Elenco de Fallout promete escolhas difíceis e 2ª temporada “eletrizante”
Omelete falou com Ella Purnell, Walton Goggins, Aaron Moten e Justin Theroux
Créditos da imagem: Detalhe do pôster de Fallout, 2ª temporada (Reprodução)
Em Fallout, escolhas são tudo. Os jogadores da franquia já sabem muito bem disso, e parece que o elenco da série do Prime Video também está começando a aprender.
“Essa é uma das melhores maneiras, eu acho, de traduzir um videogame para uma série”, comenta Ella Purnell em conversa com o Omelete. “Os nossos roteiristas são tão bons… a série é toda feita de escolhas. Você literalmente tem opção A, opção B, opção C”.
Dada a oportunidade de falar com a protagonista e alguns de seus colegas de elenco, em entrevista exclusiva realizada durante a CCXP25, perguntamos qual é a escolha mais difícil que Lucy (Purnell), Maximus (Aaron Moten), Cooper (Walton Goggins) e Mr. House (Justin Theroux) precisam fazer na segunda temporada.
“Oh, há grandes spoilers aí”, brincou Moten. “Uma equipe da SWAT vai entrar aqui e me derrubar se eu falar demais!”.
A seguir, confira o papo completo com os quatro atores. A segunda temporada da série estreia no dia 17 de dezembro, no Prime Video, com capítulos semanais às quartas-feiras.
OMELETE: Olá, pessoal, muito prazer em conhecê-los e bem-vindos ao Brasil!
THEROUX: Prazer em conhecê-lo!
PURNELL: Oi!
MOTEN: Olá!
GOGGINS: Muito prazer.
OMELETE: Eu queria começar com a Ella. Lucy começou a série vivendo em um Abrigo, e agora ela está indo para provavelmente a locação mais icônica e, eu diria, uma das mais depravadas de Fallout, que é New Vegas. Então, qual será a reação dela a isso?
MOTEN: Hmmm, sim… como ela vai se sair? [Risos]
PURNELL: Bom, ela simplesmente não sabe o que tudo isso significa! Ela não sabe nada sobre isso. É tão interessante, porque ela está indo nessa viagem com o Necrótico, e ele tem todas as respostas para todas as perguntas dela. Ele sabe o que New Vegas significa, o que Novac significa. Ele sabe todas essas coisas, e Lucy não. Ela não sabe, crucialmente, o que esses lugares e essas coisas significam para ele. Acho que ela vê vislumbres de esperança, confusão, dúvida, raiva dentro dele, mas ela não sabe de onde estão vindo. Então, acho que as pessoas que não conhecem os jogos estarão aprendendo ao lado da Lucy sobre este mundo, recebendo tudo através dos olhos dela.
OMELETE: Aaron, vamos falar da Irmandade do Aço! O debate sobre a filosofia da Irmandade é grande entre os fãs, e agora – como vimos nos trailers –, teremos uma espécie de guerra civil entre diferentes facções na série. Eu me pergunto, você acha que isso trará discussões diferentes desta vez? Qual é a sua expectativa sobre isso?
MOTEN: Sim! Os nossos roteiristas são tão bons em fazer as perguntas certas, sabe? Acho que existe conflito na tela quando você tem pessoas com perspectivas diferentes. Se tivéssemos pessoas que pensam exatamente igual, seria a coisa mais chata do mundo de se assistir! Quero dizer, na primeira temporada, nós só vimos uma facção da Irmandade – ou, na verdade, eles se denominam capítulos da Irmandade. Vai ser realmente interessante ver como o Maximus pode se posicionar ao lado de algumas perspectivas, se sentir totalmente oposto a outras, e o que isso significa para ele. E devo dizer que, especialmente por causa do encontro fortuito com a Lucy na primeira temporada, ele está pronto para ser mais assertivo em relação ao mundo ao seu redor. É realmente divertido assistir a este neste ano.
OMELETE: Justin, você foi escolhido para ser o Mr. House da série… digo, este é um personagem tão icônico. Eu me pergunto quais foram suas inspirações, sabe? Você se baseou muito no personagem do jogo ou…
THEROUX: Eu assisti ao personagem do jogo, mas eu não me baseei realmente nele... o jogo fez um trabalho tão incrível, e o ator que interpretou e dublou aquele personagem [René Auberjonois] também. Eu tive muitas conversas com Geneva [Robertson-Dworet, showrunner] e Jonathan [Nolan, produtor], fiz muitas perguntas a eles. Quem é ele? Em quem ele é vagamente baseado? Acho justo dizer que ele foi baseado em Howard Hughes até certo ponto, e nesse tipo de milionários ou bilionários do passado, mas há muitos paralelos contemporâneos para se traçar, aquela concentração de poder que acontece até hoje. E acho que essa é a diversão desta temporada, é que estamos conhecendo-o para além do jogo, no qual ele é visto somente em uma tela, em um tubo. Aqui, estamos conhecendo-o em carne e osso, e acho que essa é uma daquelas escolhas emocionantes que os roteiristas fizeram, de poder dizer: ‘Não, não vamos apenas colocá-lo em uma tela. Queremos vê-lo no passado. Queremos vê-lo vivendo, respirando e interagindo com Cooper Howard’. Achei essa proposta eletrizante.
GOGGINS: Eu também!
OMELETE: Walton, Cooper tem sido um dos nossos guias principais para o universo Fallout ao longo da série. Quando se trata da estrada para New Vegas, que tipos de memórias e sentimentos isso inspira nele? Ele já passou por isso antes?
GOGGINS: Sabe, eu acredito que ele foi explorado na primeira temporada, mas apenas na superfície. Aquilo era a ponta do iceberg. É apenas o começo do desenterrar de como era a vida dele, e como era a vida antes das bombas caírem. Uma das coisas que mais me animou neste novo capítulo, nesta nova temporada da história, é que você realmente consegue ver as coisas do ponto de vista de Cooper, o que estava acontecendo com ele, e como o mundo estava mudando em tempo real. Muito disso aconteceu com o Mr. House do Justin, e várias outras pessoas.
OMELETE: Certo, interessante! Agora tenho uma pergunta para todos: uma grande parte da essência de Fallout, é claro, são as decisões difíceis que o protagonista tem que tomar. Muitas vezes elas custam vidas, bloqueiam caminhos narrativos... Então qual é a decisão mais difícil que seu personagem teve que tomar nesta temporada?
MOTEN: Ah, há grandes spoilers aí.
PURNELL: Grandes, grandes spoilers.
MOTEN: Enormes!
PURNELL: Quer dizer, a Lucy toma tantas decisões. E essa é uma das melhores maneiras, eu acho, de traduzir um videogame para uma série. Os roteiristas são tão bons… a série é toda feita de escolhas. Você literalmente tem opção A, opção B, opção C. Eu diria que, nesta temporada, o episódio final é quando Lucy se depara com sua maior escolha, sua escolha mais difícil. E vou deixar por isso mesmo…
THEROUX: Decisão mais difícil, ou será que para House seria uma indecisão? Digo, encontramos House em um momento particular onde ele está tentando descobrir o que... Não, eu não posso dizer agora. [Risos]
GOGGINS: Ele é um homem que sabe tudo, mas pode não saber tudo o que pensava que sabia.
THEROUX: Aí está, perfeito! Falou melhor do que eu falaria.
MOTEN: É, o que será que posso dizer? [Maximus] tem tantas escolhas nessa temporada. Graham [Wagner, showrunner] e Geneva têm feito um trabalho tão bom com isso. Mesmo na nossa primeira temporada, houve muitas coisas. Acho que para o Maximus, especialmente, as escolhas foram essenciais para entender o rumo que ele ia seguir durante a primeira temporada. No segundo ano, talvez ele esteja tomando decisões maiores, que afetam outras peças de dominó.
Mas é só isso que vou dizer, porque se não, uma equipe da SWAT vai entrar aqui e me derrubar! [Risos]
OMELETE: Eu entendo! Então, por último: música é uma grande parte de Fallout: New Vegas. Se vocês tivessem que escolher, qual seria a trilha sonora de vocês para a estrada até New Vegas?
PURNELL: Oh, eu gosto dessa pergunta.
MOTEN: Johnny Cash, talvez?
PURNELL: Eu vou de Etta James.
MOTEN: Sério?
PURNELL: Sim, eu vou! Eu preciso de algo mais calmo e relaxante antes de chegar lá. Quero que Vegas seja como um fim de semana de autocuidado. Eu não sei apostar, não bebo. Só quero ir para lá se for para ter um fim de semana de spa, entendeu? Então, Etta James vai me deixar no clima.
GOGGINS: Acho que a minha não seria tão diferente da trilha dos jogos! Billie Holiday, The Ink Spots… São escolhas inspiradas.
OMELETE: Perfeito! Muito obrigado, pessoal, e tenham uma ótima estadia no Brasil.
THEROUX: Muito obrigado!
PURNELL: Obrigada!
MOTEN: Obrigado!
GOGGINS: Obrigado, tchau tchau!