Berço de animações mais voltadas ao público adulto, como Rick and Morty e Frango Robô, o [adult swim] agora está oficialmente disponível no Brasil e no restante da América Latina. O canal chegou à TV por assinatura na última terça-feira (31) e ainda passou a ter um hub na HBO Max, bem como uma presença digital – mais de vinte anos após a marca ser lançada nos Estados Unidos.
Mas por que agora? Boa parte da resposta se deve ao sucesso das produções do [adult swim] no streaming, como explicou ao Omelete Pablo Zuccarino, diretor de conteúdo e gerente geral de Kids (América Latina) na Warner Bros. Discovery. “Nós notamos o amor imenso dos fãs pelas séries e pela marca na HBO Max, então vimos que havia uma demanda por isso”, conta.
Também pesou na decisão o desenvolvimento dos mercados de animação locais. “O mercado na nossa região está bem maduro, e estamos prontos para falar com criadores locais. A combinação de todos esses fatores nos fez decidir que isso era a coisa certa a fazer”, completa o executivo.
Segundo Zuccarino, as conversas com produtores brasileiros ainda estão no começo, mas são parte de um esforço consciente para “localizar a marca e garantir o sabor brasileiro”. E a grade de programação do [adult swim] já conta com uma produção nacional: a Sociedade da Virtude, animação criada por Ian SBF, do Porta dos Fundos. “Nós vamos exibir na TV linear e depois levar ao streaming. É o primeiro passo para iniciar uma conversa”, acrescenta.
TV ainda vale a pena?
Lançar um canal na TV tradicional, em pleno 2023, na era do streaming, pode parecer um contrassenso; no entanto, nota Zuccarino, o conceito do [adult swim] na América Latina já chega atrelado a múltiplas plataformas: “Temos uma presença no streaming, uma presença digital e o canal com programação 24 horas. O canal de TV é uma dessas plataformas, e nos dá a chance de chegar a milhões de consumidores na América Latina, já que há mercados aqui com muitas pessoas ativamente vendo TV; [o canal] é uma parte do nosso ecossistema”.
Ele ressaltou, ainda, a posição única da dona da marca, a Warner Bros. Discovery. “Nós temos lançamentos cinematográficos, temos streaming, temos presença digital, temos canais de TV por assinatura… então por que não? Nós temos o produto certo e a marca certa. [O canal] não é a única coisa que estamos fazendo, mas é um elemento importante”.
Animes originais
Em termos de programação, o [adut swim] contará com produções originais como Primal e Unicorn Warriors; animações da DC como Harley Quinn e Young Justice; e, claro, um espaço dedicado aos animes. No que se refere a este último universo, a marca começará com exibições de títulos já bem conhecidos do público, como Dragon Ball-Z, Naruto e Death Note -- mas em breve os otakus poderão ver produções originais e inéditas no Brasil.
“Vamos buscar oportunidades para trazer conteúdo que nunca foi visto na região”, conta Zuccarino, acrescentando que isso inclui também animes sendo desenvolvidos dentro da casa, na divisão japonesa da Warner.
O executivo também não descarta a possibilidade de ver animes produzidos aqui mesmo. “Estamos muito animados em explorar, pela primeira vez, a possibilidade de fazer animes na América Latina. Vimos que há criadores tentando criar animes no Brasil, no México e em outros lugares, então quem sabe? Pode levar um tempo, e podemos ter uma curva de aprendizado, mas esperamos um dia lançar esses animes locais”.