Kanye West em cena de jeen-yuhs (Netflix/Divulgação)

Créditos da imagem: Kanye West em cena de jeen-yuhs (Netflix/Divulgação)

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jeen-yuhs apresenta um Kanye West genial em busca de reconhecimento

Com episódio de 90 minutos, série documental da Netflix conta luta do rapper para ser reconhecido como artista

Omelete
3 min de leitura
22.02.2022, às 16H21.
Atualizada em 22.02.2022, ÀS 19H49

Desde que foi diagnosticado com transtorno bipolar, em 2018, a vida de Ye, anteriormente conhecido como Kanye West, se tornou uma montanha-russa. As coisas se complicaram ainda mais quando ele se separou da modelo Kim Kardashian, no ano passado. Os últimos meses do rapper foram marcados por polêmicas e postagens contraditórias nas redes sociais. E é quando ele se vê no olho do furacão que a série documental jeen-yuhs é lançada pela Netflix. Em seu primeiro episódio, a produção mostra West como um produtor e compositor genial, mas sem o devido reconhecimento da indústria. O episódio segue os passos dele de Chicago até Nova York, durante sua busca pelo estrelato fora dos estúdios.

Considerado por muitos um dos melhores produtores dos Estados Unidos, Ye sonhava em se tornar cantor desde criança. Após fazer muito sucesso produzindo músicas para outros rappers, ele iniciou sua caminhada até os microfones, enfrentando muita resistência de estúdios e colegas, principalmente por ter crescido em um bairro considerado de classe média. “Antes de ter meu carro, eu andava de trem ensaiando o meu discurso para o Grammy”, ele chega a dizer, rebatendo o discurso. Com cenas gravadas antes do artista ter uma carreira de cantor para chamar de sua, o primeiro ato da série aposta em um tom melódico para aproximar o espectador do artista, e vender com mais facilidade a imagem de gênio incompreendido.

Jeen-yuhs também aborda a relação entre Kanye e a mãe, Donda West, que sempre o apoiou em sua jornada no mundo da música, até morrer em novembro de 2007. Donda, que dá nome ao mais recente álbum do cantor, tem a participação mais emocionante e profunda no documentário, pois é através dela que o espectador tem acesso ao outro lado do rapper. É em sua casa que ele fica mais à vontade e risonho, resgatando um Kanye que seus fãs jovens não conhecem e outros guardam no coração. Independentemente da fase em que o espectador conheceu Kanye, o paralelo entre o artista que vemos no documentário e o atual é impactante.

Os cansativos 90 minutos da primeira parte de jeen-yuhs não escondem o carinho e idolatria que Ye sempre teve pelo rapper Jay-Z, nome inquestionável do hip hop e um dos principais empresários da música nos Estados Unidos. Os dois sempre tiveram uma boa relação, desde quando Kanye produziu as primeiras músicas para Jay, mas ambos ficaram ainda mais próximos quando Kanye assinou com a Roc-A-Fella Records, gravadora de grandes nomes do hip hop co-fundada por Jay-Z, Damon Dash e Kareem "Biggs" Burke. Foi de lá que saíram grandes hits de Kanye e suas maiores colaboração com Jay. Após contar toda a trajetória do artista para ser reconhecido como cantor, o episódio termina com Kanye assinando com a Roc–A-Fella e sendo apresentado no palco como um novo membro da família.

Em seu primeiro ato, jeen-yuhns remonta uma história conhecida por poucos, trazendo uma versão do artista bem destoante da que observamos atualmente. Tentando emplacar a imagem de gênio incompreendido de Kanye West, o episódio prepara o solo para mais dois atos, que devem contar o caminho de West até o caos que ronda sua vida, colocando o protagonista em uma posição que provoca empatia. Se escolher esse caminho, o documentário terá a chance - e o trabalho - de redimir a imagem dele diante da mídia.

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