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Artigo

Vôo Noturno - parte 3

Vampiros nos Quadrinhos

RM
17.10.2001, às 01H00.
Atualizada em 11.12.2016, ÀS 19H02

Confira este especial completo, clicando aqui.

O Final dos anos 70 e a queda

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Ainda nos anos 70, o "boom" de vendas gerado pelas séries de vampiros foi seguida por uma estabilização e logo uma queda natural, devido, principalmente, à renovada popularização dos títulos de heróis, começada pela Marvel na década anterior.

Com exceção de Vampirella, a maioria dos títulos em que o vampiro era a personagem principal foram canceladas. O que mais resistiu foi The Tomb of Drácula, que teve sua última edição regular publicada em 1979. A própria Vampirella viria a sucumbir em 1981. De destaque nessa época, podem ser citados apenas o Morcego Humano na DC e o Barão Sangue, na Marvel.

Morcego, porém humano

Apesar de não ser um vampiro na acepção do termo, o Morcego Humano - criado por Frank Robbins e Neal Adams - era muito ligado à figura do predador noturno. Tendo feito sua primeira aparição na edição 400 de Detective Comics (1970), este monstro era, na verdade, Kirk Langstrom, um especialista em mamíferos noturnos de Gotham City, que injetara em si mesmo um soro de glândulas de morcego. Em decorrência, desenvolveu radar e audição hipersensível, similar à dos quirópteros. Como efeito colateral, seu aspecto físico mudou e ele passou a ser meio-homem, meio-morcego. Logo entrou em confronto com Batman. Langstrom, na época, estava compromissado e, enquanto procurava uma cura para a sua condição, sua noiva, Francine, acabou bebendo a mesma fórmula e tornando-se uma criatura similar. Mais tarde, Batman ajudou na criação de um antídoto para ambos.

O Morcego Humano fez tento sucesso que retornou em várias edições de Detective Comics. No número 429, Francine foi mordida por um morcego vampiro e se tornou uma fêmea desse animal. Langstrom, por sua vez, havia desenvolvido sua fórmula. Agora podia virar o Morcego Humano, tomando algumas pílulas. Com a ajuda de Batman, curou Francine e passou a lutar contra o crime.

Aproveitando a onda do vampirismo, a DC resolveu apostar no Morcego Humano como personagem solo e a revista Man-Bat chegou às bancas em dezembro de 1975. Não vendeu o esperado e foi descontinuada logo na segunda edição. A personagem voltou ao papel de coadjuvante. Sua última aparição significativa naquela década fora em Batman Family 18, de 1978.

Sangue azul

O Barão Sangue teve sua estréia em The Invaders 7, de 1976. Este nobre inglês teria nascido John Falsworth nos fins do século 19, filho do nobre britânico William Falsworth. Quando assumiu o controle da fortuna da família, foi à Transilvânia, com o intuito de controlar o Conde Drácula e usá-lo para seus próprios fins. O que se deu foi o inverso. John voltou à Inglaterra vampirizado e como agente do conde.

Durante a Primeira Guerra Mundial, assumiu a identidade de Barão Sangue e atuou como agente alemão. Sumiu com o término do conflito, ressurgindo na Segunda Guerra, como aliado de Hitler. Foi quando retornou à Inglaterra, fixando residência no Solar Falsworth. Para tanto, fez-se passar por seu neto. Ao atacar a própria família, foi derrotado pelos Invasores. Morto com uma estalactite costurada com prata, teve uma estaca enfiada em seu coração e o corpo enterrado numa capela com seu caixão rodeado de alhos.

Aos que não sabem, os Invasores foram uma equipe de heróis criada por Roy Thomas nos anos setenta. Suas histórias se passavam na década de quarenta, quando combatiam a ameaça nazista. Baseada no All-Winner Squad (Timely-1946), a equipe teve entre seus membros, Capitão América, Namor, o Tocha Humana original, Bucky, Centelha, Union Jack, Spitfire, Ciclone e Miss América.

Anos mais tarde, em 1981, o Barão Sangue voltou à cena.

Quando foi chamado à Inglaterra devido a uma série de assassinatos, o Capitão América descobriu que o vampiro havia sido ressuscitado pelo Dr. Charles Cromwell, um lacaio de Drácula. O Barão matara o médico e, assumira sua identidade. Durante anos, sorveu sangue de seus pacientes, até ser descoberto pelo vingador. Na luta que se seguiu, o Capitão usou seu escudo para decapitá-lo e tratou de queimar o corpo.

Vampiros em baixa

A década de 80 não se mostrou muito pródiga com os vampiros. Enquanto os super-heróis viviam anos de euforia que culminariam em obras como O cavaleiro das trevas e Watchmen, o interesse dos leitores pelos sugadores de sangue foi minguando aos poucos.

Vampirella foi descontinuada em 1981 e, em 1983, a Marvel decidiu banir todos as suas personagens vampíricas. Para tanto, usou a chamada Fórmula Montesi, em Dr. Strange 62, um encanto conjurado pelo Dr. Estranho, destinado a banir todos os vampiros do mundo. No processo, até Drácula acabou sendo desintegrado.

Na DC Comics, a coisa seguia quase o mesmo caminho. No entanto, o vampiro ainda viria a aparecer na editora em alguns poucos momentos. O primeiro, e mais significativo, aconteceu quando da publicação da série I... Vampire, que ocupou as páginas da House of Mystery - publicação de terror da DC que se tornou mais conhecida por ter introduzido, na década anterior, o Monstro do Pântano. Durante 29 edições, entre março de 1981 e agosto de 1983, I... Vampire trazia a história do Lorde Andrew Bennet. Sua estréia deu-se no número 290 e a última aventura foi publicada na edição 319.

Andrew fora um herói da Guerra Espanhola na Inglaterra Elizabetana - século XVI, vampirizado por um dearg-dul em 1591. (Nota: Dearg-Dul é um vampiro característico do folclore irlandês. Infelizmente, devido ao fato da Irlanda não possuir grande tradição vampírica, quase nada se sabe sobre tal criatura). Bennet era apaixonado por Mary Seward, criada particular da rainha. Ao saber da maldição de seu amado, a jovem exigiu que este também a vampirizasse, para que ambos pudessem passar a eternidade juntos. Porém, após ser transformada, Mary começou a se achar superior aos humanos e concluiu que seu destino era a dominação mundial. Bennet não concordou e ambos tornaram-se inimigos ao longo dos séculos.

Na década de 80, já no século XX, a luta entre ambos havia se acirrado, especialmente porque, nessa época, Mary comandava uma poderosa organização de vampiros chamada Blood Red Moon. O confronto entre eles seguiu até a descoberta da Fórmula Russa, um composto que, supostamente, eliminaria a sede de sangue dos vampiros, e algumas de suas limitações, como andar sob a luz do dia, conservando seus poderes.

Bennet que, desde sua transformação, recusava-se a beber sangue, tomou a fórmula e tornou-se um novo tipo de vampiro. Ataca Mary, mas descobre que a fórmula só funciona em pessoas normais, não em mortos-vivos já formados. Ele se vê à mercê da antiga amada que, por vingança, morde Deborah Dancer, sua namorada. Deborah era humana e havia tomado a Fórmula Russa. Assim sendo, confronta Mary e mata-a depois de expor seu corpo à luz do dia. Bennet sucumbe aos efeitos da Fórmula e Deborah segue como um novo tipo de vampira.

Poucos, mas de qualidade

Outra aparição notável dos vampiros na DC deu-se nos números 38 e 39 de Swamp Thing, nos quais Alan Moore utilizou-se da crença de que vampiros podem ser mortos sob o efeito da água corrente. Assim, apresentou uma nova raça desses monstros que habitava as águas paradas que um dia afogaram os espíritos malignos da cidade de Rosewood.

Pouco depois, foi a vez do Super-Homem entrar em confronto com Luar, uma vampira com características transmorfas que poderia matar o herói. Os poderes de Luar eram de origem sobrenatural - mágicos - uma das poucas coisas que afetam o Homem de Aço. Graças à providencial intervenção de Batman, no entanto, a vampira foi morta.

Fora das grandes editoras, em 1986, a WarP Comics lançou a primeira edição dos novos quadrinhos de vampiro com a mini-série Blood of the Innocent, logo seguida por Blood of Dracula, da Apple.

Talvez sentindo que o interesse pelos vampiros pudesse, então, voltar, a Marvel lançou, ainda em 1986, a bela graphic novel Drácula: uma sinfonia de pesadelos ao luar, de John J. Muth. Entre 1987 e 1988, foi a vez da mini-série Blood, da mesma Marvel, chegar às comic shops.

Ainda em 1988, a editora lançou, em 15 edições bimestrais, o Conde Duckula, personagem cômico. Como o nome já sugere, Duckula era um pato vampiro que morava na atual Transilvânia. Apesar de ser descendente de uma longa linhagem de mortos-vivos, ele era vegetariano e não ingeria sangue. Tinha dois criados, Igor e Nanny, um inimigo mortal, o Dr. Von Goosewing e uma paixão: Vanna Von Goosewing, filha do acima citado. Vestia um black-tie estranho e podia transportar seu castelo para onde quisesse. No mesmo ano em que estreou nos EUA, Conde Duckula foi transformado em uma série animada em sua terra natal.

No ano seguinte, porém, deu-se a gloriosa ressurreição dos mortos-vivos. Em 1989, os vampiros voltaram a fazer parte do Universo Marvel como veremos no próximo capítulo desta série.

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