Cena de Brian Tyree Henry e Wagner Moura em Ladrões de Drogas

Créditos da imagem: Apple TV+/Divulgação

Séries e TV

Crítica

Ladrões de Drogas vai te encantar - e decepcionar - na mesma medida

Química entre Brian Tyree Henry e Wagner Moura é trunfo, mas não sustenta série até o final

Omelete
3 min de leitura
14.03.2025, às 20H12.
Atualizada em 17.03.2025, ÀS 14H45

A alegria de ver Wagner Moura mais uma vez com destaque em uma produção norte-americana já dá força o bastante para que Ladrões de Drogas, nova série dramática do Apple TV+, ganhe a atenção do público brasileiro. E não leva muito tempo para que o primeiro episódio te deixe entusiasmado para o que está por vir: dois parceiros de longa data, Ray (Brian Tyree Henry) e Manny (Moura), invadem uma casa vestidos como dois agentes do DEA (Narcóticos) para acabar com o comércio de um pequeno grupo de traficantes da Filadélfia. Entre ameaças e xingamentos, a dupla humilha um dos bandidos e quase atira acidentalmente em uma criança, e é apenas quando eles retornam para o carro que descobrimos que tudo na verdade não passou de uma farsa - ambos são ladrões que dão “golpes” em pequenos traficantes para roubar a mercadoria e vender para outros compradores.

Esses primeiros minutos de Ladrões de Drogas estabelecem o tom do que os espectadores podem esperar dos episódios seguintes. Com uma química perfeita, Henry e Moura dão vida a dois amigos de infância que resolveram “apelar” para golpes em criminosos para sobreviver na Filadélfia do pós-Covid 19. Tanto Ray quanto Manny são dependentes químicos ainda em recuperação e que vivem às margens da sociedade, sem esperança alguma de melhorar de vida por meios legais. Quando um golpe dá errado, os dois provocam a ira de um perigoso (e misterioso) grupo criminoso, e começam uma corrida contra o tempo para tentar salvar a si mesmos e seus entes queridos.

Adaptação do romance homônimo de Dennis Tafoya, Ladrões de Drogas é mais envolvente quando trabalha a tensão, mesmo depois que Ridley Scott, produtor executivo e diretor do episódio piloto, passa o bastão para outros diretores. Há uma urgência quase sufocante enquanto Ray, o verdadeiro protagonista da trama, tenta decifrar quem está em seu encalço em um mundo onde quase ninguém é confiável. Entre tiroteios, perseguições e flashbacks do passado, os primeiros episódios são quase uma crônica delirante pelo estresse do personagem de Henry.

O problema é que nem o talento do protagonista, nem sua química com Wagner Moura conseguem sustentar Ladrões de Drogas até o final. Quando mais personagens se envolvem na caça à dupla e outras subtramas ganham destaque, a narrativa perde força porque nada parece tão interessante quanto a relação e a dinâmica entre os dois amigos. Até mesmo o ator brasileiro acaba ficando escanteado para o papel de sidekick, seja pelas dificuldades de Manny em lidar com a situação de forma sóbria ou por simples escolhas de roteiro.

Inchar a narrativa e não conseguir equilibrar todos os seus núcleos de forma interessante acaba tirando o fôlego da série e escancara a necessidade de manter Ray como peça central para funcionar. Tudo fica ainda mais frustrante por Brian Tyree Henry ser um ator perfeitamente capaz de carregar a narrativa nas costas, e isso fica provado não apenas em sua troca com Wagner Moura, mas também em suas discussões acaloradas com a madrasta Theresa (Kate Mulgrew, excelente no papel) e com o pai Bart (Ving Rhames). 

Ao buscar misturar humor e drama, Ladrões de Drogas se sujeita a possíveis comparações com séries como Breaking Bad, que trabalha personagens comuns e dos dois lados da lei com a voracidade de quem quer ser um marco na cultura pop. Mas é nítido como a série funciona melhor quando não busca ser grandiosa e mantém suas arestas fixadas na difícil história de dois amigos tentando sobreviver dentro das limitações financeiras do caos urbano e capitalista. Às vezes menos - realmente - é mais.

Nota do Crítico
Bom

Ladrões de Drogas

Criado por: Peter Craig

Onde assistir:
Oferecido por

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