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Séries e TV
Crítica

Monstro: A História de Ed Gein acha equilíbrio ao explorar legado do true crime

Charlie Hunnam brilha no papel do serial killer que inspirou Psicose e outras obras da cultura pop

Omelete
4 min de leitura
03.10.2025, às 21H03.
Monstro: A História de Ed Gein acha equilíbrio ao explorar legado do true crime

A grande pergunta sobre o sucesso dos conteúdos de true crime é: o que tanto fascina o público? É a curiosidade e o voyeurismo pelos casos, o estudo psicológico do assassino ou a repercussão que ele causou na mídia? A resposta pode variar para cada uma dessas histórias, mas o caso de Ed Gein talvez seja um dos poucos que engloba todas elas. A boa notícia é que Monstro: A História de Ed Gein, terceira temporada da antologia da Netflix, criada por Ryan Murphy - midas do gênero desde seu American Crime Story -, entende isso logo de cara.

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Gein (Charlie Hunnam) é um dos serial killers mais famosos dos EUA. Filho de um pai alcoólatra e uma mãe (Laurie Metcalf) extremamente conservadora, que punia o filho por ter amigos ou qualquer ligação fora da família, ele matou três pessoas e foi acusado de outros seis assassinatos. Depois que o irmão morre, Ed passa a ter que cuidar da mãe e esse laço abusivo se estreita ainda mais. Gein se torna cada vez mais obcecado pela mãe, começa a ler livros de experimentos nazistas e põe em prática tudo que aprende com corpos que desenterra do cemitério, criando máscaras e roupas com pele humana, especialmente de mulheres. Se você já ouviu essas histórias em algum lugar, não é coincidência e já chegaremos lá. 

Seguindo os passos dos protagonistas das temporadas passadas, Charlie Hunnam domina a história como Gein. O galã de filmes de ação modifica sua voz para um tom calmo e assustador, cobre o rosto com maquiagem para ficar “menos bonito” e coloca em prática toda a fisicalidade que a loucura do assassino exige. É o grande papel da carreira de Hunnam, rivalizando de perto com sua atuação em Cidade Perdida Z, de James Gray. A performance é ajudada por grandes momentos de Laurie Metcalf, principalmente nas visões de Gein, e da parceria de Hunnam com Suzanna Son, que vive Adeline Watkins, apontada como namorada de Ed. Adeline é uma personagem igualmente interessante, que acaba sofrendo com a indecisão da série em mostrar mais sobre sua vida longe de Ed. Um episódio é praticamente todo dedicado ao caminho dela, mas a trama nunca tem força para nos interessar ao ponto de esticar ainda mais a temporada.

O que A História de Ed Gein faz de melhor - quando não está focada em seu protagonista, que por si só não precisaria de enxertos - é trabalhar o legado do assassino. A história do serial killer inspirou Psicose, O Massacre da Serra Elétrica e O Silêncio dos Inocentes, além de uma dezena de outros criminosos e maníacos. A série então, mistura a linha narrativa de Ed, com a do legado, traçando paralelos entre obsessões, medos e cenários políticos. A própria psique de Ed é divida entre Norman Bates, Leatherface e Buffalo Bill, tendo consequências diretas na história de Alfred Hitchcock, Anthony Perkins e Tobe Hooper. Ainda que pareça didático demais em alguns momentos, principalmente nos dilemas de Perkins e na inspiração de Hooper, é sempre curioso acompanhar a costura que a série vai fazendo entre os fatos. O que não é nada interessante é a maquiagem de Tom Hollander para se tornar Hitchcock, deixando o Mestre do Suspense mais parecido com o Almirante Ackbar, de Star Wars. Sério!

Se o voyeurismo pode incomodar os mais desavisados - incluindo cenas de necrofilia e litros de sangue -, ele acaba necessário dentro de uma história tão gráfica e marcada por máscaras e pedaços humanos espalhados pela casa. A proximidade com a violência não deixa que importante olhar sobre a esquizofrenia de Ed Gein vire uma desculpa para as atrocidades cometidas. A série se aproveita da doença do protagonista para sempre deixar em dúvida se o que acontece é real ou não. Até quando parece descambar para a simpatia devido aos traumas e repressões recebidas pelo serial killer, Monstro logo deixa claro que ele é a fonte que inspirou maníacos como Richard Speck, Ted Bundy, entre outros.

Mesmo com exageros visuais e algumas escolhas duvidosas - uma faca elétrica picotando um peru de Ação de Graças em referência ao assassinato mostrado minutos antes, por exemplo - A História de Ed Gein é uma peça não só para mostrar todas as mortes que marcaram a história do assassino em série, mas também um grande olhar sobre essa obsessão humana pelo bizarro. Os crimes cometidos por um homem no interior dos EUA mudaram o cinema, a vida de seus realizadores, inspiraram investigações e criaram um ciclo vicioso de inspiração e reverência que talvez nunca acabe. Assim como o fascínio pelo próprio gênero de True Crime.

Nota do Crítico

Monstro: A História de Ed Gein

Criado por: Ryan Murphy
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