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Mangás dominam as bancas

Mangás dominam as bancas

13.06.2001, às 00H00.
Atualizada em 08.01.2017, ÀS 08H05
Editora JBC promove uma nova investida japonesa no Brasil

Meses atrás, o Omelete noticiou o lançamento, pela editora Conrad, de duas novas séries de mangá no país, fato que surpreendeu a muitos, dado o período de vacas magras que os quadrinhos enfrentam. Pois bem, a JBC (Japan Brazil Communication), que edita as revistas Made in Japan e Henshin, está lançando nada menos do que quatro mangas diferentes!

As séries em questão são:

Samurai X (Rurouni Kenshin) – ambientada no período Meiji, quando os samurai já estavam desaparecendo.
Sakura Card Captors (Card Captor Sakura) – estrelada por uma pré-adolescente que precisa recuperar um baralho de cartas mágicas fugitivas.
Guerreiras Mágicas de Rayearth (Magic Knights Rayearth) – a epopéia de três meninas transportadas para um mundo mágico.
Video Girl Ai – um adolescente normal se envolve com uma garota saída de um aparelho de televisão (!).
Questionado sobre as razões de ter optado por estas séries específicas, o editor Marcelo Del Greco afirmou que suas escolhas “são grandes sucessos mundiais – inclusive no Brasil – e jamais alguém cogitou publicá-las Brasil”.



Ainda assim, a decisão é curiosa. Duas delas – Rayearth e Sakura, da célebre equipe de criadoras de mangá CLAMP –, embora tenham versões em desenho animado já exibidas no Brasil, são claramente voltadas para o público feminino, que tradicionalmente não tem participação expressiva no mercado brasileiro de HQs. Sobre elas, Del Greco afirma: “Ao contrário do público de gibis, os leitores brasileiros de mangás e os fãs de anime têm um gosto mais geral. O mesmo cara que curte Dragon Ball gosta de Sakura; da mesma forma, a garota que adora Rayearth aprecia Samurai X. O segmento de mangá no Brasil não é segmentado (por gênero) como no Japão”.

Das séries remanescentes, Video Girl Ai destaca-se, ao contrário das outras (e das da Conrad), por não ter a adaptação para anime exibida no Brasil. “Apostamos na qualidade do produto”, diz Del Greco. “Video Girl Ai é uma obra-prima dos mangás: é divertida e, ao mesmo tempo, levemente temperada com uma sensualidade ingênua. (...) O traço do mangá também é dos melhores. Além disso, foi um grande sucesso onde lançado – inclusive no México. Tenho confiança total no sucesso de VGAi no Brasil, mesmo sem série de TV”. Houve uma mini-série lançada diretamente em vídeo no Japão, mas ainda inédita no nosso país.

Esses mangás estão sendo lançados no pequeno formato das encadernações japonesas – 11,7 X 17,8 cm, as menores revistas das bancas! –, à exceção de Rayearth que será ligeiramente maior e com papel barato. Essa iniciativa permite à JBC publicar edições mensais de cerca de 100 páginas ao fantástico preço de R$ 2,90! “Não é um preço promocional”, afirma Del Greco. “Este valor é fixo para Samurai X, Sakura e Video Girl Ai. Guerreiras Mágicas vai custar um pouquinho mais, porque originalmente foi feito em um formato um pouco maior”.

Vale notar que, como está virando mania nas edições brasileiras de mangá, nenhuma das séries será invertida para o padrão “ocidental” de leitura. “Nossa intenção é publicar os mangás o mais próximo possível das versões originais japonesas, sendo assim a leitura oriental foi mantida”, justifica Del Greco. “Isso também impede que apareçam onomatopéias invertidas ou coisa do tipo. E não podemos esquecer que a JBC é uma editora japonesa, o que também acarretou (na decisão de) lançar os mangás os mais próximos (das edições) originais”.

E, numa notícia triste para os que moram fora do eixo Rio-SP, a distribuição será em duas fases, primeiro para esses dois estados depois para o restante do país.

Como é de praxe, essas séries, embora finitas, serão longas, embora nem tanto quanto as da Conrad, Sakura, por exemplo, terá 24 volumes e Rayearth apenas 12. A editora comprou os direitos de publicação das séries inteiras, mas nada a impede de cancelar qualquer uma antes do término caso esteja dando prejuízo.

Ainda não há previsões para lançamento de outras séries, nem planos da editora para encadernações ou grandes antologias de manga, o formato mais comum no Japão.

Samurai X e Sakura já estão nas bancas de Rio e São Paulo. Video Girl Ai e Rayearth estão previstas para o final de junho.

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