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Crítica

Supernatural - 9ª Temporada | Crítica

Com o foco nos segredos e mentiras entre Dean e Sam, os irmãos mais brigaram do que trabalharam juntos neste ano

23.05.2014, às 16H41.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

Quando uma série passa de um certo número de temporadas, nada mais normal do que encontrar pelo caminho fãs que a defendem com unhas e dentes, além daqueles que simplesmente deixam de acompanhá-la. Com Supernatural não poderia ser diferente. Uma série que conseguiu levar cinco temporadas com um roteiro cheio de tramas e o melhor da ação e suspense, perdeu alguns espectadores entre o sexto e oitavo ano, sob alegações de que estava em um ritmo estranho e enrolado. Neste último ano, porém, a série parece ter recuperado o antigo fôlego graças a nomes como Greg Berlanti e Marc Guggenheim, que voltaram a assumir o roteiro.

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O nono ano começa com os irmãos Winchester sofrendo as consequências das ações que executaram do final de temporada anterior - ou seja, Dean (Jensen Ackles) tendo que salvar a vida de Sam (Jared Padalecki) a qualquer custo por conta das provações que o corpo do mais novo sofreu ao mandar definitivamente todos os demônios para o inferno. Por outro lado, suas ações resultaram na expulsão de todos os anjos do paraíso, seguindo o plano de Metatron (Curtis Armstrong), que usou Dean, Sam e Castiel (Misha Collins) para que ele pudesse reinar no céu. A temática da temporada foi justamente essa: os anjos caídos tendo que levar vidas humanas e, ao mesmo tempo, tentando achar uma forma de voltar ao paraíso. Ainda com o foco nos segredos e mentiras entre Dean e Sam, este foi um ano em que os irmãos mais brigaram do que trabalharam juntos - um dramalhão digno de novela mexicana. Para salvar o irmão da morte, Dean até permitiu que um anjo incorporasse o corpo de Sam secretamente.

A trama principal envolvia um curioso quarteto - ​Dean, Sam, o anjo Castiel e o Rei dos Demônios Crowley (Mark Sheppard) ​- trabalhando para evitar que a nova comandante das trevas, Abaddon (Alaina Huffman), liberasse a saída de todos os demônios do inferno. O time também buscava pistas sobre o paradeiro de Metatron para devolver os anjos ao céu (criaturas celestiais que você não gostaria de ter como seus anjos da guarda). Paralelamente, a série exibia os seus já característicos episódios isolados. Um ponto alto, além das clássicas histórias envolvendo lendas urbanas, assassinatos e muitos mistérios que só os irmãos Winchester poderiam resolver, foi o retorno dos Ghostfacers, mostrando a maturidade do grupo de adolescentes que filmava casos sobrenaturais ao melhor estilo Bruxa de Blair. Outro destaque foi o episódio que fez referência ao Mágico de Oz, com mais uma participação de Felicia Day.

Voltando à trama principal, na segunda metade do nono ano vimos Castiel novamente como um verdadeiro membro do elenco regular. As tramas centradas no personagem criaram outro objetivo para os protagonistas. Os anjos se dividiram entre os apoiadores de Castiel e Metaron; Dean, com marca de Cain se tornou o único humano capaz de controlar a arma chamada de "primeira lâmina". Ou seja, somente ela seria capaz de matar Abaddon, Metatron e qualquer outra criatura sobrenatural de alto escalão. Esse chamariz remete ao drama do vício de Sam em sangue de demônio: os limites entre o bem e o mal. Foi justamente o que Dean sofreu na reta final. O mais velho dos Winchester já tinha tendências a anti​-herói, mas após obter marca de Cain, não sabíamos mais se Dean estava agindo como herói ou vilão. Essa estratégia dos roteiristas ajudou a desenvolver outros lados do personagem e criou algo a mais para o próximo ano. Supernatural sempre soube deixar um gancho forte para segurar os fãs para a próxima temporada e este episódio final não foi diferente: com uma suposta morte, a explicação de Crowley para os principais fatos ocorridos na trama e a mudança de um dos protagonistas para o lado negro da força.

A nona temporada de Supernatural (que garantiu uma renovação por volta do décimo episódio e quase ganhou uma série derivada), evoluiu muito em relação a anterior. A oitava temporada construiu um caminho para que o desenvolvimento da trama ganhasse o clímax na atual. O corre­corre de Sam e Dean em busca das tábuas do céu e do inferno ganhou um sentido maior nesta temporada, porque só agora descobrimos que era a tábua angelical que garantia a vitória de Metatron (que pretendia ocupar o lugar de Deus no Paraíso). Alguns fãs podem torcer o nariz a cada vez que a série é renovada por medo dos roteiristas não terem mais o que fazer. Porém, como um programa que seguiu na insistência por tanto tempo, Supernatural merece ser elogiada por suas tramas bem construídas, boas referências à cultura pop, diálogos engraçados, muita ação e monstros explodindo pelas mãos de Sam e Dean.

Nota do Crítico
Bom

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