Ao descrever o que poderíamos ver da nova temporada de Outlander, a atriz Sophie Skelton (que vive Brianna Fraser), surpreendeu com uma previsão que não é muito comum no universo da série: “Vai ser interessante, porque acho que é a primeira vez que veremos os personagens tendo um pouco de paz”. O público da série sabe que o comum é que tudo esteja se despedaçando à volta, enquanto eles ainda tentam, a todo custo, descobrir saídas para as situações limítrofes que vivem. Em outras entrevistas, os atores foram bem mais alarmistas sobre o que vem por aí. Contudo, a notícia também é um frescor para o universo da produção, que já começou a demonstrar algum cansaço na temporada passada.
Muita coisa mudou em Outlander desde que a série perdeu aquele seu charme secular e se mudou para os EUA do início da colonização. Ainda estamos falando de um tempo muito distante, mas é como se os conflitos vividos agora, tivessem menos encantamento e fossem excessivamente objetivos. Isso, é claro, resvalou no desenvolvimento dos personagens: “Acho que Roger e Brianna mudaram muito depois que tomaram a decisão de permanecer no passado”, disse Richard Rankin ao falar sobre o lugar de seu personagem nesse novo presente; “Roger não é mais aquele cara que anotava num caderninho tudo que testemunhava na história; e na sexta temporada ele se torna um produto direto dessas experiências”.
Tanto Sophie quanto Richard têm muito a dizer sobre como Roger e Brianna vão enfrentar a decisão de ficar, já que a série precisa resolver a dúvida sobre a paternidade do bebê que ela gerou como resultado de um estupro. A violência sexual é um ponto em comum entre todos os membros do núcleo da família Fraser. Tanto Jamie quanto Claire também já sofreram abusos. A questão, segundo Sophie, não é tão relevante assim para o roteiro da série: “Cada pessoa enfrenta uma situação dessas do próprio jeito, e para a Brianna o bebê nunca foi uma lembrança do que lhe aconteceu. Acho que a partir do momento em que Roger aceitou a criança, a questão da paternidade se tornou irrelevante. Sei que nos livros eles já responderam a esse mistério... Se isso será feito na série, vamos ver... Mas, acho que a família já está muito bem estabilizada”.
O elenco sinaliza que essa será uma temporada sobre fé e sobre uma batalha entre duas famílias, mas Caitriona Balfe deixou escapar que a mitologia dos viajantes do tempo não será esquecida. “Eu não sei dizer o quanto Claire vai ter que lidar com eles, mas eu acho que eles nunca deixaram de estar por perto, sabe? Eu a vejo como alguém que está sempre dando de cara com eles continuamente”. Pela perspectiva dos fãs, a série passa por um momento de enfraquecimento de seus primeiros códigos, com as discussões políticas e as tensões territoriais tomando a frente das porções lúdicas da história.
O mundo de Claire nas páginas dos livros ainda está na liderança em comparação com a série; temos 8 livros e 6 temporadas. Uma sétima está em desenvolvimento, mas a ascensão de Caitriona com sua indicação a prêmios como o Critics Choice Award, pode mudar alguma coisa. A indicação ao Oscar, por Belfast, não veio, mas o nome da atriz passou a representar uma competência ainda maior do que a que ela já vinha demonstrando em Outlander. Obviamente, a continuidade da série passou a ser uma dúvida para grande parte dos fãs. Nesse ponto, imaginar Claire ausente da trama ou sendo vivida por outra atriz é inconcebível. Caitriona reconhece a responsabilidade que isso coloca sobre ela.
Sam Heughan, Caitriona Balfe, Richard Rankin, Sophie Skelton e John Bell em cena de Outlander
“De alguma forma eu me sinto responsável pelas expectativas dos fãs e isso não deixa de ser um ponto de discussão na hora de seguir em frente", diz. "Os fãs estão com a gente desde o começo e não estaríamos aqui sem eles. Mas, acho que a gente não pode tomar decisões baseadas em satisfazer outras pessoas”. Caitriona também afirmou que não sabe o que vai acontecer depois da sétima temporada e que essa decisão não está nas mãos dela: “Tudo que a gente pode fazer é continuar entregando uma série que as pessoas amem. Qualquer coisa além disso não está no meu controle”. A resposta sobre isso, entretanto, deve vir logo que a nova temporada estrear. “Estamos ajudando a mudar as narrativas”, completou ela; “Eu penso logo em Mare of Easttown e Hacks, histórias apoiadas em mulheres maduras, que passaram a vida toda ouvindo que não podem ser expansivas... e é exatamente isso que a Claire faz, ela se expande, ela acontece, ela se impõe. E é tão inspirador para tanta gente”.
Outlander volta dia 9 de março, no Star+, com apontamentos de ser uma temporada cheia de traumas e medos, mas que provavelmente — já que teremos uma sétima — sem movimentos bruscos demais. Pelo menos até 2023, Claire e Caitriona estão garantidas... Se voaremos para mais um futuro depois desse, talvez só um viajante do tempo possa dizer.
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