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Arquivo X está de volta com a mesma atmosfera original, mas atualizada aos dias de hoje

Mulder e Scully estão bem mais maduros no século 21

22.01.2016, às 18H29.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H25

Arquivo X está de volta depois de 14 anos com seis episódios inéditos estrelados por Gillian Anderson e David Duchovny, sob o comando do criador da série, Chris Carter. A convite da Fox, assistimos ao primeiro capítulo do retorno da série antes de sua estreia e, tanto tempo depois, a produção não perdeu sua essência de paranormal, extraterrestre e, principalmente, aquele fundinho de paranoia.

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[Cuidado, possíveis spoilers abaixo!]

Anderson e Duchovny retornam, agora mais maduros, aos papéis que catapultaram suas carreiras ao longo dos anos 90. Tanto Dana Scully quanto Fox Mulder passaram por inúmeras provações em seus dez anos de FBI. Scully agora é médica-cirurgiã no renomado hospital Our Lady of Sorrows em Washington, enquanto Mulder está aparentemente desempregado e paranoico. Parece que eles não se falam há algum tempo, mas quando Tad O'Malley (Joel McHale), um famoso jornalista político de direita, entra em contato com Scully com um possível novo arquivo x, é para Mulder que ela logo liga.

Quando o retorno de Arquivo X foi anunciado, já sabia-se que a nova temporada teria apenas seis episódios, 18 a menos que suas nove antecessoras. Quando estreou e durante os anos seguintes, a produção ficou conhecida por ter sido a primeira a estabelecer uma mitologia que se estendia ao longo das temporadas - e, eventualmente, ao longo de toda a série - além de apresentar o "monstro da semana", sem deixar de lado o elemento procedural que era a principal base de todos os programas da época. Com 24 capítulos, era complicado preencher todas essas horas somente com uma trama contínua, mas o time de roteiristas criava excelentes histórias individuais para preencher esses momentos de pausa na narrativa geral.

A questão com essa nova temporada é que, estando limitada ao poucos seis capítulos encomendados, não é mais necessário o uso do "monstro da semana", abrindo um leque de possibilidades para que as histórias de Mulder, Scully, Skinner (Mitch Pileggi), o Canceroso (William B. Davis), entre outros, tomem frente à qualquer perigo semanal previamente estabelecido. O primeiro capítulo foca exclusivamente na mitologia e mostra aquilo que Carter, confinado nas "leis da TV" dos anos 1990, poderia ter feito desde o início - mas que teria, de certa forma, privado a série daquilo que acabou se tornando um de seus grandes trunfos: os ótimos episódios filler.

É complicado comparar a TV daquela época à que vivemos hoje. Roteiristas, atores, diretores, produtores, emissoras; todos têm uma liberdade muito maior. Os canais abertos começaram a sofrer quando os canais premium passaram a desenvolver suas próprias séries, e daí a TV só cresceu, com o lançamento dos canais por streaming, lançamentos mundiais, estreias de temporadas completas em um único dia... O cenário definitivamente não é mais o mesmo daquele quando Arquivo X nasceu. E a série evoluiu com ele.

Arquivo X estreia na Fox segunda-feira, às 23h59, com episódio duplo legendado. Reprises dubladas serão exibidas toda terça, às 22h30.

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