Conhecida por retratar o cotidiano de uma ONG em defesa do meio ambiente, Aruanas conquistou muitos fãs desde que foi lançada em streaming e exibida na TV aberta. Isso se deve tanto pelo elenco estrelado quanto pelo cuidado que a trama tem ao representar o ativismo ambiental. Para chegar a um segundo ano, a produção encarou muitos desafios, especialmente devido à pandemia do novo coronavírus, e isso resultou em muito aprendizado.
Aruanas agora se passa em uma pequena cidade fictícia na região sudeste e ganha novos personagens. Entre eles, o prefeito Enzo (Lázaro Ramos), e Théo (Daniel de Oliveira), o novo investidor e presidente do conselho da ONG. Também entram para o elenco Lima Duarte e Joaquim de Almeida. Eles se juntam às protagonistas Taís Araújo (Verônica), Débora Falabella (Natalie), Leandra Leal (Luíza), Camila Pitanga (Olga) e Thainá Duarte (Clara). O Omelete conversou com o elenco principal e os criadores da série sobre o trabalho para os novos episódios.
A primeira temporada foi gravada no coração da Amazônia, e mostrou alguns processos da luta ambiental na mata. Nos novos episódios, a série foca em empresas de energia e seu impacto na sociedade. “A gente teve um feedback muito positivo durante a primeira temporada, além de contato com muitos ativistas. Todos eles são muito fãs da série. Eu acho que a gente, no nosso lugar de artista, está defendendo a causa com muita propriedade e ficamos felizes em divulgá-la para um público que talvez não se interessasse por isso”, afirma Débora. Camila, que retorna ao papel da vilã Olga, completa: “O desejo que a gente tem é de agregar às ONGs, aos ativistas que estão no front e ao público, que às vezes tem o ardor de defender o meio ambiente, mas não sabe por onde começar. Então, o desejo é de fazer a ponte. Acho que Aruanas se presta a isso”.
Assim como o debate ambiental impacta o público, o mesmo acontece com o elenco. Thainá conta que a séria a ajudou a tomar consciência de muitos assuntos e a ficar mais atenta ao debate ambiental. “Não tem como não se mobilizar, não ter um movimento interno. Eu vejo mudanças acontecendo. Coisas que antes eu não notaria, hoje eu me posiciono. Então, graças a Aruanas, a gente entrou em contato com várias ONGs e isso mudou muito a minha forma de enxergar o mundo”, conta ela.
Além dos problemas rotineiros que uma produção audiovisual enfrenta, o segundo ano da série teve que ser gravado durante a pandemia do novo coronavírus. A mobilização para seguir os novos protocolos sanitário impactou toda a equipe. As atrizes tiveram que encarar janelas enormes entre uma gravação e outra e isso atingiu mexeu com a energia da série. A atriz Leandra Leal confessa ter medo de ver a personagem dela sem continuidade nas cenas. “Eu entro por uma porta antes de fim do mundo e saio [meses depois]. Tem uma densidade emocional que a gente foi vivendo antes dessa parada da pandemia. Todo trabalho reflete o que estamos vivendo, então foi interessante. A gente aprofundou mais várias coisas da série”, diz.
Para Taís Araújo, a experiência foi diferente. “Isso já era um ambiente conhecido para mim, diferente das meninas que ainda estavam com um pouco de medo”, conta ela, que na época gravou a novela Amor de Mãe. “Eu tinha entendimento de que era possível fazer dessa maneira [gravar na pandemia]”.
Logo no primeiro episódio, o público encara duas cenas que deram muito trabalho para a produção por causa da pandemia, como conta o diretor André Felipe Binder. “Eu perdi muito sono. Além da dificuldade de ter que trabalhar com poucos figurantes, a gente tinha planejado a cena do estádio como uma cena noturna e soubemos com 48 horas de antecedência que, por causa dos protocolos, que ela teria que ser de dia”, diz o diretor. “Isso pode parecer uma coisa simples, mas eu quase me joguei lá de cima coma a Luiza [Leandra Leal] de tão desesperado que eu estava”, brinca. A segunda cena trabalhosa foi com o veterano Lima Duarte. Binder diz que a gravação dela um grande desafio. “Graças a Deus a gente conseguiu se organizar para ele já estar vacinado quando foi para o set. Mas eu acho que são cenas muito importantes dessa temporada”.
As duas temporadas de Aruanas estão disponíveis no Globoplay e uma terceira parece estar vindo por aí. Segundo pistas deixadas durante a coletiva, a futura terceira parte levaria a ONG de volta à floresta. O Brasil é quarto país que mais mata ativistas ambientais no mundo. Ter uma série como Aruanas, que difunde conhecimento sobre a importância de se proteger o meio ambiente para um grande público, é sempre bem-vindo.
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