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Séries e TV
Crítica

The Little Drummer Girl - 1ª temporada

Desde uma linda fotografia à atuações convincentes, adaptação tem diversas qualidades, mas ritmo não é uma delas

MB
08.02.2019, às 12H54.
Foto de The Little Drummer Girl

Créditos da imagem: The Little Drummer Girl/AMC/Divulgação

Ainda que James Bond seja o expoente das produções de espionagem - cheias de ação, explosões e elegantes ternos bem cortados - a realidade é bem diferente. Séries premiadas como The Americans se sustentam ao mostrar esse lado menos fantasioso e, de fato, ambíguo de ser um espião. É nesse espectro que The Little Drummer Girl se encontra, mas com uma adição que a difere de outros trabalhos de mesma temática: o metódico diretor Park Chan-wook (Oldboy).

A nova série da BBC não é a primeira adaptação de um livro do escritor britânico John Le Carré. The Night Manager, lançada em 2016, angariou vários prêmios importantes e teve uma ótima repercussão entre os críticos. Agora, repetindo o formato com The Little Drummer Girl, o autor parece ter encontrado sua fórmula definitiva para adaptar romances: minisséries com episódios dirigidos pela mesma pessoa, elencos excepcionais e belas paisagens europeias. Na história, durante uma viagem à Grécia, a boêmia atriz de teatro Charlie Ross (Florence Pugh) conhece o taciturno e misterioso “Joseph” (Alexander Skarsgård), por quem prontamente sente um magnetismo digno dos filmes de amor mais clichês. O momento de virada da história se dá ainda no primeiro episódio. De uma maneira fria e calculista, o homem se revela como Gadi Becker, um oficial israelense em busca de alguém que tope se infiltrar nas células terroristas pró-palestina.

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A partir daí, a trama torna-se tão cativante quanto confusa. Muitas vezes é difícil discernir o que é realidade e o que é ficção na vida dos personagens. De fato, o trabalho de um espião é enganar, mas a série se perde levemente tentando ludibriar seu próprio público. O enredo segue um ritmo bastante lento e sistemático, mas nunca simplesmente entediante. Isso se deve, principalmente, à atriz Florence Pugh, que entrega uma performance sensível e certeira. Inclusive, não seria nenhuma surpresa caso a carreira da atriz de 22 anos fosse catapultada a partir desse papel. Mesmo nos momentos de complexos e longos diálogos, Charlie é uma personagem de carisma ímpar. Seu humor ácido, misturado com uma aura misteriosa, faz dela uma alguém fácil de se gostar. É Charlie quem guia moralmente as convicções do próprio espectador e sua confusão reflete a nossa. Conforme a personagem pende para um lado ou para o outro do conflito, é natural que o espectador também vá junto, tamanha é a identificação que Charlie proporciona.

Quem não tem nenhuma dúvida dentro de si é Martin Kurtz (Michael Shannon), chefe da operação israelense. Embora mais sombrio, ele age de maneira muito parecida com o Professor, de La Casa de Papel, definindo-se como o grande “produtor, diretor e escritor” de toda aquela pantomima. Em busca de capturar os palestinos, o implacável oficial manipula as pessoas ao seu redor e não mede esforços para concluir seu objetivo. O passado do personagem - preso durante o holocausto - o atormenta frequentemente, mas, embora o tema seja interessante, o tempo de tela dedicado ao aprofundamento de Kurtz é raso, funcionando apenas como um pano de fundo. Algo parecido acontece com Gadi. Enigmático durante toda a série, é difícil entender seus reais sentimentos por tudo ao redor. Seu magnetismo se dá muito mais pelo já conhecido charme de Skarsgård do que de fato pelo personagem, resignado e frio ao extremo. 

Uma boa história com um bom elenco não se sustentaria sem uma direção refinada. Felizmente, as câmeras de The Little Drummer Girl estão nas mãos de Chan-wook. É curioso assistir as escolhas visualmente impecáveis de Park, que podem variar de bucólicas tomadas aéreas, até zoons agressivos nos rostos dos atores. É difícil encontrar um padrão - e isso não é um problema, pelo contrário, torna a experiência mais rica e surpreendente. Aliado ao diretor de fotografia Kim Woo-hyung, o coreano transformou o que poderia ter sido mais uma história cinzenta de espionagem em uma obra de arte, cheia de cores marcantes, chamativas e que fazem com que seja impossível desprender o olho da tela.

Com uma história tão fascinante quanto lenta, The Little Drummer Girl é consideravelmente mais ambiciosa que sua equivalente The Night Manager. Sua ganância em fazer algo diferenciado é ao mesmo tempo seu grande mérito e seu grande calcanhar de Aquiles, afinal, a direção e o elenco são primorosos, mas a complexidade do enredo torna a série confusa. De maneira geral, seus pontos positivos se sobressaem, e fazem com que daqui pra frente qualquer adaptação de um livro de Le Carré seja aguardada com ansiedade.

Nota do Crítico

Ótimo
Matheus Bianezzi

The Little Drummer Girl

Em andamento (2018- )

Criado por: Park Chan-wook
Duração: 1 temporada
Onde assistir:
Oferecido por

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