Ryan Coogler está animado para apresentar o público, pela primeira vez no universo cinematográfico Marvel, à cidade de Chicago (EUA). Falando ao Omelete sobre a série Coração de Ferro, sua nova produção dentro do MCU, o diretor de Pantera Negra definiu a cidade como fundamental na história de RiRi Williams (Dominique Thorne).
“Você não pode ter uma história do Homem-Aranha sem Nova York. Você não pode ter uma história do Pantera Negra sem Wakanda. E Chicago é isso para a RiRi”, comenta ele, em entrevista concedida ao lado da roteirista Chinaka Hodge e da diretora Angela Barnes, que o ajudaram a trazer Coração de Ferro às telas.
Confira a seguir a conversa completa. Os três episódios finais de Coração de Ferro chegam na próxima terça-feira (1º), às 22h (horário de Brasília), no catálogo do Disney+.
OMELETE: Oi, pessoal! Sou o Caio, do Omelete, no Brasil. É um prazer conhecer todos vocês.
HODGE: Olá, Caio!
BARNES: Prazer, Caio.
COOGLER: Olá, olá!
OMELETE: Minha primeira pergunta é para Chinaka. Eu sei que você teve experiência anterior escrevendo para mistério e terror, em Histórias Maravilhosas, Expresso do Amanhã, O Clube da Meia-Noite. Eu me pergunto, isso se transferiu para Coração de Ferro de alguma forma? Que tipo de tom os fãs podem esperar?
HODGE: Obrigado por assistir a todas essas séries! Acho que uma das coisas especiais de Coração de Ferro é que, antes dela, eu pude trabalhar nessas séries que você citou - e, em todas elas, eu era uma das poucas mulheres negras na sala. Acho que por muito tempo fui uma das poucas mulheres negras trabalhando com gênero [fantástico], e muitas vezes ouvi que nós não pertencemos a esse espaço. Nesse contexto, fiquei muito empolgada de chegar a Coração de Ferro e poder usar as habilidades que moldei ao lado de produtores e roteiristas excelentes como Graeme Manson [Expresso do Amanhã], Edward Kitsis e Adam Horowitz [Histórias Maravilhosas]... Tenho muito orgulho de poder abrir a porta para que mais roteiristas negros e pardos entrem no gênero, e tive muito orgulho de participar neste projeto de uma sala de roteiristas toda composta por pessoas negras e pardas, que todos os dias se reuniam para conversar sobre como aperfeiçoar essa narrativa. Estou empolgada para continuar trabalhando neste meio!
OMELETE: Certo, obrigado pela resposta. A minha próxima pergunta é para Angela: os fãs sempre esperam cenas de ação muito legais de projetos da Marvel. Qual foi sua abordagem para a ação de Coração de Ferro? Você buscou diferenciá-la de outros títulos do MCU?
BARNES: Serei honesta com você: não estava pensando em outros projetos do MCU. Para mim, tudo começa com a primeira reação que tenho ao roteiro - quando leio pela primeira vez, sempre coloco estrelas ao lado do que acho legal e pontos de interrogação ao lado das coisas que não entendo. A primeira experiência é diferente de todas as outras, e eu não quero minha mente viciada nos detalhes de produção. Depois disso, acho que minha cabeça foi para: como fã de filmes de ação, o que eu gostaria de ver? E, como diretora, como eu posso avançar a história e os personagens nessas cenas de ação? Nunca quero que a ação, ou a forma como eu a filmo, ofusquem a história que estamos tentando contar.
Mas me lembro de ler o episódio 5 - a ação começava na página 7, e só ia ter um respiro perto da página 20. Eu fiquei pensando: “Isso é muito longo, não para nunca”. Então o meu processo foi dividir essa grande cena de ação em segmentos, e tentar fazer com que cada um fosse algo único. Cada segmento era sobre RiRi lutando com uma pessoa diferente, então acho que isso informou como eu queria que a cena ficasse - é diferente vê-la lutando com as irmãs Blood, com Clown, ou com Zeke. Queria que ficasse dinâmico, mas também coerente dentro de uma mesma série.
OMELETE: Perfeito. Ryan, você tem guiado a jornada de RiRi desde Pantera Negra: Wakanda Para Sempre. Agora, ela é a protagonista. Quais lados dessa personagem você está animado para mostrar ao público, já que ela tem mais espaço para se desenvolver?
COOGLER: Acho que, de muitas maneiras, ela é uma personagem completamente única. E, por outro lado, ela é um produto do seu ambiente, como tantos heróis dos quadrinhos. Você não pode ter uma história do Homem-Aranha sem Nova York. Você não pode ter uma história do Pantera Negra sem Wakanda. E Chicago é isso para a RiRi. Então, estou animado para que o público seja imerso na Chicago do MCU pela primeira vez, e acho que todos os nossos artistas fizeram um trabalho brilhante ao realizar uma bela representação daquela cidade.
OMELETE: Certo. Eu também quero falar com você rapidamente sobre Olhos de Wakanda, outra série que você vai produzir para a Marvel. Qual foi o motor por trás desse projeto para você, que tipo de conexões com o MCU os fãs podem esperar?
COOGLER: Vou responder sua pergunta de trás para frente. Há algumas conexões brilhantes entre Olhos de Wakanda e o MCU como um todo. Estamos explorando os cães de guerra de Wakanda, olhando para o país através dos olhos deles. E essa ideia surgiu pela primeira vez com um artista incrível chamado Todd Harris, que trabalhou comigo nos storyboards e animações do primeiro Pantera Negra. É uma série brilhante, cara.
Eu estou muito animado para que o público do MCU conheça Chicago através dos olhos de RiRi em Coração de Ferro, e logo depois reveja Wakanda através dos olhos de alguns personagens secundários em Olhos de Wakanda.
OMELETE: Muito obrigado, pessoal! E parabéns pela série - ou séries!
COOGLER: Obrigado!
BARNES: Obrigada, Omelete.
HODGES: Muito obrigada!
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