Harry Potter | JK Rowling diz que não demitirá ator que assinou carta pró-trans

O papel de Papa Essiedu na série de Harry Potter, aparentemente, não está ameaçado. Quem diz isso é a própria J.K. Rowling, criadora deste universo. Essiedu foi um dos membros de um comitê de artistas que assinou carta pró-pessoas trans na última semana, contrariando posicionamentos de Rowling, que é crítica ativa de pessoas trans em suas redes sociais.

• CCXP25: ingressos à venda para todos os dias! Garanta o seu para viver o épico!

Na ocasião, artistas, diretores e membros técnicos da indústria de filme e televisão no Reino Unido assinaram uma carta de apoio a pessoas transsexuais e pedem por mais respeito à causa trans. A carta foi motivada por uma decisão da Suprema Corte do Reino Unido, publicada em 17 de abril, que muda a definição de "mulher" no território, para apenas classificar assim as mulheres cis, que nasceram mulheres de forma biológica. O lobby para a decisão recebeu, inclusive, apoio financeiro de mais de £ 70 mil de Rownling.

Em sua conta no X/Twitter, a autora publicou um enorme texto para comentar sobre a carta, sem citar diretamente o autor, ao menos inicialmente. "Alguns argumentam que os signatários desse tipo de carta são motivados pelo medo: medo por suas carreiras, é claro, mas também medo de seus correligionários, que incluem homens raivosos e narcisistas que ameaçam e às vezes praticam violência contra descrentes; colegas traidores sempre prontos para denunciar pensamentos errados", escreveu Rowling, em determinado trecho.

• Harry Potter | Ator de Dumbledore discute transfobia de JK Rowling
• Robert De Niro defende filha trans: "Amo e apoio"

Pouco tempo depois, a autora interagiu com uma publicação que dizia que Essiedu seria demitido da série, pois Rowling é produtora-executiva. Ela disse: "Não tenho o poder de demitir um ator da série e não o exerceria se tivesse. Não acredito em tirar o emprego ou o sustento das pessoas porque elas têm crenças legalmente protegidas que diferem das minhas".

A carta expressa solidariedade às comunidades trans, não-binárias e intersexo impactadas pela decisão da Suprema Corte. A decisão e as diretrizes subsequentes da Comissão de Igualdade e Direitos Humanos excluirão pessoas trans de muitas instalações exclusivas para pessoas do mesmo sexo, o que impactará toda a indústria, dos sets de filmagem aos cinemas. A carta apela a entidades da indústria e instituições culturais como Bectu, BAFTA, BFI, Directors UK, Picturehouse, BBC, Writers Guild e Channel 4 para que se comprometam a proteger pessoas trans dentro da indústria e suas respectivas organizações.

“Nós, profissionais de cinema e televisão abaixo assinados, nos solidarizamos com as comunidades trans, não-binárias e intersexo que foram impactadas pela decisão da Suprema Corte de 17 de abril”, diz o texto. “Gostaríamos de somar nossas vozes aos mais de 2.000 signatários da Carta Aberta de Escritores do Reino Unido à Comunidade Trans, publicada na semana passada, e convocamos membros de nossa indústria e entidades culturais a se juntarem a nós", complementa.

E acrescentou: "O cinema e a televisão são ferramentas poderosas para a empatia e a educação, e acreditamos apaixonadamente na capacidade da tela de mudar corações e mentes. Esta é a nossa oportunidade de estar do lado certo da história".

Executivos de empresas como New Pictures, Sister Pictures, Motive Pictures, Balloon Entertainment, World Productions, Federation Stories, Red Planet Pictures e Objective Fiction também assinaram a carta.

Clique aqui para ler a carta na íntegra, em inglês.