Equipe de A Mulher do Viajante no Tempo conta por que teve que “ignorar” o livro

Créditos da imagem: Theo James e Rose Leslie em cena de A Mulher do Viajante no Tempo (Reprodução)

Séries e TV

Entrevista

Equipe de A Mulher do Viajante no Tempo conta por que teve que “ignorar” o livro

Rose Leslie, Theo James e cia. falam dos temas da série e diferenças na adaptação

Omelete
4 min de leitura
17.05.2022, às 10H18.

Rose Leslie sempre foi a primeira opção do diretor David Nutter para interpretar Clare, a protagonista de A Mulher do Viajante no Tempo. Em entrevista ao Omelete, o cineasta conta que ainda estava lendo o roteiro do episódio piloto quando parou e anotou, no canto da página, que sua ex-colega de trabalho em Game of Thrones seria perfeita para o papel.

Sabia que ela tinha não só o cabelo ruivo, como também o fogo, o coração, a alma para dar vida a essa história”, elogia ele, emendando com a confissão de não ter lido o livro original de A Mulher do Viajante no Tempo, assinado por Audrey Niffenegger. Sempre me perguntam se li, e sinto que não posso ler! Não posso permitir que algo além do material dos roteiros me guie para criar essa série. Com Game of Thrones, também não li os livros”.

Leslie não é tão radical, mas segue um tom parecido quando o assunto são as diferenças entre livro e série. “Depois de ler o piloto, eu senti que a escrita de Steven Moffat era tão completa, e tão clara, que não quis me sobrecarregar com variações de Clare. Eu havia lido o livro no passado, e isso me ajudou a completar alguns detalhes do segundo plano - quem Clare é em termos de família, como ela cresceu”, conta.

O próprio Moffat, fã confesso da obra de Niffenegger (e amigo pessoal da escritora), admite que a tarefa de adaptar um livro tão amado pelo público causa certo nervosismo”. “Eu fiz Sherlock antes, que é um personagem com muitos fãs, mas um milhão de pessoas já fizeram Sherlock, então eu só me tornei mais um. As pessoas esperam que cada escritor tenha sua própria visão dele”, reflete ele.

Nesse caso, minha preocupação era fazer o livro funcionar como televisão... não queria pegar o livro e cortá-lo em pedaços de 60 minutos, não queria que fosse só isso. Seria desconfortável, ele seria uma história no lugar errado”, continua. “Minha regra é que, se algo funciona muito bem no livro, tenho que achar uma forma de fazer aquela coisa funcionar na televisão - e isso pode significar algumas mudanças”.

O outro astro da série, Theo James, resume bem a filosofia da equipe: “A melhor parte sobre a nossa série é que sim, ela é A Mulher do Viajante do Tempo... Mas, porque é uma série de Steven, também tem uma voz independente. E essa é a forma certa de fazer, porque você precisa prestar serviço ao material original, especialmente se ele é tão amado quanto esse livro, mas também precisa 'confiar no seu taco' para contar a história”.

Amor além do tempo

A expressão história de amor condenada” não sai da boca da equipe de A Mulher do Viajante no Tempo. E embora, sim, o romance de Clare e Henry esteja fadado a terminar mal, Theo James acredita que a série expressa algo positivo - e, também, que ela não deixa o humor, a esperança e o amor” de lado no caminho.

Há algo interessante no amor como conceito, porque todos nós vamos envelhecer e morrer... E, quando morremos, o que fica por mais tempo é memória e amor. De certa forma, essas são as coisas que transcendem o tempo”, aponta ele.Acho que esse é o tema do livro, como o amor é o tecido conectivo entre seres humanos, ou pelo menos o mais importante deles.

Para Steven Moffat, inclusive, misturar tragédia, comédia e romance é essencial não só nesse projeto, mas em todos os outros: “Se você quer algo divertido e romântico, esses elementos têm que vir do fato que não vai ser para sempre. Todos nós estamos dançando na beira do abismo, e eventualmente vamos perder o equilíbrio, mas continuamos dançando. A vida é assim. Você sabe que não vai sair dela vivo, então a festa segue adiante”.

O diretor David Nutter arremata a reflexão com uma história pessoal: o roteiro de A Mulher do Viajante no Tempo chegou na sua mesa alguns anos depois de sua esposa falecer. Quando li, pensei que essa era a história de amor que eu ia querer mostrar para ela. Essa foi a minha estrela guia para este projeto, e acho que estou orgulhoso do que fizemos - acho que essa história vai viver por mais tempo do que outras”, diz ele.

A Mulher do Viajante no Tempo estreou no domingo (15) na HBO, com lançamentos semanais completando a temporada de seis episódios. Os capítulos também serão disponibilizados pela HBO Max.

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