“Tenho mais essa alma de palhaço”, explica Marco Luque sobre o estilo que o afasta das polêmicas que cercam comediantes como seus ex-colegas de CQC Rafinha Bastos e Danilo Gentili. Humor leve que ele agora leva para a Netflix com Tamo Junto, show de stand-up premiado que foca em piadas clássicas sobre cotidiano, relacionamento e manias.
“Isso é muito legal que a gente vê a galera se identificando na plateia, um cutucando o outro. Falo de cinema, fala de cachorro, é muita coisa que a galera se identifica. Falam ‘eu conheço alguém que faz isso, eu faço isso, ou eu e meu marido, ou eu e minha esposa, a gente vive essa situação’”, comemora Luque.
O humor leve vem da personalidade do comediante, que se define como menos agressivo. “É estilo, né? Acho que vai de cada um, de cada artista. Meu instinto é fazer a galera rir mesmo, sem apontar o dedo para ninguém, sem ofender ninguém”. Ainda assim, Luque defende os colegas que optam por um caminho mais polêmico: “Cada um sabe e conhece o seu limite. Cada um vai até onde acha que deve. É uma escolha do artista, ele tem a liberdade total de fazer o que bem quiser com a arte dele e ele vai sofrer as consequências disso. Acho super válido, tem que ter esse tipo de artista, mas para mim, é uma postura, um estilo que me incomoda um pouco, prefiro não ir para esse caminho”. O importante, explica, é a variedade: “O mercado tem espaço para todo tipo de arte. A gente não pode restringir. Acho até um pouco chato essa pressão do politicamente correto, a gente tem que entender quando é uma piada e quando é uma opinião”.
Luque defende uma liberdade de expressão com consciência, já que comediante “tem responsabilidade, tem que saber que ele tem seguidores, que a palavra dele tem peso”. Influência que deve ser usada para um bem maior: “É por isso que muitos artistas fazem questão de abordar esses assuntos, abrir o olho de uma galera em relação a um político, ou alguém que tá se posicionando de forma errada para um futuro melhor da sociedade. A gente tem que viver em uma sociedade sem preconceito, com muito amor, podendo abraçar muitas causas, levantar bandeiras que não deveriam ser queimadas”.
Essa generosidade de opiniões define Marco Luque e seu Tamo Junto, que ele vê como um “instrumento para levar alegria, leveza e felicidade no coração das pessoas”.
Tamo Junto já está disponível na Netflix.