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Séries e TV
Crítica

Alien: Earth expande um universo sci-fi sem perder a própria identidade

Série do Disney+ brilha ao explorar a franquia de maneiras inéditas

Omelete
4 min de leitura
12.08.2025, às 09H14.
Alien: Earth

Créditos da imagem: FX

Desde 1979, o universo de Alien nos convida a especular. Se o clássico de Ridley Scott é seu primeiro contato com este mundo repleto de Xenomorfos, o mistério de onde vieram os ovos alienígenas e de quem estava pilotando aquela nave é implantado em sua cabeça da mesma forma que aconteceu com os tripulantes da Nostromo. De lá pra cá, alguns dos melhores e piores momentos dessa franquia vieram na busca por responder essas perguntas – e todas elas na mão de Scott. Mas resolver interrogações nem sempre expandem o horizonte. Às vezes, essa prática de matar o desconhecido, tem o efeito inverso. Por isso, quando eu digo que Alien: Earth expande Alien, não quero dizer que a série preenche os vazios previamente estabelecidos. Essa série quer abrir novos espaços.

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É uma missão que sem dúvidas frustrará fãs que estão em busca de coerência acima de tudo, afinal de contas, essa é uma história situada antes do filme de 1979, e do suposto primeiro contato com o Oitavo Passageiro, e uma história que coloca humanos (e mais de um tipo de sintético) face-a-face com um Xenomorfo anos antes de Ripley ejetar o Big Chap para o vácuo do espaço. Em outras palavras, é possível questionar se um encontro anterior ao do longa original não diminui, de alguma forma, o impacto daquele primeiro momento.

Sydney Chandler Alien Earth

Sydney Chandler em Alien: Earth

FX

Na nossa cronologia, Alien: Earth vem depois de sete filmes (nove, se contarmos Alien vs. Predador), inúmeros videogames, incontáveis quadrinhos e diversos livros. Por isso, qualquer prejuízo que a série possa causar na ficção é neutralizado pelo quão elétrica é sua imaginação dos cantos nunca explorados destes cosmos. No caso, a Terra.

Alien: Earth
FX

Alien sempre planejou vir para o Planeta Azul. Havia o roteiro original de Joss Whedon para o quarto filme, e outras ideias circularam os escritórios da antiga 20th Century Fox. Quem realmente fez a viagem, porém, foi Noah Hawley, com uma série oriunda do mandato da Disney de explorar as franquias do estúdio em streaming. É algo que feriu marcas como Pixar e Marvel, mas assim como aconteceu com Predador: A Caçada, aqui temos um objeto artístico que rapidamente se mostra essencial para o futuro, não por plantar derivados a mil, mas por mostrar um caminho que passa pela criatividade e inovação.

Os frutos disso vêm primariamente através de Wendy (Sydney Chandler), a primeira híbrido de humanos e sintéticos criada pela Prodigy Corporation, uma das cinco grandes empresas que comanda a Terra. Soa familiar? Onde antes haviam nações, agora há corporações geridas por trilionários como Boy Kavalier (Samuel Blenkin), um “gênio” que aposta na transferência da consciência de pessoas para corpos artificiais como a chave pela imortalidade, um objetivo que a Prodigy compartilha com seus rivais, incluindo a Weyland-Yutani, a companhia que, junto com as ameaças extraterrestres, serve como grande antagonista dos filmes de Alien. Essa temática foi abordada pelo lado de Weyland em Prometheus, e Hawley parte numa direção semelhante, mas agora com Yutani. Ambos buscam a solução para a morte nas estrelas, e pagam caro por isso.

Neste caso, Yutani (Sandra Yi Sencindiver) literalmente paga caro por precisar dar um jeito de recuperar cinco espécimes alienígenas que caem nas mãos de Boy e da Prodigy quando uma nave da WY cai numa das cidades do território rival. Este evento solta os Facehuggers – junto com outras quatro criaturas aterrorizantes em diferentes graus – num cenário que juntará Wendy com CJ (Alex Lawther), seu irmão e médico na Prodigy, um encontro que só não desperta mais a curiosidade de Boy do que o potencial de transformar esses aliens em armas.

Tudo isso abre espaço para discutir temas como a posição dos humanos no universo, a cultura corporativista que faz trabalhadores virarem escravos, e o potencial assustador daquilo que mora na escuridão espacial. Em outras palavras, todos são temas de Alien. Mas a beleza de Earth está na maneira inédita de explorar tudo isso. A mais empolgante é na atuação de Chandler e dos outros Garotos Perdidos: Wendy é a líder dos híbridos da Prodigy, todos nomeados como um personagem de Peter Pan, e Chandler e seus colegas de cenas recebem o curioso desafio de atuar como crianças com corpos de adultos e mentes de supercomputadores. Essa dissonância gera uma linguagem singular, um idioma estranho que atores como Erana James, Kit Young, Adarsh Gourav e Jonathan Ajayi dominam quase milagrosamente rápido. 

Hawley, felizmente, não para por aí, e Alien: Earth também oferece dinâmicas (e detalhes biológicos) outrora inexplorados em Alien. Algumas dessas surpresas devem continuar assim, como surpresas, então por ora basta dizer que qualquer pessoa faminta por uma ambientação e narrativa tão intrigantes quanto a primeira obra-prima do organismo perfeito encontrarão um prato cheio nessa série. A beleza maior, porém, vem em como esse prato tem sua identidade própria. Ele não parece os filmes de Scott, ou o de James Cameron, ou a nova fase de Alien nos cinemas, liderada por Fede Álvarez. Alien: Earth é seu próprio mundo.

Nota do Crítico

Alien: Earth

Criado por: Noah Hawley
Onde assistir:
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