La Casa de Papel, série sobre assalto épico, conquista público com trama ágil e pitadas de novela

Netflix

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La Casa de Papel, série sobre assalto épico, conquista público com trama ágil e pitadas de novela

Atração chegou à Netflix em dezembro

25.01.2018, às 18H30.
Atualizada em 26.03.2020, ÀS 15H24

O que acontece quando um homem misterioso resolve recrutar oito figuras marcadas pelo envolvimento em roubos ou com habilidades especiais para participar do maior golpe de todos os tempos? A busca pela resposta dessa pergunta tem chamado atenção dos brasileiros que foram fisgados por La Casa de Papel, nova série distribuída ao redor do mundo pela Netflix. Sem muito alarde, a série chegou ao serviço de streaming no fim de dezembro de 2017 e foi se popularizando no boca a boca durante janeiro. A trama gira em torno de um grupo de ladrões, hackers, especialistas em armas e falsificadores, reunidos para invadir o prédio da Casa da Moeda espanhola e roubar a maior quantia da história.

A minissérie é, originalmente, composta por 15 episódios, é uma produção do canal espanhol Antena 3. Dividida em duas partes, a primeira remessa de episódios da atração foi lançada no país de origem em maio e a segunda foi exibida em outubro. Para a distribuição ao redor do mundo, a Netflix reorganizou os episódios: os nove primeiros capítulos foram transformados nos 13 que estão disponíveis na plataforma atualmente; os demais deverão chegar em abril - saiba mais. Na Espanha, a série foi indicada e ganhou vários prêmios e chamou atenção por ter no elenco vários atores famosos no país, como Úrsula Corberó, Paco Tous, Alba Flores e Enrique Arce.

A primeira personagem apresentada é Tóquio, papel de Corberó - todos tem codinomes de cidades ao redor do mundo como uma forma de preservar suas identidades dentro do grupo e, principalmente evitar envolvimentos. Curiosamente, uma das primeiras frases ditas por Tóquio na série é que “misturar amor e trabalho nunca dá certo”: a jovem mulher fala isso enquanto está explicando que se tornou uma foragida da justiça após seu 16º assalto terminar com a morte de três pessoas, entre elas, seu parceiro e o amor de sua vida. Com esse histórico, é previsível que Tóquio acabe se envolvendo com alguém e que isso renda problemas para o restante do grupo - e tudo isso de fato acontece logo no primeiro capítulo.

Tóquio começa a trama se escondendo das autoridades e pronta para fugir do país, mas é encontrada pelo Professor (Álvaro Morte) e embarca no plano dele. Até o final do episódio de estreia, ela e os demais já estão dentro da Casa da Moeda iniciando os trabalhos. Com uma narrativa ágil e com 13 episódios que variam entre 41 e 55 minutos, a trama não poderia se restringir ao que acontece durante o assalto. Ao mesmo tempo em que mostra o desenrolar de todos os passos planejados na missão de criar o roubo perfeito, o espectador volta no tempo e acompanha os cinco meses anteriores ao plano ser colocado em prática, quando Tóquio e os demais foram isolados em uma mansão para receber todo o treinamento necessário para evitar falhas.

Além do ponto de vista do supertime de ladrões, há também foco nas autoridades responsáveis em fazer a negociação com os sequestradores, já que eles contam com 62 reféns. Esse núcleo paralelo é liderado por Raquel Murillo (Itziar Ituño), uma mulher que precisa balancear o caso mais complicado de sua carreira com sua vida pessoal turbulenta. A premissa da série por si só é eletrizante, mas o que prende de fato o espectador é o jogo de gato e rato que se instaura entre o Professor e Raquel. A partir do segundo episódio, fica claro que o líder do grupo planejou milimetricamente cada passo dado para manipular as autoridades policiais, deixando Raquel com as mãos cada vez mais atadas diante da astúcia do grupo enfrentado.

Além disso, há várias outras subtramas que fazem de La Casa de Papel uma mistura de narrativas clássicas de séries norte-americanas com elementos de novela latina. A conexão familiar entre Moscou (Paco Tous) e seu filho Denver (Jaime Lorente) é algo que dá personalidade à dupla; a relação problemática entre os reféns Arturo (Enrique Arce) e Mónica (Esther Acebo), respectivamente o chefe que descobriu que a secretária com quem mantém um caso está grávida; e, é claro, o relacionamento inicialmente baseado em sexo casual de Tóquio e o 12 anos mais novo Rio (Miguel Herrán) são só algumas das relações que se desenrolam paralelamente à trama e que dão uma pitada divertida de drama ao programa.

Não é de se espantar que a série esteja, pouco a pouco, conquistando o público fora da Espanha: a produção é uma miscelânea de assuntos que chamam atenção dos mais variados tipos de público. Uma das principais críticas às séries com muito episódios é a lentidão, mas La Casa de Papel diz logo a que veio: já no primeiro capítulo, os personagens são apresentados, o plano entra em ação e tudo fica esquematizado para que o tempo seja aproveitado com desdobramentos importantes. Com essa narrativa e com ganchos bons de um capítulo para o outro na nova organização da Netflix, o espectador fica preso em um ciclo de ansiedade para o próximo capítulo - e, no fim de tudo, para a segunda parte da temporada, que já tem data de lançamento e estreia por aqui em 6 de abril.

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