Ana Hikari em As Five

Créditos da imagem: As Five/Globoplay/Reprodução

Séries e TV

Entrevista

As Five | Um recomeço para Tina? Ana Hikari revela o que esperar da 2ª temporada

Embora vá atrás de ajuda, atriz conta que a vida da personagem não ficará necessariamente menos dramática

Omelete
6 min de leitura
06.02.2023, às 06H00.

A Tina quer mudar de vida na nova temporada d'As Five. Depois de chegar no fundo do poço com a morte da mãe e o cancelamento nas redes sociais, a jovem DJ vai finalmente se cuidar. "Pela primeira vez, por incrível que pareça", riu a atriz Ana Hikari. Agora, não se engane: esse não é um sinal de que, de repente, a personagem vai ficar só na tranquilidade. "Se vai ser mais leve? [risos] Ela é sempre uma personagem profunda, desde a época da Malhação. Então não sei se tem muito como fugir disso".

Antes da estreia do segundo ano da série, o Omelete conversou com Hikari sobre os novos desafios da sua personagem, a reconexão com as Five e se há esperanças para seu romance com Anderson. No final, a atriz até adiantou seu episódio preferido da temporada; confira abaixo:

OMELETE: A primeira temporada d'As Five foi toda uma avalanche de emoções para a Tina. Começa com a perda da mãe e termina com o cancelamento. Como vamos encontrá-la nesse começo de temporada?

ANA HIKARI: O reencontro que vamos ter com a Tina vai ser bem diferente do que a gente já viu, porque ela volta de um período em que ela foi se cuidar — pela primeira vez, por incrível que pareça! Depois desse cancelamento, de toda a negação sobre a morte da mãe e da relação que ela tinha com as drogas para fugir desse luto, ela percebeu que estava muito no fundo do poço e escolheu se tratar. Então, ela está voltando de uma reabilitação. E uma coisa que eu sempre falo é que, às vezes, a gente passa por situações muito difíceis na nossa vida que nem nossos melhores amigos conseguem dar conta, sabe? Ou a gente mesmo não consegue compartilhar. A Tina viveu um momento desses muito delicado e, como vocês devem ter percebido pelo próprio teaser, ela está com essa dificuldade de compartilhar com as amigas que estava em uma reabilitação. [Mas] Ela está tentando entrar em outro momento.

Você diria que o arco dela tem um tom diferente? A Tina vai conseguir respirar um pouco? [risos]

AH: Olha... Para minha sorte como atriz, a Tina é uma personagem muito densa, muito profunda e muito complexa. Na nossa vida, a gente quer paz e tranquilidade, mas para a personagem a gente quer sofrimento e aquele sobe e desce de emoção [risos]. Nessa temporada, acontece uma coisa muito bacana: ela se conecta como o restaurante do pai e a possibilidade de ter um negócio, uma coisa que ela estava fugindo. Ela não esperava, não queria e não achava que tinha vocação para isso. Agora, se isso vai ser mais leve ou não… [risos] A Tina é sempre uma personagem profunda, desde a época da Malhação. Então não sei se tem muito como fugir disso.

Na última temporada, as Five começam tentando se reconectar, mas terminam desconectadas de novo. Me fala só que não vai ser outro evento trágico que vai juntar elas de novo...

AH: A morte de alguém, né? Para reunir as Five, tem que matar um personagem, virou Game of Thrones! [risos] Assim, a gente tem que ler As Five como a gente lê a vida. A gente tem amizades e, de repente, se afasta. A gente passa um período gigante sem se falar, e depois se reencontra como se nada tivesse acontecido. Faz parte da vida adulta. A nossa série, felizmente, é muito fiel à realidade desses jovens adultos, e ela não mente em relação a isso. São relações que vão e vêm, se aprofundam — ou, às vezes, não, e está tudo certo. Acho que isso que é muito bonito d'As Five. Elas são muito verdadeiras sobre o que é a amizade hoje em dia no nosso mundo.

Você tem algum episódio preferido nessa temporada?

AH: Tenho! Tem cenas pontuais nos episódios, mas gosto muito do episódio oito, que fecha [a temporada]. Tem uma sequência da Tina que eu assisti e pensei 'É ISSO!'. Amei, me diverti horrores fazendo. Eu gosto muito de cenas que me demandam pesquisa, porque às vezes a gente não tem noção do universo do nosso personagem. Na temporada de Malhação, por exemplo, às vezes a Tina trazia alguns elementos da cultura japonesa que eu não conhecia. Então, fui estudar mesmo para poder trazer profundidade para a minha personagem. E agora, nessa temporada... Não que eu seja uma santa, mas fui pesquisar sobre a night e os sintéticos. Fiz uma pesquisa muito bacana de fisicalidade e sensações para poder trazer isso de uma maneira bem construída. Não fiz um laboratório presencial! [risos] Só para deixar claro. Mas isso é uma coisa curiosa, porque tive que testar as coisas que ia usar em cena, né? Obviamente a gente não usa nada de verdade. Cerveja não é cerveja, vinho não é vinho, droga não é droga. A única droga que é de verdade na série é o café. Aí eles botam café mesmo! [risos]

Uma figura que dividia a night com você era o seu então namorado, Anderson (Juan Paiva). Vamos voltar a ver vocês dois juntos? Senão como um casal, como colaboradores?

AH: A resposta que eu posso te dar é: vocês vão voltar a ver os dois em cena [risos]. Agora, não vou dizer quando. Aí vocês vão ter que assistir tanto à segunda, quanto à terceira temporada! O Juan Paiva é um super parceiro de cena, e posso dizer que os sets de gravação que a gente dividiu para essas temporadas agora foram muito divertidos! A gente riu à beça.

Até o frio intenso virou piada entre Ana e Juan no set de As Five, mas houve quem tenha achado que a bolsa de água quente era, na verdade, uma dica de que Tina ficaria grávida. Para que não fique dúvidas: a atriz garante que esse não é o caso

 

E a sua irmã, Telma (Tati Ang)? Ela foi mais coadjuvante no arco da Tina na primeira temporada, mas ela teve um papel super importante para ela se reconectar e ir atrás de ajuda. Ela vai aparecer mais?

AH: Com certeza! Desde o começo, esse projeto se dispõe a dialogar com a diversidade e a representatividade, né? Acredito muito e bato na tecla lá dentro que não adianta a gente ter uma protagonista asiática numa série que se passa em São Paulo, que tem a maior população asiática fora do Japão e uma série de pessoas vindas do leste asiático, e não ter mais nenhum personagem que se desenvolve. Chega a ser uma vergonha para um projeto que se diz representativo. A minha imagem ali sozinha não representa ninguém. Felizmente, a Telma também vai ganhar uma profundidade e, mais do que isso, uma independência em relação à minha trama, o que eu acho que é o mais legal. Porque não adianta colocar personagens asiáticos e eles só se relacionarem entre si. Não é assim que funciona na cidade de São Paulo, sabe? Sinto que esse foi um dos ganhos dessas temporadas. Novos personagens vão entrar e aumentar essa representatividade que é muito importante para mim, mas acho que para o público também.

Vocês já têm uma previsão de estreia para a terceira temporada?

AH: Aí tem que mandar no Twitter para o Erick Bretas, que ele só responde pelo Twitter [risos] Eu só falo com meu chefe pelo Twitter.

A segunda temporada de As Five estreia em 8 de fevereiro na Globoplay, onde estão disponíveis todos os episódios da primeira temporada.

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