que eu tenha medo de dirigir. Meu medo é que eu seria superprotetor com algo tão especial.
O seriado se passa em Pasadena, você já teve pessoas da área de ciência de Pasadena te abordando, querendo fazer sugestões ou discutir coisas?
Não, eu tenho tido sorte, ninguém nunca tentou ter essas conversas comigo. Todos parecem entender que eu não sou tão esperto quanto o Sheldon, ou pelo menos não da mesma maneira que ele. A coisa mais difícil é quando eles querem falar sobre o "papel, pedra, tesoura, lagarto, spock", que eu nunca lembro a ordem, qual ganha de qual.
Eu fui à gravação do final de temporada de vocês e vi que nos intervalos entre uma cena e outra vocês estão sempre passando as falas. Como é essa atmosfera no set e como é gravar na frente de uma platéia em estúdio?
A coisa mais importante, pra mim pelo menos, e eu acho que como um grupo nós somos todos assim, é manter a concentração entre as cenas. Às vezes é preciso refazer se alguma coisa deu errado, se houve interferência da platéia, problemas com a iluminação, etc, então passamos um tempo esperando. Aí às vezes eles dizem "Vai!" mas sua cabeça não está mais lá, então eu fico sempre com o roteiro, relendo as falas pra manter o pensamento em movimento. Mas eu adoro estar na frente da platéia, embora eu não interaja muito com eles pra não me desconcentrar, mas pra mim é a melhor noite da semana quando temos a platéia lá.
Eu percebo que vocês quatro tem uma ótima química. Você tem alguma expectativa para os próximos dois anos, coisas que você gostaria de experimentar com os personagens, ou você confia totalmente nos roteiristas e aceita o que é proposto?
Eu estou mais pra segunda opção, confio muito nos roteiristas, adoro ver onde eles levam os personagens e fico muito feliz de ter a oportunidade de interpretar o que eles fizeram. Mas o interessante é que conforme as relações crescem e se aproximam fora de cena, elas influenciam o que acontece em cena. Por enquanto sempre foi de uma maneira muito boa: quanto mais nos conhecemos, melhor o andamento do seriado.
No fim da temporada vocês ficaram no Pólo Norte. O que você acha que vai acontecer com os personagens?
Olha, eu acho que o Sheldon vai ficar bem, não sei quanto aos outros personagens, mas o Sheldon vai ficar bem. Acho que os outros três terão problemas. Eu, na verdade, não sei de nada, mas é o que eu acho, aqueles três nunca deveriam ser deixados sozinhos numa cabana no meio do nada.