Misturando Bourne e Star Wars, Andor tem momento mais impactante desde Rogue One

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Misturando Bourne e Star Wars, Andor tem momento mais impactante desde Rogue One

Plano do Império em Ghorman é caminho sem volta na vida do protagonista

Omelete
5 min de leitura
06.05.2025, às 22H00.

[Cuidado com spoilers dos episódios 7, 8 e 9 de Andor no texto a seguir]

Difícil imaginar que os três episódios finais de Andor possam superar os eventos desta trinca de capítulos. É fácil afirmar que são os melhores episódios da série até aqui, superando até o arco de Narkina 5, da temporada passada. E existe uma boa explicação para isso: tempo. Ao contrário do que muitas séries fazem e falham, principalmente as para “maratonar”, Andor consegue administrar bem o tempo da história, detalhando personagens e suas características, nos colocando em dúvidas sobre suas intenções e, finalmente, entregando o que é esperado.

O arco de Gorhman começou a ser montado no primeiro episódio da temporada, com o vídeo de apresentação do que é o planeta e o discurso de Orson Krennic (Ben Mendelsohn) sobre o plano do Império. A partir daí conhecemos mais de sua história, com o massacre promovido pelo Grão Moff Tarkin, o plano do Império para o planeta e a frente revolucionária que tenta defendê-lo. Toda essa construção encontra no episódio 8 o seu ápice, com o Império colocando em prática o plano maquiavélico de agitação popular para justificar um Estado de Sítio. 

O roteiro de Dan Gilroy utiliza algo até então pouco ou nada visto no universo de Star Wars: a propaganda e a mídia. O Império utiliza de sua própria máquina opressora para espalhar jornalistas e noticiários com informações falsas e invertendo o lado de vítimas e genocidas. Em um momento que mistura Os Miseráveis com as ocupações e protestos da Primavera Árabe e Black Lives Matter, os Ghor ocupam a Praça Palmo com gritos de ordem e cânticos. Após a ordem vinda do alto da ISB, tiros são disparados contra os manifestantes e o caos toma conta do local. Stormtroopers fecham as entradas e pressionam os manifestantes, assim como a polícia e forças militares fazem em diversos protestos no nosso mundo. São momentos reais, histórias verdadeiras, que ganham o tempero de Star Wars para envelopar na fantasia.

Cassian (Diego Luna) e Wil (Muhannad Ben Amor) estão no meio do conflito. O protagonista, que agora vive em Yavin com Bix (Adria Arjona), vai com o jovem para o planeta com o plano de matar Dedra Meero (Denise Gough). No meio do massacre, quando ele tem o momento certo para atirar na oficial do Império, é interrompido por Syril (Kyle Soller), que após descobrir o plano de Dedra, abandona seu posto em Ghorman. Ele luta com Andor com toda a fúria acumulada ao longo dos anos da série até que pega a arma do rebelde e aponta para ele. A reação de Cassian surpreende Syril: “Quem é você?”, ele pergunta, deixando claro que em muitas guerras ambos os lados estão se matando sem nem saber quem ou o porquê disso estar acontecendo. Syril acaba morto com um tiro na cabeça por consequência de sua traição com os revolucionários do planeta.

Ghorman vai mudar Cassian Andor para sempre. Tudo o que ele vê acontecer ali é a materialização da luta contra o fascismo do Império. O jovem recepcionista do hotel onde ele estava o reconhece da missão passada - que o levou ao local disfarçado de estilista. Quando as coisas começam a pesar, ele se mostra um aliado e diz a frase que ouvimos no futuro dessa história: Rebeliões são construídas pela esperança. A mesma que Andor diz para Jyn Erso em Rogue One. Ao fugir dali, aos prantos pelas mortes e carregando os restos do seu futuro companheiro K-2SO, Andor ouve um pedido de socorro pelo rádio, uma súplica por ajuda que, para Gorhman, nunca vai chegar. É o mesmo pedido feito em Rogue One e que vai sacramentar o futuro do personagem.

Após tudo isso, Andor nos leva para um nono capítulo tão incrível quanto o anterior. Menos guerra e mais Bourne, acompanhamos Cassian se infiltrando no Senado, em Coruscant, para resgatar Mon-Mothma (Genevieve O’Reilly). A senadora conhece de vez quem é Luthen (Stellan Skarsgård) e tudo o que ele pode fazer pela Rebelião, ao descobrir que seu braço direito no Senado é um infiltrado dele. Mas ela também entende de vez que é por esses meios tortos que pode haver uma esperança para os rebeldes se fortalecerem em Yavin. Ela precisa confiar nele e em Cassian se quiser escapar dali sem ser presa. Relembrando os discursos da Trilogia prequel no Senado, Mon-Mothma consegue um momento de fala com a ajuda de Bail Organa (Benjamin Bratt). Enfurecidos, os oficiais do Império tentam capturá-la, enquanto ela foge com Cassian.

Andor comprova com essa penúltima trinca de episódios porque é a grande produção da franquia nos últimos anos. Sem medo e abraçando o discurso dos verdadeiros heróis dessa história - que no mundo real muitos esquecem quem são ou tentam relativizar seus atos - o arco escrito por Dan Gilroy e dirigido por Janus Metz é o melhor de toda a série até aqui. A barra está muito no alto para o que virá no encerramento, que, além de tudo, ainda precisará fazer a ligação com um dos filmes mais queridos dos fãs. Por tudo que já vimos até aqui, basta confiar.

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