Nossos parceiros do Collider estão no Festival Internacional de Cinema de Toronto e tiveram a oportunidade de conversar com Guillermo Del Toro. Leia abaixo os melhores trechos ou assista ao vídeo da entrevista na íntegra, sem legendas, ao fim desta nota.
Além de projetos no cinema como a adaptação de Nas Montanhas da Loucura e The Haunted Mansion, que ele está produzindo para a Disney, Del Toro revelou que desenvolve projetos com a DreamWorks Animation, onde tem trabalhado todas as quintas-feiras. Por enquanto, os projetos permanecem sob sigilo, mas Del Toro contou que exerce neles as funções de produtor-executivo e consultor criativo. "Estou aprendendo! Porque o que eu quero aprender é animação e video games. Eu também queria aprender a editar livros e fazer TV, porque como contador de histórias, em cinco ou dez anos vamos precisar saber tudo isso", comentou o diretor
"As pessoas falam sobre [narrativas] transmidiáticas e dizem que isso não é possível, falam como se fosse o fim da civilização. Eu acho que vai acontecer, não para tudo. Teremos filmes que serão apenas filmes, e games que serão apenas games, mas mais e mais coisas vão se integrar."
Del Toro também desenvolve histórias para a televisão. Assim como os projetos da DreamWorks, as séries não foram detalhadas, mas o mexicano comentou suas motivações. "As histórias mais bem escritas que vi nos últimos anos foram em Breaking Bad. E, antes disso, The Wire. E por que eu quero aprender a fazer TV? O negócio é que a cada dez ideias - e todo cineasta tem umas dez ideias -, uma ou talvez duas acontecem. E enquanto isso, o que você faz? Você faz tudo, até dança, tentando conseguir financiamento, com pessoas te perguntando as perguntas erradas e tendo que dizer não. Então é muito corrido. Sou viciado em trabalho e não quero passar pelos 12 passos, não quero ser curado. A vida real é difícil para mim. Trabalhar é ótimo. Se eu pudesse morar num set de filmagem, eu moraria. [...] O que eu gosto em Breaking Bad é que é muito próximo de um conto, é quase literatura. Como aquele episódio de Sopranos, em que eles se perdem na floresta. É um lindo desenrolar literário e essa liberdade você não pode ter num filme. Deixa eu mudar essa frase: você não pode ter num filme comercial. E mesmo assim você não tem, porque existe a estrutura aristotélica de ato 1, ato 2, ato 3. Você precisa passar por isso. E num episódio de TV você não precisa fechar a história, então a estrutura é mais solta", explicou.
Na íntegra em vídeo, Del Toro fala ainda de seu cotidiano de trabalho e até o que ele achou do final de Família Soprano:
Leia mais sobre Guillermo del Toro
