Filmes

Entrevista

Rogue One: Uma História Star Wars | "É uma grande responsabilidade", dizem dubladores nacionais

Conversamos com os responsáveis pela vozes de Jyn e Krennic

16.12.2016, às 12H15.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H46

Centrado nos planos da Aliança Rebelde para roubar as plantas da Estrela da Morte do Império numa época carente de Cavaleiros Jedi, a superprodução de US$ 200 milhões Rogue One: Uma História Star Wars chega ao circuito neste fim de semana com fôlego para manter a tradição de bilheterias milionárias da franquia. Para isso se concretizar também no Brasil, o filme de Gareth Edwards chega ao país com uma oferta ampla de cópias dubladas, tendo Clarice Espindola como a voz nacional de Jyn, a heroína, vivida pela inglesa Felicity Jones. Para o vilão, Orson Krennic, interpretado pelo australiano Ben Mendelsohn, foi escalado um veterano da dublagem brasileira: Sérgio Rufino Carvalho. Ela, paulistana, começou a dublar em 2009, fazendo Hi-5 Austrália, e hoje ela é a titular da Becky do desenho animado Nerds e Monstros. Ele, paulista de São José do Rio Preto, soma 32 anos de carreira entre peças, novelas, minisséries e a arte de dublar, tendo emprestado o gogó a animês como Cavaleiros do Zodíaco e Akira

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Na entrevista a seguir, os dois explicam como é encarar o Lado Negro da Força.

Omelete: Qual é a responsabilidade de integrar o universo Star Wars, tão cheio de fãs? Como vocês encaram o desafio de dar voz a uma franquia tão icônica?

Clarice Espindola: Eu confesso que fiz o teste muito emocionada e que quase engoli o telefone quando soube que o papel seria meu. Afinal, sou uma grande fã também. É uma grande responsabilidade, pois nunca tinha feito dublagem para cinema e não imaginava participar de um projeto desse tamanho tão cedo. O jeito foi encarar com a maior naturalidade possível. Tratar com carinho, com atenção, como devemos tratar todo trabalho. O maior “problema” pra mim foi segurar a ansiedade até assistir ao resultado final! E claro, espero muito agradar o público, pois fiz com muito prazer.

Sérgio Rufino Carvalho: Sem dúvidas é uma grande responsabilidade dublar Rogue One. Afinal, trata-se de um filme da franquia Star Wars! Uma saga tão icônica, com personagens tão famosos, com aventuras que atravessaram gerações, arrebanhando fãs por todas elas no mundo todo. O desafio também é grande. No início fiquei um pouco nervoso, pensei:  “Star Wars?! Pra Cinema?! Será que dou conta disso? ”. Mas os sentimentos que predominam agora são os de orgulho e satisfação, certamente. Além disso, mesmo que seja na versão dublada em português, eu pude contracenar com o Darth Vader. Isso é maravilhoso.

Omelete: Que características mais se destacam na voz de Felicity e como você dá conta delas?

Espindola: A Felicity Jones, em Rogue One, tem uma voz suave, com mais ar do que a minha, que é mais metálica. Ao mesmo tempo é muito firme nos diálogos. São coisas um pouco difíceis de conciliar, já que uma voz com mais ar pode acabar trazendo uma fragilidade que não cabe nessa guerreira que é a Jyn. Mas acredito que tenha dado certo. Além de tentar fazer o mais próximo do que a atriz fez, contei com a direção primorosa do Sérgio Cantú, que sempre conseguia me fazer entender a medida entre as duas coisas. 

Omelete: Que características mais se destacam na voz de Ben Mendelsohn e como você dá conta delas?

Carvalho:  Em primeiro lugar foi uma honra dublar Ben Mendelsohn. Admiro o trabalho dele. Seu timbre vocal é bem bonito, mas, na minha opinião, é um pouco mais grave do que o meu. Daí veio a pergunta de novo: “Será que vou dar conta?”. Depois, vi como ele trabalhou o tom épico no ritmo das falas, bem articulado, calmo e claro, e percebi que esse era o caminho.

Omelete: O que a voz de uma heroína precisa transmitir ao espectador?

Espindola: Posso ter sido influenciada por uma palavra chave desse filme, mas realmente acredito que a voz de uma heroína precisa passar esperança. E pela confiança, claro. Força e determinação. A Jyn é forte, apesar dos traumas que viveu. Aliás, eles a fizeram assim. 

Omelete: Como vc prepara a voz para encarar um personagem com o timbre épico do vilão de Rogue One?

Carvalho: Sempre aqueço a voz um pouco antes de qualquer trabalho com exercícios variados. No caso do Krennic, eu não exercitei as regiões mais agudas da minha voz, pelo contrário, exercitei as regiões mais graves. E procurei deixar a região da laringe bem relaxada, na hora de gravar, o que ajudou nas regiões graves. E também, como já disse, trabalhei o ritmo das falas. Claro que não fiz isso sozinho. Contei com o trabalho precioso do diretor Sergio Cantú, da Ana Lima da equipe da Disney. Todos trabalhando em sincronia para um resultado primoroso.

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