Icone Chippu

Alguém disse desconto? Com o Chippu você tem ofertas imperdíveis de streamings e Gift cards! Corre!

Aproveite as ofertas da Chippu Black!

Icone Conheça Chippu Ver ofertas
Icone Fechar
Séries e TV
Artigo

Está na hora de limitar indicações para a mesma série nas categorias do Emmy

Não é possível que só Ruptura e White Lotus tenham tido bons coadjuvantes este ano

Omelete
4 min de leitura
15.07.2025, às 16H42.
Walton Goggins e Sam Rockwell em The White Lotus (Reprodução)

Créditos da imagem: Walton Goggins e Sam Rockwell em The White Lotus (Reprodução)

Entra ano, sai ano, e no Emmy a história nunca muda… no verdadeiro oceano de séries de TV lançadas nas emissoras e plataformas de streaming estadunidenses durante o período de qualificação, apenas uma mão cheia de produções consegue cavar o seu lugar dentro da premiação mais prestigiada da indústria. De certa forma, é fácil dizer que isso faz parte do jogo - o mesmo poderia ser dito do Oscar e da produção cinematográfica do ano que ele busca honrar, afinal. Mas seria uma dicotomia falsa: o Emmy tem mais categorias que o Oscar, e mais indicados em cada uma delas, justamente – em teoria –  para comportar a diversidade da produção televisiva dos EUA, além de ter muito menos abertura para produções de fora do país (o Emmy Internacional existe por um motivo), o que afunila os possíveis concorrentes.

Omelete Recomenda

Zach Cherry, Britt Lower e John Turturro em Ruptura (Reprodução)
Zach Cherry, Britt Lower e John Turturro em Ruptura (Reprodução)

Mais vagas, menos competição. No papel, o Emmy é o ambiente ideal para vermos um reconhecimento eclético e personalizado de produções, performances e trabalhos técnicos, provando que a excelência e o talento não existem em apenas duas ou três séries em exibição nos canais mais prestigiados do momento. E, ainda assim, na lista de indicados anunciada hoje (15) para o Emmy 2025, se veem categorias como melhor ator coadjuvante em série dramática, na qual concorrem três atores de The White Lotus (Walton Goggins, Jason Isaacs e Sam Rockwell), três atores de Ruptura (Zach Cherry, Tramell Tillman e John Turturro), e um indicado solitário de Paradise (James Marsden).

Será possível que só essas três séries dramáticas - e, dominantemente, duas delas - tenham tido boas performances coadjuvantes masculinas na temporada 24/25 da TV estadunidense? A resposta, óbvio, é um retumbante “não”. Em Entrevista Com o Vampiro, a Academia poderia ter reconhecido o trabalho de Sam Reid, Assad Zaman, Eric Bogosian ou Ben Daniels. Em O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, até os detratores da série tendem a concordar que Charlie Vickers e Charles Edwards fizeram trabalhos excelentes no segundo ano. O final de Sweet Tooth poderia ter rendido um reconhecimento merecido para Nonso Anozie. A segunda temporada de Pachinko deu boas oportunidades para Lee Minho e Jin Ha brilharem. 

Enfim, opções não faltavam, e nem precisavam ser estas. Uma olhada rápida nas apostas do GoldDerby mostrava atores de Slow Horses, Round 6, The Pitt, Andor e mais como possibilidades fortes na categoria de coadjuvante em série dramática. O ponto é que não havia uma falta de talento para se reconhecer - mas havia, por outro lado, um par de séries que monopolizaram a atenção do corpo votante, de tal forma que muitos deles resolveram votar em coadjuvantes que vieram só delas. O que é mais visto é mais votado, e o que é mais votado é indicado. Problema recorrente de premiações grandes de Hollywood, mas exacerbado de forma absurda, e recorrente, no Emmy.

Charlie Vickers e Charles Edwards em O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (Reprodução)
Charlie Vickers e Charles Edwards em O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (Reprodução)

Digo isso porque, é claro, não é de hoje que categorias como essa aparecem na premiação. Em 2023, a mesma lista de ator coadjuvante em série dramática foi formada por quatro atores de Succession, e quatro de The White Lotus (de novo). Em 2022, o elenco de Ted Lasso e Barry ocupou 5 das 8 vagas da categoria ator coadjuvante em série cômica, enquanto Lasso e Abbott Elementary fizeram o mesmo na categoria de atriz coadjuvante em série cômica. No passado, séries como Game of Thrones, Desperate Housewives, Modern Family e Sex and the City também emplacaram múltiplos atores nas mesmas categorias, interditando certo espaço para si e estabelecendo um monopólio de reconhecimento que não corresponde à realidade da TV estadunidense.

A solução para tudo isso não é nenhum mistério: a Academia do Emmy deveria limitar a quantidade de indicações que cada produção pode ter em uma única categoria. O número não precisa ser um, nem dois - mas é preciso um teto, ou não vai demorar nada para vermos uma categoria inteiramente dominada por uma única série, e isso só faria do Emmy um processo mais tedioso do que já é. E tampouco é preciso colocar rédeas nos votantes ou nos estúdios individuais. Se você produz Ruptura, ou só assiste a Ruptura, por favor, coloque todos os coadjuvantes de Ruptura em sua cédula de votação - mas só o mais votado, ou os dois mais votados, entrarão na lista final.

Introduzir uma regra desse tipo mudaria o jogo das campanhas para o Emmy? Provavelmente. Toda mudança de regra nesse tipo de premiação é acompanhada por uma mudança de estratégia das produtoras que querem uma vaga. Estúdios passariam a investir mais dinheiro em menos campanhas, e talvez até limitariam a quantidade de nomes que submeteriam ao Emmy durante o processo de qualificação. Mas teríamos uma premiação menos modorrenta, e que dá mais chances a mais talentos em busca de reconhecimento. Para mim, parece um preço aceitável a se pagar.

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.