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Deuses Americanos | Laura Moon e Mad Sweeney assumem protagonismo de penúltimo episódio

Sétimo capítulo foca em história autônoma e acrescenta complexidade na relação entre humanos e divindades

12.06.2017, às 09H47.
Atualizada em 12.06.2017, ÀS 11H05

Em seu penúltimo episódio da primeira temporada, Deuses Americanos opta por mostrar uma história autônoma e empurra o desenrolar da trama de Mr. Wednesday (Ian McShane) e Shadow (Ricky Whittle) para o capítulo final da trama. "Prayer for Mad Sweeney" conta a história de uma mulher chamada Essie MacGowan (também vivida por Emily Browning), e funciona como uma versão estendida dos flashbacks de abertura, mostrando como os leprechauns chegaram na América.

Era de se esperar que faltando apenas duas partes para a conclusão de uma trama confusa, com mais perguntas que respostas, que Bryan Fuller e seu time precisassem correr com alguns pontos da história, mas, pelo visto, o comportamento de Wednesday é uma grande metáfora para como a série se desenvolve: inesperadamente, subvertendo qualquer expectativa do espectador. Ainda que isso seja interessante do ponto de vista de colocar quem assiste a série no desconfortável lugar de Shadow, acaba dando a impressão de que a trama principal se arrasta por ser ligeiramente limitada.

Emily Browning é a grande estrela do episódio: a atriz se revesa entre a ruiva MacGowan do passado e Laura Moon no presente. Aliás, os únicos personagens contemporâneos que aparecem no capítulo são os que orbitam ao redor da esposa morta, Mad Sweeney (Pablo Schreiber) e Salim (Omid Abtahi), que parte em sua jornada individual logo no começo do episódio, dando um fim precoce a um trio cativante. A saída do taxista de cena coloca os holofotes todos em cima da dinâmica entre Laura e o leprechaun, que tem seu contraponto na relação entre MacGowan e Mad Sweeney no passado.

A trama evoca um tempo em que o leprechaun era glorificado e recebia oferendas dos humanos, enquanto no mundo atual obter respeito não é mais uma tarefa tão simples. McGowan e Laura não são interpretadas pela mesma atriz gratuitamente, mas porque existe um ponto simbólico de conexão entre as histórias de duas mulheres que se convertem em ladras e precisam lidar com as consequências disso - ainda que o resultado de cada uma das tramas tome caminhos completamente diferentes, quase opostos.

A grande cartada do episódio está em revelar algo sobre um fato já estabelecido para o espectador: a morte de Laura Moon. Ao contrário do que se acreditava até agora, o acidente de carro não foi obra do acaso, mas do próprio Mad Sweeney, cumprindo ordens de Wednesday. Isso ajuda a esclarecer o desconforto do velho deus com a presença da esposa morta, mas alimenta a interrogação que paira sobre os motivos de Shadow ser tão necessário para Wednesday. No começo da série, a impressão é que qualquer pessoa perdida poderia ocupar o papel do ex-presidiário, mas as coisas mudam de figura ao saber que sua vida foi propositalmente bagunçada para que ele ocupasse aquele papel.

A novidade mostra que as duas principais relações que es estabeleceram na trama entre divindades e humanos são mais complexas do que se revelaram inicialmente. Assim como Wednesday foi muito longe em suas ações para cooptar Shadow - e, caso o personagem descubra isso, as coisas podem não ficar muito boas para o velho deus - "Prayer for Mad Sweeney" mostra que a união de Laura e Mad Sweeney não é gratuita. A cena de encerramento, com o leprechaun devolvendo a moeda ao corpo da esposa morta após passar pelo déjà-vu do acidente em que ele a matou, mostra que, ainda que as divindades da série manipulem profundamente a vida dos humanos, suas ações também os modificam. Deuses Americanos é exibido no Brasil pelo serviço de streaming Amazon Prime e o próximo episódio estará disponível em 19 de junho.

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