A Netflix é certamente o serviço de streaming mais popular do mundo, mas não é o único - alguns outros serviços, inclusive, superam em determinados aspectos a criadora de séries como House of Cards e Stranger Things. Várias outras empresas apostaram na distribuição digital online de séries e filmes, ainda que com os focos mais diversificados possíveis. As diferenças entre os principais serviços de streaming vão desde a forma de pagamento até recursos do player. Confira 7 serviços de streaming que se destacam no mercado:
Netflix
Com um acervo enorme e dinâmico - sempre há coisa entrando e saindo do catálogo -, o serviço de streaming foi responsável por revolucionar a forma de consumir conteúdo audiovisual. No Brasil, é estimado que, entre filmes e episódios de séries, existam 25 mil itens - entre os quais, séries originais premiadas como House of Cards, The Crown, Black Mirror e Orange is The New Black.
O serviço trabalha muito com algoritmos, então sendo um bom lugar para descobrir novas produções. A home da plataforma organiza listas como "Em Alta", com base no que está repercutindo; "Lançamentos"; e "Populares na Netflix", de acordo com o que está fazendo mais sucesso entre os assinantes. Contudo, não para por aí: a plataforma cria listas de acordo com seus padrões de consumo: é muito comum esbarrar em várias listas como "Porque você assistiu tal coisa", fazendo com que a home de cada usuário seja extremamente personalizada. Além disso, as categorias são bem específicas, indo desde agrupamentos clássicos por gênero como "Ação" e "Aventura" até "Filmes biográficos emocionantes", "Suspenses sobre crimes", "Histórias satânicas" "Guerra e política para TV".
A navegabilidade é ótima: ao invés de ficar empurrando o espectador para uma infinidade de novas páginas, quase tudo se resolve expandindo seções. Quando o usuário seleciona uma série, ele tem acesso à visão geral dela, aos episódios organizados, a conteúdos extras como trailers e resumos, dados da série relacionados a elenco, classificação etária e, é claro, a opinião dos prórprios usuários, que podem fazer comentários e classificar de zero a cinco estrelas cada produção que assiste - vale lembrar que esses comentários também podem ser avaliados como úteis, impróprios, etc.
O player, contudo, não é dos mais dinâmicos, visto que o usuário não pode controlar muita coisa além de idiomas de legenda e áudio - mas, ainda assim, há alguns facilitadores como o botão de pular abertura quando o espectador está assistindo séries no computador (espelhando em SmartTV o recurso some).
Em celulares e tablets, é possível ainda assistir alguns filmes e séries sem depender de internet, fazendo o download previamente desse conteúdo - ideal para viagens de avião ou passeios para locais isolados.
Para ter acesso ao conteúdo no plano padrão, o espectador precisa desembolsar R$ 27,90 - o valor aumentou R$ 5 recentemente. É possível fazer o pagamento através de cartão de crédito, débito em conta ou mesmo via Paypal.
Amazon Prime Video
Ainda que o acervo da concorrente da Netflix não seja o mais vasto, o serviço oference um pacote interessante de conteúdo original, com a ganhadora do Emmy Transparent, além de produções elogiadas pela crítica como The Man in the Hight Castle e Mozart in the Jungle. Há também temporadas de séries de sucesso da TV americana, como Community, Fear The Walking Dead, American Gods e Mr. Robot. Apesar das críticas em relação ao acervo limitado, parece que as coisas podem melhorar - em fevereiro, o serviço fechou um acordo com produtora New Regency para expandir seu catálogo. O serviço chegou no Brasil no fim de 2016 e está presente em mais de 200 países.
A navegabilidade do serviço é excelente. Enquanto o usuário assiste determinada produção, no canto superior esquerdo uma aba chamada X-Ray oferece informações sobre o elenco em cena, descrição de personagens, trilha sonora, classificação no IMDB e até algumas curiosidades sobre determinados momentos da trama. É possível buscar uma cena específica ou mesmo o ponto exato em que começa a tocar alguma música.
Assim como na Netflix, o serviço sugere conteúdo com base no padrão de utilização do usuário e cria playlists de acordo com gêneros de produções - na home é possível encontrar listas como "Recentemente adicionados", "Filmes com opção dublado em português" "Animes" (com mais de 20 produções) e até "Filmes de Bollywood" (esse com mais de 30 títulos). É interessante apontar que o serviço também disponibiliza a opção de download para assistir offline em dispositivos móveis.
Nos seis primeiros meses, o serviço custa US$ 2,99 (cerca de R$ 10), após esse período, US$ 5,99 (cerca de R$ 20). A única forma de pagamento é via cartão de crédito e o usuário precisa ter o cadastro da Amazon.
HBO GO
O serviço traz todo o conteúdo exclusivo do canal além de um acervo gigantesco com mais de 2 mil filmes. Para se organizar em meio a tanto conteúdo, é possível salvar atrações em listas de interesses para assistir depois e ser notificado quando novos episódios chegam à plataforma.
A navegabilidade, contudo, poderia ser infinitamente melhor. As playlists iniciais são muito genéricas, como "Filmes", "Séries" ou "Infantil" e a home acaba sendo basicamente a mesma coisa do menu lateral. No caso de filmes e séries, ainda é possível navegar por gêneros, mas é tudo muito pouco intuitivo. A plataforma oferece poucas playslists e, ainda assim, são vagas como "Filmes para não sair do sofá". Até a busca é complicada: se o usuário digita, por exemplo, Game of Thrones, o que aparece em seguida é uma lista completamente fora de ordem com todos os episódios da série.
As coisas melhoram quando você consegue abrir a página de determinada série - pelo menos, ao navegar por temporada, os episódios ficam em ordem. Mas o player não é muito bom: o usuário tem pouquíssima opção de interatividade, não dá sequer para regular a qualidade do vídeo, por exemplo. Também não é possível baixar o conteúdo para assistir offline.
Só recentemente a HBO GO foi disponibilizada sem a necessidade do cliente contratar um serviço de assinatura de TV a cabo. O serviço não traz opção de assistir ao vivo o canal, somente o acervo. A assinatura sozinha sai por R$ 34,90 por mês.
Crackle
O serviço reúne basicamente toda a produção audiovisual criada pela Sony Pictures Entertainment - originalmente ele se chamava Grouper. O Crackle é bem rotativo em relação ao conteúdo, inserindo e retirando novos títulos todo mês. Para garantir uma boa variedade, o serviço conta ainda com filmes dos estúdios Columbia Pictures, TriStar Pictures, Screen Gems e Sony Pictures Classics, entre outros - mas o catálogo não é, nem de longe, um dos melhores.
Uma coisa interessante do Crackle é que ele conta também com produções originais do serviço, com destaque para Preacher, Outsiders e Snatch.
Ainda que a interface não seja das mais bonitas, ela é organizada e cumpre seu papel no nível básico. O máximo de personalização do serviço é a criação de uma lista de programas para assistir posteriormente. A home do serviço apresenta os destaques sem nenhuma adaptação ao perfil de utilização do usuário, ainda que recomende o que o serviço acha melhor. A divisão é feita, basicamente, entre séries e filmes. Nessas sub-homes, além das produções em destaque, há uma lista com todos o conteúdo encabeçada por um menu de filtragem por gênero de produção, tipo de produção e forma como o usuário prefere que os resultados sejam ordenados. O player é tão básico quanto o resto todo.
Até 2017, o serviço de streaming era totalmente gratuito e funcionava com publicidade. Agora, a empresa oferece os primeiros 30 dias grátis e, a partir daí, é cobrada uma mensalidade de acordo com o pacote oferecido pelas operadoras parceiras.
Globo Play
O serviço de streaming da Globo traz todo o conteúdo da emissora online, desde todos os capítulos das novelas mais recentes, como as atuais A Força do Querer e Novo Mundo, até produções antigas que foram retransmitidas no Vale a Pena Ver de Novo, como O Rei do Gado e Anjo Mau - são mais de 50 novelas da emissora disponíveis na plataforma.
Estão disponíveis também séries, reality shows, telefilmes, programas de humor, de variedade, de jornalismo, de esporte e especiais como Criança Esperança e Show da Virada - não espere, contudo, assistir os filmes exibidos em programas como Tela Quente ou Sessão da Tarde. O serviço é interessante também por trazer conteúdos regionais - aquele que é exibido na TV de acordo com a cidade onde o espectador está sintonizado. No serviço de streaming estão telejornais locais do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal.
A navegabilidade é razoável. Assim como o Youtube, o espectador pode se deparar com pelo menos cinco segundos de publicidade antes do conteúdo selecionado. Ainda assim, há alguns recursos interessantes, como seção de comentários e compartilhamento em redes sociais.
Outra coisa que o serviço de streaming oferece é o simulcasting, ou seja, a transmissão ao vivo do que está no ar naquele momento na grade da Globo. Contudo, o recurso está disponível apenas para as áreas de cobertura da Globo Rio, Globo São Paulo, Globo Minas e Globo DF. A identificação é feita por GPS e IP.
A Globo tem dado atenção especial para o consumo via streaming. Por exemplo, a minissérie Justiça liberou os quatro primeiros episódios de uma só vez no mesmo dia da estreia televisiva e Carcereiros estreou primeiro online - a série só será transmitida na TV daqui a um ano. O serviço, contudo, ainda não disponibiliza downloads para consumo offline.
Ainda que parte do conteúdo esteja disponível gratuitamente, muito do acervo é exclusivo para assinantes. Os sete primeiros dias são grátis e, a partir daí, a mensalidade cobrada fica em R$ 15,90. É possível pagar com cartão de crédito ou débito automático.
Telecine Play
Ainda que a Globo Play não tenha um acervo vasto de filmes, já que seu conteúdo é focado nas programação diária do canal aberto, a empresa possui outro serviço de streaming voltado para filmes que não são necessariamente da Globo Filmes. O serviço concentra online todo o acervo visto nos canais da rede Telecine - Premium, Action, Touch, Pipoca, Cult e Fun.
O acervo é grande, mas não chega a ser o maior: segundo o próprio serviço, são mais de 1500 filmes disponíveis para os usuários. A divisão deles é a que mais se aproxima da Netflix: são várias categorias interessantes já na home, como "Dicas da equipe Telecine", "Mundo Teen", "Sangue e Adrenalina", além de especiais de diretores, atores - há até a playlist "Saindo de Cartaz" para alertar quem deixou alguma produção passar.
É possível buscar filmes por premiações (do Oscar ao BAFTA), por década, por local de produção, classificação etária. O player, por outro lado, oferece as mesmas limitações da irmã Globo Play.
Uma coisa curiosa é que o serviço possui uma seção de longas abertos sem necessidade de pagamento - que não é lá grande coisa, mas pode quebrar um galho de quem não estiver disposto a desembolsar o valor da assinatura. Aliás, vale lembrar que o Telecine Play só está disponível para quem tem assinatura de TV a cabo - vários canais pagos possuem serviços de streaming limitados a quem já paga TV por assinatura, como a Fox Play, AXN Play, Sony Play, Universal Play, Cinemax Go, TNT Go, Space Go, SyFy Play, Megapix Play e Canal Brasil Play - esse último também da Globo, voltado para os programas, documentários e filmes nacionais exibidos no Canal Brasil.
Looke
Outro representante brasileiro na lista, o Looke é um serviço de streaming que também permite o aluguel ou compra de filmes individualmente, em uma mistura de Netflix com iTunes. A maior parte do catálogo está disponível nesse esquema de locação - os produtos disponíveis no serviço de streaming, chamado de Vídeo Club, recebem um selo especial. Obviamente, para os assinantes do serviço, pode ser um pouco decepcionante passear pelo acervo e ver a quantidade de produtos sem o selo.
Uma coisa interessante é que ele diz garantir muita agilidade para a disponibilização de lançamentos: na época de seu lançamento, com mais de 7500 títulos disponíveis, a promessa era que as novidades do cinema chegassem ao serviço sempre em um prazo de até 45 dias. Contudo, vale pontuar que, em função de regras dos estúdios, acaba demorando mais tempo para que eles sejam liberados para os assinantes do streaming - esse prazo curto acaba ficando exclusivo para quem quiser alugar ou comprar individualmente.
Sobre navegabilidade, o Looke fica no meio termo entre playlists básicas e superdetalhadas - há divisão por gêneros como "Ação" e "Terror", mas o serviço também conta com divisões como "Histórias reais", "Boa música" e "LGBTQ". Há algumas categorias mais interessantes que outras - ao mesmo tempo que o serviço traz seleções como "Festival de Cannes", ele mantém outras que não fazem tanto sentido, como "Para eles" e "Para elas". Há a opção de assistir filmes offline também via aplicativo.
Há algumas particularidades do serviço que se destacam para alguns nichos: o Looke tem um acervo infantil muito amplo (inclusive com uma interface separada exclusivamente para isso), além de exibir os conteúdos do Pet Channel, voltado para amantes de animais de estimação, e da Fish TV, sobre pesca. Para os amantes de música, o Looke tem ainda uma seção só de shows. A seção de animes também conta com mais de 30 produções - cerca da metade disponível no Vídeo Club. Entre os destaques do serviço estão produtos da BBC como Sherlock, Doctor Who e Orphan Black, além de várias produções nacionais da Globo - porém, essas últimas só estão disponíveis para alugar ou comprar.
O preço mínimo do serviço de streaming é R$ 16,90 - mas o aluguel ou compra de filmes pode sair de R$1,89 até R$14,90. Para assinar o serviço ou comprar filmes individualmente é preciso cartão de crédito.
