Better Call Saul

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Como o final de Better Call Saul também encerrou Breaking Bad

Prelúdio da já clássica série acabou com um gosto de encerramento de ciclo que vai além do seu protagonista

Omelete
3 min de leitura
17.08.2022, às 10H37.

Depois de seis temporadas, finalmente descobrimos o destino de Jimmy McGill (Bob Odenkirk), verdadeiro nome do advogado corrupto, picareta e absolutamente inteligente e sedutor Saul Goodman que conhecemos na segunda temporada de Breaking Bad. Mas com o fim de Better Call Saul, também tivemos alguns acertos de contas com a série original.

(Alerta: Spoilers sobre o final de Better Call Saul daqui para frente.)

Até pelo nome da série, claro que o foco dela sempre foi a trajetória de Saul Goodman. Em um primeiro momento, descobrimos como o até inocente (mas sempre picareta) Jimmy McGil se tornou a figura inescrupulosa de Goodman. Esse caminho durou até metade da temporada final. Já os episódios finais trataram de contar o destino do protagonista depois de Breaking Bad

A conclusão foi quase que uma catarse de Jimmy em direção da redenção, tanto que até o antigo nome ele reassumiu. Ele teve uma última oportunidade de ser o Saul que todos conheceram, mas optou por pagar por seus crimes - e ainda livrar o amor de sua vida, Kim Wexler (Rhea Seehorn). Ao que tudo indica, seu destino será morrer na cadeia.

Mas além de sabermos o que aconteceu com o advogado, Better Call Saul também teve uma prestação de contas com algumas pontas deixadas soltas em Breaking Bad. É como se o sucesso dos anos 2000 agora estivesse finalmente concluído. Claro que já sabíamos o final de personagens importantes da prequela, como Mike Ehrmantraut (Jonathan Banks) e Gus Fring (Giancarlo Esposito) - ambos morreram na reta final de Breaking Bad. Mas vimos também um acerto de contas para, por exemplo, Hank Schrader (Dean Norris), Steven Gomez (Steven Michael Quezada) e -principalmente - para Walter White (Bryan Cranston).

A última participação especial de personagem de Breaking Bad em Better Call Saul foi de Marie Schrader (Betsy Brandt). Finalmente vimos um fechamento para o núcleo dos policiais (Hank e Steven) que por anos perseguiram os traficantes da série original e acabaram mortos. 

Antes de falar de Walter, preciso passar por Jesse Pinkman (Aaron Paul). As tão aguardadas participações especiais dos protagonistas de Breaking Bad aconteceram nos últimos episódios e, como esperado, foram em flashbacks, cada um em duas situações. O arco de Jesse já tinha sido concluído com o longa El Camino, da Netflix. Mas pudemos vê-lo como um alívio no meio de tantas tensões que as duas produções trazem, com as características que fizeram dele um dos queridinhos do público. Foi um suspiro de saudade.

Agora, Walter White. Better Call Saul serviu para mostrar o quão crápula era o professor de química transformado em produtor e traficante de drogas. Em suas duas aparições, vimos que ele não era o anti-herói que tantos aclamaram em Breaking Bad. Ele era grosseiro, agressivo, inescrupuloso e, principalmente, criminoso. O discurso de Saul para tentar se livrar de uma longa pena deixou isso muito claro. Era como se falasse para os fãs: pessoal, se toquem, o Walter era o vilão no fim das contas.

Tudo isso para mostrar como Better Call Saul foi uma obra-prima, tanto em sua produção audiovisual como em sua narrativa. Ela não foi um simples prelúdio. Ela conseguiu colocar de maneira genial novas camadas em uma história que supostamente já tinha sido bem concluída. Uma série dramática que vai entrar, tranquilamente, no hall das melhores de todos os tempos.

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