Gary Oldman na 4ª temporada de Slow Horses (Reprodução)

Créditos da imagem: Gary Oldman na 4ª temporada de Slow Horses (Reprodução)

Séries e TV

Crítica

Slow Horses continua mostrando que evolui temporada a temporada

Na sua 4ª leva de episódios, série de espiões é produto ainda mais gostoso de se desfrutar

Omelete
4 min de leitura
09.09.2024, às 13H29.
Atualizada em 09.09.2024, ÀS 13H53

Slow Horses estreou em 2022, quando as plataformas de streaming não paravam de despejar conteúdo para acompanhar a demanda crescente durante os tempos de pandemia. Naquele momento, o Apple TV+ também acelerou, mas com mais cautela, lançando menos séries que as concorrentes, mas com uma constância qualitativa maior. Dentro desse contexto, o caso de Slow Horses é curioso, já que o drama de espionagem lançou nada menos do que quatro temporadas em dois anos - um ritmo alucinante que, longe de prejudicá-la, fez a série crescer a cada temporada.

É neste quarto ano que ela se consolida como uma das melhores produções de ficção no ar atualmente, com Gary Oldman desfrutando de um personagem como poucos em sua carreira. Na trama da vez, David Cartwright (Jonathan Pryce), o avô de River Cartwright (Jack Lowden) e um dos ex-membros mais respeitados do MI5, começa a sentir o peso da idade, e isso afeta diretamente sua memória. Seu neto, o soldado mais qualificado entre os membros da "Slough House", está preocupado com seu avô e mentor, e decide visitá-lo. Em meio à penumbra, chega à casa de seu avô, que, tão confuso quanto o espectador, decide atirar nele.

Assim começam os novos episódios, com o drama dos Cartwright e um atentado no centro de Londres que atinge diretamente as autoridades do MI5. Já sabíamos que Slow Horses é uma série à qual se pode voltar com confiança - as coisas aqui, no mínimo, estarão tão boas quanto na temporada anterior (os três anos anteriores comprovam isso). Nesse sentido, só a presença de Gary Oldman e Kristin Scott Thomas já é uma garantia de qualidade, mas neste quarto ano a produção demonstra que consegue acompanhar seus espectadores, cada vez mais exigentes, entregando respostas à altura em um curto espaço de tempo (se passaram apenas 9 meses desde o fim da terceira temporada).

O que acontece é que, nas séries ou filmes de espiões, espera-se muito: que a fórmula seja respeitada, mas também que ofereçam novidades. No entanto, esse espaço para o "novo" não é muito amplo, e essa experimentação precisa ser perfeita. E é isso que torna essa série engenhosa e de alta qualidade: eles entendem os limites dentro dos quais podem atuar e brincar, e fazem isso muito bem.

Deram liberdade a Oldman para criar um personagem fantástico, literalmente inesquecível, que ficou preso no escritório durante duas temporadas e, depois, saiu para fazer o que quisesse. De fato, o ponto alto da temporada anterior foi justamente esse: Jackson Lamb se envolver ativamente em um caso. Ele não é mais apenas um senhor rabugento em um escritório completamente abandonado; agora, é um senhor rabugento que pode usar todos os seus truques (a maioria sujos) para resolver as situações no campo de ação. Às vezes, resolve para seu próprio benefício e, em outras, para o bem comum de sua equipe ou dos cidadãos. Esse personagem é o que, principalmente, faz a série brilhar.

Mas há mais: novas figuras foram adicionadas na medida certa da série, e a melhor delas é Hugo Weaving (o homem por trás da máscara de V de Vingança, o agente Smith em Matrix) como o vilão da temporada. O mercenário Frank Harkness é uma adição quase perfeita, pois esta é uma série que precisa de vilões verdadeiramente maus, mas humanos, e Weaving sabe interpretá-los. Também temos James Callis como o novo chefe do MI5, Claude Whelan, que agora precisa tentar controlar a fria Diana Taverner, interpretada por Scott Thomas em um papel incrível. Além disso, no quesito interpretação, há um ótimo duelo (não direto) com a astuta assistente Catherine Standish (Saskia Reeves), que novamente se destaca. A série conseguiu criar um ambiente tão sólido que qualquer novo membro do elenco agora está jogando em um campo onde, como se diz no futebol, "eles se conhecem de cor".

Slow Horses não tem nada de revolucionário, mas ao mesmo tempo tem tudo. É uma série de gênero que cumpre seus objetivos na forma (direção, edição e fotografia entregam tudo o que o gênero exige), mas também aproveita cada espaço que tem para inovar e fazer a diferença. Desde o humor de Lamb até o carisma de River, passando por subtramas mais cômicas ou mais sérias, essas quatro temporadas produzidas e realizadas muito rapidamente fizeram a série conquistar o seu lugar entre as produções mais apreciadas da atualidade.

Nota do Crítico
Ótimo
Slow Horses
Em andamento (2022- )
Slow Horses
Em andamento (2022- )

Criado por: Will Smith

Duração: 4 temporadas

Onde assistir:
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