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Cerca de um ano e meio atrás, Bill Jemas sugeriu num jantar cheio de criadores e editores da Marvel, dentre eles, Joe Quesada, Mark Millar e Brian Bendis, que a versão do Capitão América no Universo Ultimate, fosse um afro-americano em vez de Steve Rogers. Para Jemas a premissa da história justificava-se devido ao grande número de negros presentes no exército americano em 1940, ano anterior ao experimento que transformou Steve Rogers no Sentinela da Liberdade. Logo, seria lógico supor que o experimento do super-soldado pudesse ter sido conduzido em negros antes de estar 100% aperfeiçoado.
Apesar da idéia de Jemas ter sido recusada para o universo Ultimate, a história do Capitão Negro - como ficou conhecida - continuou pairando nos corredores da editora e, de tempos em tempos, ao longo dos últimos dezoito meses, a Marvel deu a entender que ela seria produzida.
Agora a editora anunciou que o projeto não só está sendo produzido, como já tem lançamento previsto para novembro. Truth será uma mini-série mensal em cinco partes e fará parte da cronologia oficial do Universo Marvel.
Com a equipe de criação formada por Kyle Baker (Letitia Lerner: Supermans babysitter) e Robert Morales, a série está sendo tratada pela Marvel como outra mini-série que revela a origem secreta de um de seus ícones, mas que se sustenta por si só.
Truth conta a história por trás da origem do Capitão América, declarou o editor Axel Alonso ao site Newsrama. Ela mostra os bastidores do programa Supersoldado, os eventos que o moldaram e os homens que foram afetados por ele e jamais citados. Truth revela que houve um homem que tinha praticamente as mesmas características de Steve Rogers - exceto uma, a cor de sua pele - e que carregou o escudo antes dele. Truth é essa história.
A primeira vez que ouvi as palavras Capitão América negro, foi quando Bill Jemas inspirou um certo furor na internet ao sugerir que o futuro título dos Ultimates poderia trazer um Capitão afro-americano, continuou Alonso. Isso me fez pensar: Teria o programa do Supersoldado conduzido seus primeiros testes em rapazes brancos, loiros e de olhos azuis? Todos os que já ouviram a palavra Tuskegee sabe que provavelmente não foi esse o caso.
Segundo o Newsrama explicou, dentre os anos de 1932 e 1972, em Tuskegee, Alabama, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos conduziu uma experiência em cerca de quatrocentos homens negros - a maior parte deles posseiros oriundos das regiões mais pobres daquele estado - para descobrir como a sífilis, uma doença sexualmente transmissível, afetava negros diferentemente dos brancos. Os homens que participavam da experiência nunca souberam de qual doença sofriam, sua gravidade ou que não estavam sendo tratados.
Alonso explicou que os experimentos em Tuskegee foram o estopim que colocaram as engrenagens de Truth em movimento. Segundo ele, a pesquisa histórica em que Robert Morales baseou seu roteiro é complexa e exaustiva. Bob (Morales) quer levar os leitores a um ponto que eu nunca teria previsto. A história é pungente e, ao mesmo tempo, brutal. Bob e Kyle querem ir na direção contrária da expectativas dos fãs, esquivando-se dos clichês para que o leitor não encontre nenhum conforto - ou piedade - nas lágrimas.
Tratando de Truth em si, a história seguirá a vida de três soldados negros - um vindo da classe trabalhadora, outro da classe média e um terceiro da classe alta - desde os dias em que os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial até o campo de batalha. Um desses soldados vai se tornar o primeiro Capitão América.
A Marvel garante que Truth não alterará em nada a origem do Capitão América, uma vez que não se trata da história de Steve Rogers. A origem do mito do Capitão é que será afetada, sendo enriquecida com uma dose de veracidade, heroísmo e sacrifício.
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