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Crítica

Da Vinci's Demons - 2ª Temporada | Crítica

Apesar da lenta preparação, o resultado é satisfatório

03.06.2014, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

Apesar de ter sido boa, a primeira temporada de Da Vinci's Demons se preocupou muito em preparar o terreno e colocar os mistérios no lugar, sem que houvesse um avanço palpável no enredo. Para a felicidade de todos, isso muda no decorrer segunda temporada, que é em todos os aspectos superior à primeira.

Da Vincis Demons

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O novo ano começa exatamente onde o anterior acabou, com as forças do vaticano invadindo Florença atrás de eliminar todos da casa Medici, e os primeiros episódios focam nas consequências desta ação. Os roteiros de David Goyer (Homem de Aço, Batman Begins) constroem interações interessantes entre Leonardo da Vinci (Tom Riley) e Lorenzo de Medici (Elliot Cowan) nestes momentos de crise e a batalha por Florença fecha com chave de ouro o arco da primeira temporada.

É ai que a série se encontra livre pra recomeçar, contar as histórias que devem ser contadas sem se prender a pontas soltas, mas infelizmente os roteiristas perdem a oportunidade de manter o bom ritmo e desperdiçam alguns episódios preparando as histórias de cada personagem. É difícil não notar a clara enrolação que acontece em certos arcos - tudo, em grande parte, para matar o tempo enquanto da Vinci cruza o oceano Pacífico atrás de Riario (Blake Ritson) que, após raptar Nico (Eros Vlahos), o fiél escudeiro do artista italiano, navegou para a América atrás da Vault of Heaven, onde reside o lendário Book of Leaves. Falando em Riario, é impossível prosseguir sem uma menção especial para a atuação de Ritson, que constrói um personagem imprevisível e ameaçador.

Felizmente, uma vez que as peças estão no lugar, Da Vinci's Demons pisa fundo no acelerador e cria diversas narrativas simultâneas ao redor do mundo, com diversos personagens enfrentando dificuldades e adversários memoráveis. Lucrezia Donati (Laura Haddock) continua sua busca por justiça contra o Papa, que roubou a identidade de seu pai e o prendeu sem causa. Isso a leva até o centro do império turco, onde ela põe em movimento um plano que pode trazer consequências gigantes. As verdadeiras intenções de Lucrezia e seu pai não são reveladas de cara, e a descoberta do seu real objetivo é uma das melhores surpresas da temporada.

Medici parte com o pai de da Vinci, Piero (David Schofield), para Nápoles, com o objetivo de quebrar a aliança entre o rei Ferrante (Matthew Marsh) e o Papa Sixto (James Faulkner). Esse arco em particular funciona de forma excelente, pois não só ele nos apresenta dois memoráveis antagonistas através do rei de Nápoles e seu filho, Duque Alfonso (Kieran Bew), como também explora as qualidades do personagem de Lorzendo, o colocando por desafios tão grandiosos quanto os de da Vinci. Por fim, Claurice Orsini (Lara Pulver), esposa de Medici, enfrenta vários desafios enquanto tenta governar Florença na ausência de seu marido. Esses arcos são importantes já que eles dão um bom conteúdo aos Medici, que juntos tem tantas cenas quanto da Vinci.

O arco mais interessante, é claro, é o de da Vinci, que chega em terras Incas despreparado, o que é ruim para ele, mas ótimo para nós. De longe, a coisa que Da Vinci's Demons mais faz bem é nos mostrar a genialidade do personagem principal. Ver da Vinci explicar suas teorias (que normalmente estão certas), construir invenções do nada e bolar soluções inusitadas é sempre divertido, ao ponto de que os roteiristas têm claras dificuldades ao tentar manter a série longe de um sistema formulático onde Leonardo sempre chega na hora H com a solução para tudo.

Da Vinci's Demons é um prazer de se assistir, em parte pela beleza com a qual o personagem é escrito, combinando inteligência, humor e arrogância, e em parte pela ótima atuação de Tom Riley, que se encaixou como uma luva no papel. Numa série sobre um dos maiores artistas da história da humanidade, não fazer justiça ao homem seria uma crime. Felizmente, justiça foi feita.

Por fim, o programa separa os episódios finais para estabelecer o conflito entre da Vinci e novos poderosos inimigos, deixando claro que a jornada do artista está longe de acabar e entrando cada vez mais fundo na história que gira em torno do Book of Leaves. A preparação pode ter sido lenta, mas o resultado foi satisfatório. Que a próxima temporada seja tão boa quanto a que acabou.

Nota do Crítico
Bom

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