Little Fires Everywhere

Créditos da imagem: Hulu/Divulgação

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Little Fires Everywhere | As maiores diferenças entre o livro e a série

Produção disponível no Prime Video é adaptação da obra de Celeste Ng

03.07.2020, às 17H32.

O sucesso da série Little Fires Everywhere fez muitos irem atrás do seu material base, o livro de Celeste Ng, Pequenos Incêndios Por Toda Parte. E para quem ainda não tinha lido o best-seller, foi uma surpresa perceber que diversos elementos da adaptação - inclusive alguns fundamentais - não faziam parte do livro. Como já foi amplamente discutido, por exemplo, a personagem de Kerry Washington, Mia Warren, não era descrita como negra no livro, algo que causa uma das maiores diferenças entre as duas histórias. Enquanto a série do Hulu discute principalmente questões raciais, o livro de Celeste fala de relações de poder de modo amplo, discutindo mais a tradição de Shaker Heights e o embate jurídico que envolve a personagem de Bebe Chow, do que as questões raciais entre as duas protagonistas. 

Além disso, muitos se surpreenderam com as mudanças no passado de Elena, nas relações de Mia, e muito mais. Por isso, reunimos abaixo 6 grandes diferenças entre o livro e a série de Little Fires Everywhere. Mas cuidado! O último item da lista tem um spoiler bem grande! 

A etnia de Mia e Pearl nunca é especificada

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Hulu/Divulgação

Enquanto na adaptação televisiva existe uma barreira racial muito clara entre Elena e Mia, que inclusive é um dos pilares da série, no livro não há nenhuma menção da etnia de Mia e Pearl. Em entrevista ao Buzzfeed, Celeste Ng inclusive explicou que imaginava as duas como brancas. 

No livro, a relação de poder entre as duas está mais baseada entre suas diferenças financeiras (que são bem semelhantes à da série). Mia é uma artista que trabalha como garçonete para pagar as contas, enquanto os Richardsons são uma família distintamente rica.

A introdução das Warren

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Hulu/Divulgação

Uma das mais interessantes mudanças estruturais da série para o livro é a introdução das Warren e Elena Richardson. Na série, logo no primeiro episódio, Elena telefona para as autoridades quando vê o Volkswagen antigo de Mia em uma das ruazinhas de Shaker Heights, e ao associar Mia e Pearl àquela ligação, enquanto lhes mostra a casa, é tomada por um sentimento de culpa e faz o possível para alugar a casa para as duas. No livro, nada disso acontece. Logo no início, Mia e Pearl já estão morando na casa da rua Winslow, o que torna a relação entre as duas famílias diferente em seu fundamento. 

No livro, a relação das duas está longe de ter uma base problemática deste modo. A introdução da existência das personagens é feita no Capítulo 2: "No último mês de junho, quando Mia e Pearl se mudaram para a pequena casa na rua Winslow, nem a Sra. Richardson (que, tecnicamente, era a dona da casa) nem o Sr. Richardson (que entregara as chaves) prestaram muita atenção". 

A sexualidade de Izzy

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No livro, assim como na série, Izzy é uma garota rebelde que não se encaixa muito bem com seus colegas de escola, principalmente por causa da sua atitude combativa. Mas enquanto na série um dos motivos para isso é uma atração de Izzy por sua amiga April, no livro, a sexualidade da garota nunca é explicitamente tratada.

Em um dos casos que remete à série, no livro Izzy também arranja problemas durante uma aula de música. Enquanto no livro isso acontece porque a professora de violino tem uma atitude racista com uma aluna negra, na série o conflito ocorre porque a garota sofre bullying de suas colegas, que implicam com ela por ser lésbica. 

Enquanto a série usa o elemento de preferência sexual como um dos fatores que aproximam Izzy e Mia, o livro de Ng nunca faz referência a isso, se baseando bem mais no elemento artístico presente nas duas. 

A redação de Lexie

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Na série, a redação de Lexie para entrar em Yale demonstra uma de suas maiores insensibilidades, já que a garota apropria a história de Pearl e conta como se fosse sua, o que inclusive causa uma grande ruptura entre a jovem Richardson e seu namorado, Brian. No livro este caso é bem diferente. 

Na obra de Celeste Ng, Pearl idolatra Lexie, e a relação das duas é bem construída nesta dinâmica. Quando Lexie precisa escrever uma redação para Yale, que nada tem a ver com um obstáculo de vida, mas é na realidade uma reimaginação de uma história conhecida, Pearl oferece para escrever a história para ela. A passagem acontece no quinto capítulo:

"Posso ajudar você - disse ela baixinho para que Mia não ouvisse. Então, um instante depois, porque aquilo não pareceu bastar, acrescentou - Sou boa em inventar histórias. Posso até escrever para você."

A chegada de Bebe

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A chegada de Bebe Chow no aniversário da bebê na casa dos McCullough é uma das cenas mais marcantes da série, muito por causa da atuação de Lu Huang ao ver sua pequena filha nos braços de outra família. Mas no livro essa cena não é tão bombástica. 

Na obra de Ng, Mia percebe que Mirabelle é na realidade May Ling e conta para a amiga. Bebe liga para os McCullough e já informa quem é, mas Linda apenas desliga na sua cara. A mãe então vai à residência do casal sozinha, e bate na porta, mas ninguém atende. O relato é feito de Bebe para Mia, que conta que tentou ligar e tentou se explicar, mas o casal chamou a polícia e pediu para que retirassem a mulher de sua casa.  

O incêndio [cuidado com spoilers!]

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[cuidado com spoilers da série e do livro]

Existe uma cena no segundo episódio da série que está retratada de modo bem similar ao livro. Chegando em casa após brigar na aula de música, Izzy encontra Mia e as duas tem uma conversa importante, em que a Warren simplesmente nutre um sentimento bem importante na garota. Depois de ouvir os relatos do que aconteceu na aula, Mia pergunta à Izzy: "Quem disse que você tem que ouvir e ficar calada? Se você não se defender, quem irá?". 

No livro, neste momento, Mia pergunta para Izzy: "O que você vai fazer em relação a isso?". Essas são as palavras que ecoam em sua cabeça quando a filha mais nova dos Richardsons percebe todos os acontecimentos que levaram à decisão das Warren de deixar Shaker Heights. "Lexie tinha mentido e usado Pearl. Trip havia se aproveitado dela. Moody a traíra de propósito. Seu pai era um ladrão de bebê. E sua mãe: bom, sua mãe estava na raíz de tudo". Essa linha de raciocínio faz Izzy tomar a decisão de incendiar a casa, jogando gasolina em cada uma das camas dos irmãos, sem saber que Elena ainda dormia. 

Na série, apesar de indicar que a culpada era Izzy, no fim das contas foram os outros filhos de Elena que decidiram causar o incêndio, mais como um ato de rebeldia pela postura da mãe em relação à filha mais nova do que qualquer outra coisa. 

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